O poder de uma expressão
Uma fatia de piça
Antunes
Ferreira
A actual campanha
eleitoral para a presidência dos EUA, em que concorrem Donald Trump e Kamala
Harris, fez-me recordar a de 1988 que reportei para o «Diário de Notícias».
Fora convidado pela Fundação
Luso-Americana - Para o Desenvolvimento e fazia parte de um grupo de jornalistas,
políticos, «opinion makers» e outros.
Reunimo-nos em
Washington, onde um oficial do Departamento do Estado, Mr. David White, um
jovem negro, nos esclareceu das «regras» pelas quais nos íamos pautar e
sublinhou que nos seriam distribuídos uma espécie de travel checks os
quais utilizaríamos quando o alojamento e a alimentação não os seriam
fornecidos pela organização – regra normal.
Para que nos conhecemos
melhor – ou seja para que realmente nos começássemos a conhecer – ficou decidido
que o grupo fosse «comer qualquer coisa» e tomar umas bebidas num restaurante-bar
próximo. Que, por acaso, era italiano. Abancámos e como os dólares não abundavam
mandámos vir umas cervejas e umas pizzas. E aqui começa a estória que ficou
para sempre durante a volt que demos pelos Estados Unidos.
Do nosso grupo
fazia parte, em representação da agência Nova China (Xinhua) um jovem jornalista
de seu nome Li Peng Xi, que era a primeira vez que saía para o estrangeiro. Pasme-se:
nunca tinha visto uma pizza; recorde-se: estávamos em 1988. Li provou e gostou
e tirou mais uma fatia. E perguntou o que era aquilo tão saboroso. Já não sei
quem disse-lhe que era uma pizza. E o filho do Celeste Império, com um grande
sorriso na face repetiu: piça…
Não me pude conter
e soltei uma gargalhada. À volta a malta ficou admirada. Porquê o gozo? E o bom
do jovem chinês repetia mais uma fatia, lambendo os beiços e afirmando: Piça
very good!!! Tive de explicar (com alguma dificuldade…) o significado no
calão lusitano o termo piça. Penso até que alguns do grupo não
entenderam. Pelo menos o Li Peng Xi não.
O certo é que
até ao final do programa, de Chicago a Milwaukee o grupo adotou a piça!
😂... história que fica na memória e enquanto ela existir... um sorriso provocará! 😘
ResponderEliminarGracinhmiga
EliminarA estória é verdadeira, passou-se comigo (e com mais uma quantidade de malta) e ficou no anedotário do grupo e quiçá do português...
Beijos & queijos
Henrique
Bom dia meu Amigo Antunes Ferreira. Posso imaginar a quantidade de histórias que tem para contar da sua vida profissional e não só. Esta realmente é para rir, mas creio que ninguém entendeu a sua explicação, principalmente a chinesa.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Querida Gracinhamiga
EliminarBom dia querida poeta; como atrás disse a estória é verdadeira e tenho um rol delas para ir contando passo a passo (como dizem os futebolistas...) Parece-me que quase todo o grupo tentou, pelo menos, entender, a piada; mas o pobre do Li Peng Xi ficou positivamente... confundido. É a madrasta da vida...
Beijos & queijos do teu fã de sempre
Henrique
Já lá dizia não sei quem que a língua portuguesa é muito traiçoeira. A chinesa ou a variante mais usada deve sê-lo ainda mais.
ResponderEliminarComo é que vai a moenga, por aí?
500amigo
EliminarA língua portuguesa (aliás como muitas outras) é muito traiçoeira. A chinesa - nem pensar, ainda que agora já se comece a ensinar o mandarim em diversas escolas portuguesas. Cuidado com a China. Tal como o Eça dizia é o perigo amarelo...
Abração
Henrique
Aqui na terra pode-se dizer '' pidze'' ...
ResponderEliminarRaulZinho du Chateau
Caríssimo Akuñado
EliminarAí pelo Quebeque há tanta mistura rácica que não me admira que se diga «pidze». Até se «podze» dizer «podzu»...
Abreijos aos Palhaus & adjacentes sem esquecer as netas mais lindas do Mundo
Henrique
Não te lembras do Herman José e do Fernando Pessa?
ResponderEliminar"Pessa com dois esses ou com um cê??
Peça com um i."
E a mãe da minha amiga a repetir em voz alta e a gritar - "badalhoco!!" :))))
Abração
Pedramigo
EliminarMuito obrigado pelo teu contributo como sempre oportuno e razoável. Mas essa do Pessa com com um cê não lembraria ao Fernando. E esta hein?
Já com um i a coisa fia mais fino. Como estás em Macau pode ser que consigas explicar aos chineses a piça. Mesmo assim duvido com ou sem badalhoca...
