Depressão e bipolaridade
*Um clique no interruptor cerebral
Antunes Ferreira
Hoje, sexta-feira, 7 de Abril de 2023, em que começo a
escrever este texto tenho forçosamente de avisar e simultaneamente pedir
desculpa a quem ainda me lê porque se trata de assunto pessoal e como tal sem
interesse. Mas trata-se de um desabafo que deixo aqui para que fique registado e
dele seja dado conhecimento àqueles que são minhas Amigas e meus Amigos.
Infelizmente e como julgo que sabem – não o tenho escondido –
sou bipolar, o que quer dizer sujeito a alterações de humor e sensibilidade sem
razões justificativas por causas intrínsecas. É como se fosse um interruptor
que serve para ligar – e desligar obviamente – a disposição de um individuo,
para o caso eu.
Num dia estou bem disposto escrevendo estórias com algum
interesse e ironia q.b. (julgo eu e avalisadas pelos comentários que suscitam…)
e de repente caio numa negação onde tudo se torna complicado e emaranhado sem
ponta por onde se lhe pegue. É triste, mas infelizmente é assim!
Poderão perguntar o que têm a ver com este texto e a única
resposta que posso dar já a escrevi acima: é tão só um desabafo que resolvi
partilhar convosco e simultaneamente um teste que faço a mim próprio: serei ou
não capaz de escrever sobre o assunto. Pelos vistos ainda sou mesmo que sem
grandes rasgos de criatividade.
Mas, afinal, o que é a bipolaridade? Para tentar compreender
o que ela é recorro a definições médicas. De outra maneira nem eu (portador
dela) nem quem se der ao trabalho de ainda me ler entenderá minimamente o que
acontece comigo e com todos os que sofrem da bipolaridade.
A doença bipolar, tradicionalmente designada doença maníaco-depressiva,
é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com
crises repetidas de depressão e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode
predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As
crises podem ser graves, moderadas ou leves.
As alterações do humor,
num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções,
nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da
autonomia da personalidade. Não é, portanto, uma situação agradável bem
pelo contrário. Perturbação afetiva bipolar
(PAB) ) ou transtorno afetivo bipolar (TAB) (é uma perturbação mental caracterizada pela
alternância entre períodos de depressão e períodos de ânimo intenso. O ânimo intenso é
denominado mania ou hipomania, dependendo da gravidade ou se estão
ou não presentes sintomas de psicose. Durante o período de mania a pessoa
comporta-se ou sente-se anormalmente enérgica, contente ou
irritável
.
Os doentes
geralmente realizam decisões irrefletidas ou sem noção das
consequências. Durante as fases maníacas a necessidade de sono tende a ser
menor. Durante as fases depressivas a pessoa pode chorar, encarar a vida
de forma negativa e evitar o contacto ocular com outras pessoas. O risco de suicídio entre as pessoas com a doença é
elevado, sendo superior a 6% no prazo de vinte anos. Entre 30 e 40% das pessoas
com a condição praticam automutilação.] Estão geralmente associados à perturbação bipolar outros problemas
mentais, como perturbação de ansiedade e perturbação por abuso de substâncias.
As causas
ainda não são totalmente compreendidas, mas tanto fatores ambientais como genéticos têm influência. Muitos genes de pequeno efeito contribuem para aumentar o risco. Os fatores ambientais incluem antecedentes de abuso infantil e setresse de longa duração.[ A doença divide-se em "perturbação bipolar do tipo 1",
quando existe pelo menos um episódio maníaco, e "distúrbio bipolar do tipo
2", quando existe pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio
depressivo maior. Em pessoas com sintomas menos graves e de longa duração
pode-se estar na presença de ciclotimia.
Quando esta condição tem origem em problemas médicos é classificada à parte.] Podem também estar presentes outras condições, incluindo perturbação da hiperactividade com défice de atenção, perturbações de personalidade,, perturbação por abuso de substâncias e uma série de condições médicas.
Com estas
transcrições julgo ter alcançado o propósito que aqui me trouxe. Espero
não cair na pior hipótese ou seja agravar a situação e continuar a escrever –
pelo menos como terapêutica ocupacional.