2022-11-30

 Golfe, natação e râguebi

 

*Estou certo: já dei o que tinha a dar

 

Antunes Ferreira

Para o que lhe havia de dar… Nunca em tal pensara, confidenciou-me numa esplanada da Avenida enquanto bebericávamos um excelente Black Bushmills que para mim continua a ser o melhor uísque da Irlanda do Norte, melhor dizendo, de toda ela, da Europa, mesmo do Mundo, qu’eu cá só sei dizer o que vai no íntimo e nas pupilas gustativas. Boa malha!

 

Era por uma tarde de Agosto ensolarada, as ruas meio desertas, é assim que gosto da minha cidade pouco entupida apesar dos enxames de turistas como os chupa-chupas, cada cor seu paladar e país de origem. Acabara de ver no ecrã da televisão na CNN/Portugal as Breaking News uma notícia espantosa: Tiger Woods, lenda do golfe internacional, voltou esta quinta-feira à competição no 86.º Masters de Augusta, na Geórgia, mais de 13 meses depois do acidente de viação que quase lhe custou a perda da perna direita. O norte-americano de 46 anos, que venceu 15 majors na carreira, participa assim no primeiro grand slam da temporada, 17 meses após o seu último desafio.”



 

O meu amigo e companheiro de copo, um “furioso” do golfe elucidou-me que  Woods competira pela última vez na edição 2020 desse Masters, adiada para Novembro devido à pandemia de Covid-19: e que agora procura conquistar o torneio pela sexta vez e assim igualar o recorde do seu compatriota Jack Nicklaus, depois de ter ganho em 1997, 2001, 2002, 2005 e 2019.

 

A perna direita de Woods atraiu os olhares dos muitos presentes, que saudaram o regresso do que é provavelmente o melhor jogador da história. Em 23 de Fevereiro de 2021, perto de Los Angeles, um despiste provocou-lhe múltiplas fraturas expostas que obrigaram à colocação de uma haste de metal na tíbia e parafusos para consolidar os ossos do pé e do tornozelo.

 

Woods, que correu o risco de amputação, ficou hospitalizado durante várias semanas e esteve incapaz de andar durante vários meses. "Foi um caminho difícil. Voltar a jogar aqui parecia-me muito improvável naquela época", disse, em conferência de imprensa, na qual revelou que a sua recuperação está a "correr bem" e que tem "melhorado todos os dias".

 


Mário Azevedo Bernardo, chefe reformado da PSP e meu colega nos quatro primeiros anos escolares era quem me acompanhava nessa tarde de Agosto e sendo um grande fã do golfe (passava os dias a jogar num qualquer green disponível, não tinha mais nada para ocupar o ócio) ainda completou a informação sobre o golfista multicampeão: Em 2017, ele fora preso na Flórida por dirigir "sob a influência de drogas".

 

Nos Estados Unidos, esse tipo de caso é relacionado, geralmente, ao consumo de drogas como álcool ou estupefacientes. No entanto, no caso do atleta, o exame toxicológico apontou que seu organismo tinha cinco tipos de medicamentos diferentes. Woods alegou que se auto medicva por conta de problemas nas costas. As dores eram recorrentes e chegaram a tirar o jogador de diversos torneios em 2015.

 

Reservado e carismático, sempre fora um “garoto propaganda” perfeito para as marcas se associarem. Até nos casos extraconjugais de 2009. Marcas como Gatorade e AT&T quebraram os contratos  que tinham com ele. Apena a Nike se manteve fiel ao compromisso.

 

E, antes que eu interviesse, Mário disparou: O golfe é um desporto no qual os jogadores usam diversos tipos de tacos para arremessar uma bola para uma série de buracos numa vasta extensão de terreno, usando o menor número possível de tacadas.

 

É um dos poucos desportos com bola que não exige uma área de jogo normalizada. Em vez disso, o desporto é praticado num campo de g0lfe, o qual geralmente consiste numa progressão de nove ou dezoito buracos. Cada buraco inclui uma área de terreno inicial (tee) e uma área final (green), na qual se encontra o buraco propriamente dito. Entre as duas áreas existem diversos tipos padronizados de terreno e obstáculos, e cada buraco possui uma configuração única.


 

Eu bem tentava atalhar a enxurrada bernardiana mas, com mil macacos, nem a barragem do Castelo do Bode lograria tal feito incomensurável. Ele estava mesmo desgovernado, sem tacos em punho, mas lançado a toda a brida, prego a fundo, sem dar conta dos ténues esforços que eu debalde tentava intercalar. Nem que o Cícero bradasse “Ó tempora, ó mores!”  se extinguiria a verborreia…

 

Azevedo imparável: As competições de golfe são geralmente pontuadas em função do menor número de tacadas individuais, ou stroke play, ou a pontuação mais baixa em cada buraco individual durante uma ronda completa de um jogador ou de uma equipe, ou jogo por buraco. O formato jogo por buracos, no entanto, é o mais comum em todas as competições.

