Ainda o Mundial do Qatar
* Onde "também
aparece" a China ...
Mais uma
contribuição do Alberto Guimarães que revela a intervenção no Mundial 2022 no
Qatar dum país que cada vez mais é uma grande potência no palco do Mundo. O
recente episódio do balão/espião chinês abatido por um caça F - 22 Raptor, trouxe à cena aquilo que já o nosso Eça de
Queiroz rotulava de “perigo amarelo”. Premonitório?
Antunes Ferreira
Os tempos do Mundo dividido entre duas
grandes potências já deram o que tinham a dar? Sem recuarmos muitos séculos na
História salta à evidência o tratado de
Tordesilhas entre o reinos de Portugal e da Espanha unificada com os
reis Católicos, que contemplava as terras descobertas e ou conquistadas pelos
navegadores e militares dos dois reinos.
Mas aí ainda se registava o papel predominante
do papado. A autoridade dos papas levava que estes através de bulas
determinassem se os acordos (e foram vários antes de se alcançar Tordesilhas)
eram ou não válidos em conformidade com o direito eclesiástico. Bem, não fora exactamente
assim; como em todas as negociações nos bastidores reinaram os “arranjinhos”, o
“disse-que-disse-mas-não-disse”, as intrigas, a corrupção enfim. Zangam-se as comadres…
Salte-se, agora no tempo para se chegar às
conferências de Yalta e Potsdam onde os chefes dos governos dos Estados Unidos,
Reino Unido e União Soviética no pós II Guerra Mundial dividiram a Europa (e o
Mundo) em zonas comunistas e não comunistas. Estava iniciada a Guerra Fria,
onde a meaça nuclear estabeleceu um “equilíbrio” precário, mas também subsistiram
conflitos armados e bem sangrentos por todo o Mundo com ameaças reciprocas.
De qualquer forma, este orbe terráqueo em que
vivemos (ou melhor sobrevivemos) habituou-se à existência de duas
superpotências que se foram armando cada vez com maior poder de fogo,
acentuando-se assim a dicotomia simplista entre o “BOM” e o “MAU”.
Entretanto outros países foram adquirindo a tecnologia nuclear e fabricando as
suas próprias bombas e mísseis,
De todos o mais preocupante é, sem margem para
dúvidas, a Coreia do Norte de Kim Jong-un, cujo potencial parece ser perigosíssimo.
Trata-se de um país realmente incompreensível: o povo passa fome, os militares
são tratados nas palminas como heróis e considerados o esteio da nação. Contudo,
por mais ameaçador que seja o seu discurso, subsiste a divisão entre as duas superpotências.
Contudo do lado do Kremlin com a queda da URSS
houve mudanças apreciáveis. Sobretudo a nível militar. De acordo com “especialistas”
Moscovo perdeu a potência que tinha ou, pelo menos, uma parte dela. A aventura
da guerra da Ucrânia parece indicar que a máquina castrense da Federação Russa
já teve melhores dias.
No entanto, ainda é cedo para se tirarem
conclusões sobre o tema pois guerra está
longe de ter fim. Acordos de paz – onde estão ou estarão eles? O recurso aventado
pelo czar Vladimir Putin à arma nuclear não me parece ser muito preocupante. A
retaliação nos mesmo termos seria a catástrofe mundial. A III Guerra não se
descortina no horizonte. E ainda a procissão saiu há um ano do adro.
Neste quadro bipolar cada vez mais se vem
acentuando o papel importantíssimo da República Popular da China que se tornou
na segunda potência económica do Mundo. As suas empresas começaram por “invadir”
países do Terceiro Mundo mas depressa se estenderam pela Terra inteira. A princípio
as “lojas dos chineses” que têm “tudo” foram-se instalando discretamente e bem
assim os restaurantes.
Temos entre nós, aqui em Portugal o exemplo
disso: não há sitio por mais pequeno que seja que não tenha uma “loja do chinês”
onde se pode adquirir desde roupa e artigos escolares a electrodomésticos. Há grandes
armazéns que abastecem os revendedores e a cadeia não tem fim. Com maior ou
menor dificuldade linguística eles continuam a vender “tudo” e a preços mais
baratos. Longe vão os tempos dos chineses que vendiam gravatas nos
Restauradores e no Rossio.
Por outro lado empresas chinesas foram entrando
em portuguesas, desnecessário se torna lembrar EDP. Este é o panorama no nosso país à
semelhança aliás do que se passa noutros. Convém não esquecer a actividade das
Tríades, as mafias chinesas que por toda a parte controlam a actividade comercial
dos cidadãos oriundos da RPC, nomeadamente de Macau.
Isto leva-me a publicar o texto que se segue.
Deve ler-se com tenção poi ele é bem esclarecedor do papel da China de hoje no
Mundo.
Qual foi o país que ganhou a Taça do Mundo
FIFA de 2022? Se a sua resposta for Argentina, está certo, é a verdade, mas há
outro país que ganhou o Mundial sem jogar uma única partida. E esse país foi a
China. Se não concorda com o que aqui lhe dizemos, vamos apresentar as dez (10)
maneiras pelas quais a China trabalhou silenciosamente nos bastidores da
competição que decorreu no Qatar...
Primeiro: Os edifícios da toda a cidade que englobaram os estádios, os hotéis, os edifícios administrativos, as instalações das delegações, das equipas, treinadores e acompanhante, dos árbitros, dos dirigentes da FIFA, dos elementos do Qatar que fizeram a ligação com os participantes e outros, os centros de informação, etc. receberam electricidade verde de uma central de energia solar de última geração construída pela Power Construction Corporation na China.
Segundo: As pessoas foram levadas para onde precisavam ir numa frota de 888 autocarros totalmente eléctricos, fabricados pela Yutong Bus, uma empresa chinesa que se tornou discretamente, até onde se sabe, a maior fabricante de autocarros do mundo.
Terceiro: O estádio principal foi construído pela China Railway Construction
Corporation: a empresa que surgiu na África, na Europa e no mundo,
conhecida pela sua capacidade excepcional de criar infraestrutura em ambientes
desafiadores.
Quarto: O que é um evento desportivo sem lembranças? Estima-se que
quase 70% das mercadorias relacionadas com o Mundial 2022, desde bolas de
futebol a bandeiras, camisetas e apitos, vieram de um único local na China,
uma cidade no sudeste da China chamada Yiwu.
Quinto: Um grande reservatório especialmente construído para fornecer água potável para atletas e assistentes foi construído pelo Gezhouba Group, de Wuhan.
Sexto: A construção dos estádios exigiu uma grande quantidade de equipamentos pesados, de enormes máquinas de terraplenagem a guindastes - cerca de 100 deles foram fornecidos pela empresa chinesa Sany Heavy Industry, uma das maiores construtoras do mundo.
Sétimo: O mais inovador era o passo diagonal 974, que podia ser desmontado e remontado em qualquer lugar. O projecto de 974 blocos foi projectado por um arquiteto espanhol da China International Marine Container.
Oitavo: Observou todas as luzes de LED em todos os lugares? Eles vieram do Grupo
Unilumin na China.
Nono: A maioria das pessoas diz que os condicionadores de ar são necessários para
sobreviver naquele ambiente — e a Midea da China forneceu 2.500
aparelhos de AC para o evento.
Décimo: Por último, mas não menos importante, este foi o evento desportivo mais
caro da história do mundo e precisava de muito apoio corporativo. Dezanove
(19) empresas chinesas se inscreveram para patrocinar o
evento, claro através de publicidade.