Golfe, natação e râguebi
*Estou certo: já dei o que tinha a dar
Antunes Ferreira
Para o
que lhe havia de dar… Nunca em tal
pensara, confidenciou-me numa esplanada da Avenida enquanto bebericávamos um
excelente Black Bushmills que para mim continua a ser o melhor uísque da
Irlanda do Norte, melhor dizendo, de toda ela, da Europa, mesmo do Mundo, qu’eu
cá só sei dizer o que vai no íntimo e nas pupilas gustativas. Boa malha!
Era por uma tarde de Agosto ensolarada, as ruas meio
desertas, é assim que gosto da minha cidade pouco entupida apesar dos enxames
de turistas como os chupa-chupas, cada cor seu paladar e país de origem.
Acabara de ver no ecrã da televisão na CNN/Portugal as Breaking News
uma notícia espantosa: “Tiger Woods,
lenda do golfe internacional, voltou esta quinta-feira à competição no 86.º
Masters de Augusta, na Geórgia, mais de 13 meses depois do acidente de viação
que quase lhe custou a perda da perna direita. O norte-americano de 46 anos,
que venceu 15 majors na carreira, participa assim no
primeiro grand slam da temporada, 17 meses após o seu último desafio.”
O meu amigo e
companheiro de copo, um “furioso” do golfe elucidou-me que Woods competira pela última vez na edição
2020 desse Masters, adiada para Novembro devido à pandemia de Covid-19: e que agora procura
conquistar o torneio pela sexta vez e assim igualar o recorde do seu
compatriota Jack Nicklaus, depois de ter ganho em 1997, 2001, 2002, 2005 e
2019.
A perna direita de Woods
atraiu os olhares dos muitos presentes, que saudaram o regresso do que é
provavelmente o melhor jogador da história. Em 23 de Fevereiro de 2021, perto
de Los Angeles, um despiste provocou-lhe múltiplas fraturas expostas que
obrigaram à colocação de uma haste de metal na tíbia e parafusos para
consolidar os ossos do pé e do tornozelo.
Woods, que correu o
risco de amputação, ficou hospitalizado durante várias semanas e esteve incapaz
de andar durante vários meses. "Foi um caminho difícil. Voltar a jogar aqui
parecia-me muito improvável naquela época", disse, em conferência de
imprensa, na qual revelou que a sua recuperação está a "correr bem" e
que tem "melhorado todos os dias".
Mário Azevedo Bernardo,
chefe reformado da PSP e meu colega nos quatro primeiros anos escolares era
quem me acompanhava nessa tarde de Agosto e sendo um grande fã do golfe
(passava os dias a jogar num qualquer green disponível, não tinha mais nada
para ocupar o ócio) ainda completou a informação sobre o golfista multicampeão:
Em 2017, ele fora preso na Flórida por dirigir "sob a influência de
drogas".
Nos
Estados Unidos, esse tipo de caso é
relacionado, geralmente, ao consumo de drogas como álcool ou estupefacientes.
No entanto, no caso do atleta, o exame toxicológico apontou que seu organismo
tinha cinco tipos de medicamentos diferentes. Woods alegou que se auto medicva
por conta de problemas nas costas. As dores eram recorrentes e chegaram a tirar
o jogador de diversos torneios em 2015.
Reservado e carismático, sempre fora um “garoto propaganda”
perfeito para as marcas se associarem. Até nos casos extraconjugais de 2009.
Marcas como Gatorade e AT&T quebraram os contratos que tinham com ele. Apena a Nike se manteve
fiel ao compromisso.
E, antes que eu interviesse, Mário disparou: O golfe é um desporto no qual os jogadores usam diversos tipos de tacos para arremessar uma bola para uma série de buracos numa vasta extensão de terreno, usando o menor número possível de tacadas.
É um dos poucos desportos com bola que não exige uma área de jogo normalizada. Em
vez disso, o desporto é praticado num campo de g0lfe, o qual geralmente consiste numa progressão de nove
ou dezoito buracos. Cada buraco inclui uma área de terreno inicial (tee)
e uma área final (green), na qual se encontra o buraco propriamente
dito. Entre as duas áreas existem diversos tipos padronizados de terreno e
obstáculos, e cada buraco possui uma configuração única.