 


A palavra golfe em português tem origem no inglês golf, que por sua vez provém do alemão kolbe, significando taco. Considerado um desporto de elite por muitas pessoas, sua real origem é bastante discutida, sendo que a mais aceita é a sua criação pelos escoceses que já o praticavam por volta de 1400. Em 1457, o parlamento escocês, por ordem do rei Jaime II da Escócia, proibia a prática do golfe por considerá-lo um divertimento que afetava os interesses do país.

 

Era chegada a altura do desengano. Recordei ao meu ex-colega da escola Mouzinho da Silveira, ali à Praça de Espanha onde cumpríramos os quatro anos da primária que no concernente ao desporto a minha praia era a natação e o râguebi e como forma de entretenimento o toque de campainhas de portão de prédios no mínimo de três andares.

 

Porém, quanto a uma tal prática desportiva que metia paus e bolas – ná!  E acrescentei: “Com a minha (nossa) idade já dei o que tinha a dar…”







Desilusão à portuguesa

mas também à brasileira

                                                                           

Finalmente quem ficou com os olhos em bico fomos nós os portuguesinhos que pensávamos que a partida com a Coreia do Sul eram favas contadas. E afinal com as festas natalícias já ali â esquina e os bolos reis nas pastelarias quem apanhou a fava foi a selecção das quinas. No restaurante que funciona na antiga cave do prédio onde moro o dono estava, minutos depois de acabar o desastre nipónico, a afixar um menu num cavalete junto à porta: DESILUSÃO À PORTUGUESA (COM TODOS). Valha-nos esse espírito…

 

A expressão do Cristiano Ronaldo, sentado no banco, depois de ter sido substituído era bem a imagem do espanto misturada com o desapontamento, o desencanto, a tristeza, a desilusão – tudo q.b. Recordar que fora ele quem dissera que penduraria as chuteiras se Portugal ganhasse o Mundial 2022. Por este andar o que temos de ganhar é bom senso e paciência porque a jogar assim temos de esperar pelo próximo Mundial…

 

Ainda há muito campeonato pela frente e tudo pode acontecer – incluindo à equipa nacional – mas pelo andar da carruagem não me parece fiável vaticinar quem será o vencedor deste singular Mundial no Qatar. Por isso e pela minha parte resta-me aguardar para ver em que vão parar as coisas. E, claro, onde vai ficar a “equipa de todos nós” frase feita mas que as mais das vezes nos causa uma verdadeira… desfeita.

 

Mas há quem diga que todo o mal acaba de certa maneira por servir de exemplo para que quem o sofra não volte a cair na mesma, Não é bem assim, infelizmente. Tentava acalmar o sistema nervoso quando me chama a minha esposa: ia começar o Brasil – Camarões. Tite, o patrão da lancha canarinha aliviava o escrete e até punha na direita os 39 anos do lendário “barcelonense” Dani Alves. Que tinha dito aos media que se fora convocado para “tocar pandeireta” a selecção tinha o melhor tocador de… pandeireta do Mundo. Tudo numa boa.

 


O mau foi ter havido – o raio dos árbitros deste Qatar 2022 não se cansam de aditar minutos, muitos, aos noventa regulamentares… - mais um prolongamento, e logo aos 46 depois de mais um ataque em massa dos brasileiros, os camaronenses reagem rapidamente através duma vertiginosa corrida pelo flanco direito. Cruzamento perfeito, cabeça do veterano Aboubakar: golo, vitória dos Camarões, mesmo assim eliminados. Mas – ganharam ao Brasil! Ainda estive para descer ao restaurante para dizer ao Pereirinha, seu proprietário e dono do balcão que escrevesse uma linha no cardápio com um prato africano, sei lá, uma muamba, Porém o meu sofá era tão confortável…

Sexta-feira para esquecer? Não. Para recordar que vitórias antecipadas nem no Monopólio…


PORTUGAL - 6 SUÍÇA - 1

Na devida altura abordarei a mmaravilhosa vitória por 6-1 sobre a Suíça coisa que encheu de alegria (quase) todos os portugueses. No sábado, depois do confronto com Marrocos - que não  é uma pera doce - aqui estarei para dar conta do que acontecer.
Infelizmente acabo de assistir à eliminação do Brasil pela Crácia em penáltis. Senti-me frustrado pois, queiram ou não somos sangue do mesmo sangue,falamos a mesma língua,somos, em resumo, pai e filho e eu tenho muito orgulho em sê-lo. Caros brasileiros não desesperem: o futuro será, estou certo, melhor!