profissão: morte
Antunes Ferreira
Carregar
aos ombros um caixão era pesado mesmo sendo seis os gatos-pingados, pensava
Ricardo
Mendes Simões que já o fora e agora era quem organizava o serviço da
Agência Funerária
Bomsossego. Tratava
de colocar a bandeja onde os assistentes ao velório e à missa de corpo presente
e até ao funeral depositavam os respectivos cartões-de-visita com um canto
dobrado e sp manuscrito.
Mas tinha
mais funções, desde colocar “em ordem” as coroas e as palmas de flores, como
providenciar que os cirios se mantivessem acesos, até à colocação da urna na
carreta funerária e a
retirada dela à chegada ao cemitério. Profissão de enorme
responsabilidade.
O velório na casa mortuária da igreja da Penha
de França estivera muito concorrido, tinham
passado
a noite a viúva e os órfãos, um com 28 anos, advogado, outro com 26, gestor.
Como
as
exéquias com missa de Requiem se tinham prolongado, a assistência era muita, a
partida
para
o cemitério esteve um pouco atrasada. Nada de importância, uns minutos. A
propósito e
segundo
a Wikipédia o Velório é uma
cerimónia fúnebre em que o caixão do falecido é
posto
em
exposição pública para permitir que parentes, amigos e outros interessados
possam honrar
a
memória do defunto antes de ser sepultado; a sua duração é
variada: de poucas horas a
mais
de um dia, podendo inclusive acontecer durante
a madrugada.
Geralmente
o velório é realizado em casas mortuárias de capelas ou igrejas embora possa ser feito
em outros lugares - especialmente quando o morto foi uma pessoa célebre,
realizando-se neste caso em
sedes de governo ou de instituições, palácios, câmaras municipais, bibliotecas, etc.
É provável que a este costume se tenha originado na Idade Média quando os copos e pratos eram
feitos de estanho..A mistura de bebida alcoólica com o óxido de estanho causava uma espécie
de narcoplrxia.. Já no século XVII os mortos permaneciam na cama antes de serem enterrados
rodeados de médicos e familiares. Foi o caso de Georges Washington.
sedes de governo ou de instituições, palácios, câmaras municipais, bibliotecas, etc.
É provável que a este costume se tenha originado na Idade Média quando os copos e pratos eram
feitos de estanho..A mistura de bebida alcoólica com o óxido de estanho causava uma espécie
de narcoplrxia.. Já no século XVII os mortos permaneciam na cama antes de serem enterrados
rodeados de médicos e familiares. Foi o caso de Georges Washington.
Um
dos motivos para a realização do velório é para ter certeza que o morto está
realmente morto. Para isto
estipularam o prazo de 24 horas, Tem também o lado religioso, que dizem que é preciso aguardar 24 horas para o
finado ser sepultado, pois o espírito do morto continua ainda presente. Uma das coisas mais intrigantes é que
após um tratamento chamado Tanatopraxia é o procedimento de preparação do cadáver para o velório ou
funeral, Pois assim o corpo não sofrerá, pelo tempo solicitado pelos familiares, as decomposições naturais.
estipularam o prazo de 24 horas, Tem também o lado religioso, que dizem que é preciso aguardar 24 horas para o
finado ser sepultado, pois o espírito do morto continua ainda presente. Uma das coisas mais intrigantes é que
após um tratamento chamado Tanatopraxia é o procedimento de preparação do cadáver para o velório ou
funeral, Pois assim o corpo não sofrerá, pelo tempo solicitado pelos familiares, as decomposições naturais.
A razão da prática da tanatopraxia é evitar que o cadáver
se transforme num perigo potencial para a
higiene e saúde pública, pois, foi possível
registar numerosos casos de acidentes infecciosos provocados
pelos restos mortais. Na verdade as bactérias não patogénicas
num ser vivo perduram depois da morte. No
caso de se tentar evitar a decomposição
do corpo, é utilizada a técnica de aplicar injecções de produtos
bactericidas,
com o objectivo de destruir as bactérias existentes como também de estabelecer um
ambiente
asséptico
capaz de resistir a uma invasão microbiana. Corpos mutilados
também recebem tratamentos
de
restauros e cosméticas para tentar
restituir o aspecto natural dos traços do defunto
com o objectivo de
atenuar o sofrimento dos familiares.
O cortejo funerário seguira para o
cemitério do Alto de São João, e à passagem dele assistiam
algumas pessoas
entre as quais se benziam. Chegados ao cemitério os assistentes com o padre à
frente
dirigiram-se à campa onde o sacerdote encomendou o corpo, quatro
coveiros desceram o esquife
para a cova e o filho mais velho deitou um punhado
de terra sobre o ataúde; os coveiros começaram
o seu trabalho. Tudo isto era
acompanhando por choros e orações. Regressados… Não vale a pena
O
Ricardo Simões que morava na Rua Peão da Meia Laranja,
num terceiro andar, com a esposa e três filhos e duas filhas (o que
era raro…) gostava de ali viver,
num terceiro andar, com a esposa e três filhos e duas filhas (o que
era raro…) gostava de ali viver,
mas, só tinha uma merda, a droga. Ele tinha vergonha de ver aquilo e quando o visitavam, quando a
deviam ter eram os drogados. Porém tinha de conformar-se. O apartamento era muito bom, deixara-
lo a mão viúva e fora remodelado há oito anos. Ficara uma maravilha no espaço disponível. Cinco
quartos todos com casa de banho, uma grande cozinha, uma sala de jantar, uma sala de visitas, o
escritório dele e uma dispensa. Uma varanda a todo o comprimento da sala de jantar e com uma
largura de mais ou menos cinco metros coberta por um toldo de correr. Nela estava “plantado um
guarda-sol uma mesa grande e dez cadeiras tudo em madeira.
Pelas
tardes e noites do Verão, do Outono e da Primavera (se assim se podia dizer
pois estavam as
estações baralhadas, quando devia chover o sol aparecia e vice
versa, se devia haver frio surgia um
calor de espanto, enfim, os homens também
assim estavam…) era ali que ele e a esposa (de seu
nome Maria Rosa Saraiva
Simões) passavam um bom bocado lendo os jornais do dia e as revistas ,
vendo televisão, naturalmente tinham mais três plasmas, um na sala de jantar
outro na de visitas e
outro no quarto do casal.
Um
dia que o Mendes Simões nunca esquecerá aconteceu numa quinta-feira pelas duas
da tarde.
Os assistentes ao funeral de um coronel reformado, encabeçados pelo
sacerdote iam dirigindo-se
para a cova quando, de repente, do caixão ouviu-se
uma voz em altos gritos “Parem! Parem! Não
quero ser enterrado vivo!!!” O padre
pareceu ajoelhar-se mas caiu de borco, duas senhoras
desmaiaram, a malta voltou
as costas alguns desataram a fugir, “Mas que desgraça!!! Que coisa
horrível!!!
Valha-nos Deus!!!””
O Zacarias disse para o Rebelo, ambos iam na procissão de
acompanhantes “saíste-me um bom
ventrículo,,,”