horrendo
Antunes
Ferreira
Foi
dum pesadelo, a depressão bipolar, que consegui sair e quase não acredito que
bastou um clique para aparecer a recaída e outro clique para recomeçar a viver…
Sejamos claros: durante quase um ano em Lisboa e Goa e de novo em Lisboa fui
uma pedra de basalto sem ligar ao que se passava à minha volta, à minha
família, às minhas Amigas e aos meus Amigos que sempre, mas sempre! me
empurraram para um caminho ressuscitado. Nunca lhes poderei agradecer.
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Não há rosas sem espinhos |
Mas
mesmo assim faço-o do fundo do coração, sabendo que nada valho, intercalado com
um muito obrigado. A vida é madrasta e não há rosas sem espinhos, nem semente
semeada que dará em tempo oportuno o fruto da felicidade. Porém quase um ano
não a consegui desatar de um silêncio desumano,
marmóreo e tumular.
marmóreo e tumular.
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...descer aos infernos |
Perdoem-se
leitores este desabafo que é mais confissão; embora não tenham sido parte duma
dor que senti na pele e na carne que não me era possível sair desse nevoeiro
sem cavalo branco nem sebastião, sempre estiveram comigo nas horas mais más.
Repito: a vida é madrasta e o contar dos dias desanimados e trucidados por mor
de uma maleita indescritível é uma vereda negra que nos amarga os meses
´perdidos dum calendário também perdido e lancinante.
A Raquel e eu |
Hoje
fico-me por aqui na companhia duma Grande Mulher de nome Raquel que me
acompanhou como sempre me acompanha nos dias mais ácidos duma doença que nos
tira o amor à Vida. Depois no sábado virão os filhos e as filhas/noras e os
netos e a neta que são para mim os melhores do Mundo. Do Mundo? Do universo sem
buracos negros nem cassiopeias mas estrelas brilhantes que nos dão o alento
para alcançar o objectivo mais ansiado - viver.