擁抱
亨利
Parabéns a você, FerreirAmigo!!
EliminarAbração
Pedramigo
EliminarMuito obrigado.Pela primeira vez passo o meu aniversário fora de casa. Foi preciso chegar aos 83 para que tal acontecesse. Não estou muito bem disposto - uma merda!
Abração
擁抱
亨利
Estas reuniões de trabalho, sobretudo quando depois das 'horas de expediente' se encontram para convívio, quase sempre deixam deste tipo de estórias para mais tarde recordar. O jovem chinês, gostou e repetiu um alimento saborosíssimo que nunca sequer havia provado. Nada mais natural que não conseguisse pronunciar correctamente o nome do petisco.
ResponderEliminarNo Brasil escrevem bem a palavra pizza, mas pronunciam pitça, e a mais falamos a mesma Língua.
Pronto...não é uma estória/anedota que me tenha feito rir a bandeiras despregadas, mas no estado em que me encontro, dificilmente me conseguem fazer rir. Sorrir, sim, claro se sim. :)
Olha, Henrique, se te divertiste e guardaste este episódio na memória, para agora nos fazer rir, já valeu a pena o gosto do jovem asiático por pitça.
Beijinhos e queijinhos frescos.
É verdade, querido HenriquAmigo...
ResponderEliminarHoje é dia 20, um dia para festejar, se não com bolo e velas, pelo menos terás a visita da Raquel e um ou dois netos. Vais ver que até ao final do dia vais receber muitos beijos e abraços.
Até lá, deixo-te um longo abraço e um beijo repenicado de profunda amizade e respeito, por tudo o que és e representas.
Homens de fibra, como tu, são uma fonte de inspiração.
Muitos Parabéns e que contes muitos mais, Henrique, de preferência na tua casa e junto aos que são queridos.
Alentejanitamiga
ResponderEliminarHoje vou a casa onde decorrerá a festarola que a família organiza. De qualquer modo, a Raquel, com a preciosa ajuda do nosso porteiro senhor Mário Melo veio trazer-me um beijão e... um bolo de chocolate!!! O meu mais novo, o Luís Carlos, também cá veio. Nos restantes os telefonemas não pararam. Enfim, é a vida. Estando um bom bocado em baixo, espero não estragar o dia de hoje o domingo em casa.
De qualquer jeito a tua lembrança fruto de uma Amizade que se tornou perene não é para agradecer - é para viver!
Um grande, grande beijo 6 outro queijo mesmo sem marca registada
Henrique
Se calhar os chineses não sabem pronunciar o "Zê" e o som mais próximo que conseguem é o "Cê"...
ResponderEliminarEspero que a ementa do teu aniversário (que tenha sido bom, alegre e feliz) não tenha sido pizza... italiana ou chinesa...
Caro amigo, tem uma boa semana.
Um grande abraço.
Jaimamigo
ResponderEliminarSó se completam 83 anos uma vez e por isso fizemos - a família e eu - o melhor para comemorar a data com bolo de velas (83, pois se fossem «por extenso» ainda agora estaria a apagá-las munido do correspondente extintor.
Que isto numa época terrível, com o país ainda a arder não posso estar com brincadeiras espúrias e estúpidas.
Enfim, de toda a malta presente - e eram todos, filhos, noras, netos e neta, além da minha Raquel, o mais macambúzio era eu.Feitios...
Abração
Henrique
Boa noite, querido amigo Henrique!
ResponderEliminarEstive a ler os comentários e só agora me lembrei que fez anos o mês passado. Desejo que tenho tido um dia bonito e alegre e que a saúde ajude. Para o ano já será em casa. Não fique triste.
Para um chinês, não deve ser nada fácil pronunciar a palavra pizza, então, se calhar com "c" cedilhado é mais fácil.
O Henrique e os amigos ficaram numa boa e divertiram-se.
Beijinhos para o Henrique e para sua esposa.
Querida Ceuzitamiga
ResponderEliminarMuito obrigado pelo teu cuidado, pois mesmo (como dizes) atrasado, cai sempre bem. Infelizmente dada a chatice de estar num momento complicado, estou em baixo pela bipolar, sempre registo quem se lembra de mim, como é, felizmente, o teu caso.
Beijos & queijos
Henrique & também Raquel
Meu querido amigo, parabéns atrasados, mas de coração.Também votos de que a bipolar te deixe em paz.
ResponderEliminarGrato abraço pela risada quanto ao pobre asiático desconhecedor do nosso calão.
Que maravilha de história, Henrique!
ResponderEliminarCaríssimo Gonçalamigo
ResponderEliminarMuito obrigado. Apesar do momento muito difícil de saúde que estou a atravessar ainda consigo escrever qualquer coisa...
Abração
Henrique