Governo
está
de rastos…
Antunes Ferreira
A
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ndam por aí
magotes de especialistas sobre orçamentos e temas que se lhes relacionam, numa
demonstração evidente de que Portugal deixou de ser um país de poetas para
passar a ser um país de economistas e financeiros – a maioria dos quais, infelizmente,
desempregados. E uma significativa parte destes é, como habitualmente se
sabe, patrocinadora da desgraça, alertadora de tsunamis económico-financeiros
que vêm aí, coveira do Orçamento 2017, em suma defensora do cataclismo
universal, disfarçado de democracia. Que, afinal até à data, felizmente não tem
chegado
N
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ão falo por
falar, falo por experiência própria: em 1995 como assessor para a comunicação
social do então ministro das Finanças passei 58 horas, sem dormir, no Terreiro
do Paço, para acompanhar o processamento da última versão do danado OE. E não
participava na elaboração do…documento. Porém, já integrei a equipa do ministro
que foi à Assembleia da República entregá-lo na versão (ainda) em pastas.
Futuramente teria de esclarecer os jornalistas sobre os pontos fulcrais do OE… E
só vendo podia garantir a mim mesmo que depois não meteria o pé n poça…E ai de
mim que não fosse capaz des responder às perguntas mais estapafúrdias: seria
sujeito às maiores torturas executadas pelo Torquemada ou por um primo muito
chegado a ele importado directamente da Opus Dei, sem IVA e direitos aduaneiros Muitas
vezes sentiria o meu pescoço (e o resto…) a caminho do cadafalso.
Nesta foto tirada no Parlamento há umas caras... |
N
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outras
ocasiões também gravíssimas igualmente suspeitaria de que um cuidadoso e
honesto trabalhador da Camisaria Moderna (cujas camisas não fazem pregas no
peito nem rugas no colarinho) já andaria de fita métrica na dextra tirando-me
as medidas certas do que ainda era o meu pescoço. De noite e em pleno Estio acordaria
pejado de suores frios; pelo contrário no Inverno, mesmo Inverno a sério, os
suores quentes eram tão quentes que dariam para fazer uma canja à maneira: com galinha do campo, claro, ou um
cubo Maggy
D
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izem sapientes
do alto das suas cátedras e dos ecrãs em que se pavoneiam que “O Governo de
António Costa está de rastos, ministros e seus apoiantes parlamentares não há um
só dia que não se entendam, arrastando perigosa e penosamente o poder para o
precipício!!!...” Aliás, precipício há; poder é que não se deixa arrastar.
Valham-nos estas novas pitonisas televisivas, estes comentadores do mais fino
trato,
analistas de inspiração cavaquista “que nunca se enganam e raramente
cometem erros”. Daí até à queda do Governo não custaria nada. Segundo esses iluminados
seria tiro e queda.
JGF - O Toppo Giggio português |
P
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orém basta
uma pequena reflexão para desmontar esta “gigantesca cabala”. Se o BE e o PCP
deliberassem dar cabo do que a direita chamou “gerigonça” (termo que se vai
generalizando, mas de que não gosto nada) nunca mais voltariam a ter a
oportunidade que hoje têm: apoiar no Parlamento um Governo. De quem? Do PSD? Do
CDS? Respondam-me, por favor…
(Este texto
devidamente adaptado foi enviado
como habitualmente aos blogues onde colaboro
“Sorumbático” e “A Zorra da Boavista”)