Eu bem
tentava atalhar a enxurrada bernardiana mas, com mil macacos,
nem a barragem do Castelo do Bode lograria tal feito incomensurável. Ele estava
mesmo desgovernado, sem tacos em punho, mas lançado a toda a brida, prego a
fundo, sem dar conta dos ténues esforços que eu debalde tentava intercalar. Nem
que o Cícero bradasse “Ó tempora, ó mores!”
se extinguiria a verborreia…
Azevedo imparável: As competições de golfe são geralmente pontuadas em função do
menor número de tacadas individuais, ou stroke play, ou a pontuação
mais baixa em cada buraco individual durante uma ronda completa de um jogador
ou de uma equipe, ou jogo por buraco. O formato jogo por buracos, no entanto, é o mais comum em todas as competições.
A palavra
golfe em português tem origem no inglês golf, que por sua vez provém do alemão kolbe, significando taco. Considerado um desporto de elite por
muitas pessoas, sua real origem é bastante discutida, sendo que a mais aceita é
a sua criação pelos escoceses que já o praticavam por volta de 1400. Em 1457, o
parlamento escocês, por ordem do rei Jaime II da Escócia, proibia a prática do golfe por considerá-lo um
divertimento que afetava os interesses do país.
Era chegada a altura do desengano. Recordei ao meu ex-colega da escola Mouzinho da
Silveira, ali à Praça de Espanha onde cumpríramos os quatro anos da primária
que no concernente ao desporto a minha praia era a natação e o râguebi e como
forma de entretenimento o toque de campainhas de portão de prédios no mínimo de
três andares.
Porém, quanto a uma tal prática desportiva que metia paus e bolas – ná! E acrescentei: “Com a minha (nossa) idade
já dei o que tinha a dar…”
Desilusão à portuguesa
mas
também à brasileira
Finalmente quem ficou com os olhos em bico fomos
nós os portuguesinhos que pensávamos que a partida com a Coreia do Sul eram
favas contadas. E afinal com as festas natalícias já ali â esquina e os bolos
reis nas pastelarias quem apanhou a fava foi a selecção das quinas. No
restaurante que funciona na antiga cave do prédio onde moro o dono estava,
minutos depois de acabar o desastre nipónico, a afixar um menu num cavalete
junto à porta: DESILUSÃO À PORTUGUESA (COM TODOS). Valha-nos esse espírito…
A expressão do
Cristiano Ronaldo, sentado no banco, depois de ter sido substituído era bem a
imagem do espanto misturada com o desapontamento, o desencanto, a tristeza, a
desilusão – tudo q.b. Recordar que fora ele quem dissera que penduraria as
chuteiras se Portugal ganhasse o Mundial 2022. Por este andar o que temos de
ganhar é bom senso e paciência porque a jogar assim temos de esperar pelo
próximo Mundial…
Ainda há muito
campeonato pela frente e tudo pode acontecer – incluindo à equipa nacional –
mas pelo andar da carruagem não me parece fiável vaticinar quem será o vencedor
deste singular Mundial no Qatar. Por isso e pela minha parte resta-me aguardar
para ver em que vão parar as coisas. E, claro, onde vai ficar a “equipa de
todos nós” frase feita mas que as mais das vezes nos causa uma verdadeira…
desfeita.
Mas há quem diga que
todo o mal acaba de certa maneira por servir de exemplo para que quem o sofra
não volte a cair na mesma, Não é bem assim, infelizmente. Tentava acalmar o
sistema nervoso quando me chama a minha esposa: ia começar o Brasil – Camarões.
Tite, o patrão da lancha canarinha aliviava o escrete e até punha na direita os
39 anos do lendário “barcelonense” Dani Alves. Que tinha dito aos media que se
fora convocado para “tocar pandeireta” a selecção tinha o melhor tocador de…
pandeireta do Mundo. Tudo numa boa.
O mau foi ter havido
– o raio dos árbitros deste Qatar 2022 não se cansam de aditar minutos, muitos,
aos noventa regulamentares… - mais um prolongamento, e logo aos 46 depois de mais
um ataque em massa dos brasileiros, os camaronenses reagem rapidamente através
duma vertiginosa corrida pelo flanco direito. Cruzamento perfeito, cabeça do
veterano Aboubakar: golo, vitória dos Camarões, mesmo assim eliminados. Mas –
ganharam ao Brasil! Ainda estive para descer ao restaurante para dizer ao
Pereirinha, seu proprietário e dono do balcão que escrevesse uma linha no cardápio
com um prato africano, sei lá, uma muamba, Porém o meu sofá era tão confortável…
Sexta-feira para
esquecer? Não. Para recordar que vitórias antecipadas nem no Monopólio…
PORTUGAL - 6 SUÍÇA - 1
Na devida altura abordarei a mmaravilhosa vitória por 6-1 sobre a Suíça coisa que encheu de alegria (quase) todos os portugueses. No sábado, depois do confronto com Marrocos - que não é uma pera doce - aqui estarei para dar conta do que acontecer.