2016-08-12



CONCURSO
Premiados

F
inalmente aqui vão os resultados do nosso Concurso. Mas, antes de tudo quero registar o (pouco) interesse das/os potenciais concorrentes. Das/os habituais comentadoras/res (que são muitas/os…) apenas responderam 16 (dezasseis). É pouco, para mim é muito pouco. O que me leva a repensar o tema e o próprio concurso e a sua dificuldade. Vou reflectir, mas a decisão final penso que penderá para o não. A ver vamos.


C
omo sabem não sou de arcas encoiradas ou reservas, escrevo este texto seguindo a maneira que sempre tentei usar para o melhor ou para o pior. Gosto de dizer as coisas de frente para quem as quer ouvir e principalmente para quem as não quer.


D
aí dizerem que sou uma prima donna um arrogante, um nariz empinado enfim um petulante… Nada disso, creio ser um tipo vertical, honesto, amigo das/os minhas/meus Amigas/os, respeitador de todas as opiniões desde que não sejam insultuosas, e verdeiro. Confesso que também um desbocado, mas a caminho dos 75 anos não vou mudar; os meus pais (infelizmente já falecidos) perderam a fôrma que utilizaram para me fabricar…


P
osto isto quero agradecer a todas/os que participaram neste concurso. Foi com um enorme prazer que recebi as respostas que fizeram o favor de me remeter.



Primeiros prémios - Vencedores/as (as/os que mais se aproximaram das respostas certas… pois não houve quem acertasse na mouche) Rui Espírito Santo e Teté    

Prémio de mérito: Tais (por ter respondido do outro lado do Atlântico)

Segundo prémio Teodomiro Marcelino (que até fala portunhol)
Terceiro prémio: Janita (pela pesquisa)

Outros participantes:
António Pedro Barroso
Redonda
Francisco Clamote
Majo Dutra
Pedro Coimbra
Afrodite
Ematejoca
Céu
Agostinho
Cidália e
Silenciosamente ouvindo.

Qjs & abçs para todas/os
Henrique, o Leãozão

Peço aos premiados para me mandarem por imeile as respectivas moradas para poder enviar os prémios. Obviamente o custo dos envios é da responsabilidade da NOSSA  TRAVESSA





Ó Elvas,
ó Elvas,
Badajoz
à vista

Antunes Ferreira

E
mbora já tenha abordado o assunto – ainda que pela rama, numa resposta dada à Janitamiga, comentadora – tenho de voltar-lhe, pois parece-me de algum interesse. Trata-se de algo que me despertou para a realidade triste, mas verdadeira. Por certo que já ouviram falar dele, mas por vezes as pessoas retraem-se convencidas (por elas próprias ou por pressão de outras) e escusam-se de denunciar o que se está a passar no domínio das finanças e da economia entre os dois países ibéricos.

A autoestrada do lá vai um...


P
or isso estou a pensar em mudar-me para Elvas e ali passar a viver; para o Caia não porque é um local quase despovoado onde até uns anos não havia sequer uma ATM. E se calhar ainda não há… Além disso tem uma bomba de gasolina que até mete dó e pode classificar-se como o lá vai um; e se calhar nem esse um lá vai…. O preço é português e logo ao lado é espanhol…Quase como a A6 normalmente deserta, que se dizia ser destinada a trazer espanhóis para Portugal e vice-versa. Um flop. Estou decidido: escolho Elvas. De resto o Paco Bandeira já cantava Ó Elvas, ó Elvas, Badajoz à vista, mas tenho de concluir que não nasci para contrabandista… E que, por obra e graça do acordo de Schengen já não há fronteiras.

A
brevio. Passei por Estremoz onde fica a casa dos meus compadres Pereiras progenitores da minha filha/nora Margarida, ficámos, a Raquel e eu mais eles na boa cavaqueira e depois seguimos para Badajoz. Voltaríamos no dia seguinte pela tardinha, depois de nos alojarmos no Hotel Lisboa, bastante degradado; mas o pessoal dele trata-nos nas palminhas. Jantámos no centro da cidade, uma refeição carota, mas muito saborosa. Que diferença sobre o tempo em que se ia lá para comprar caramelos. É preciso dizer que enquanto Elvas tem 85 mil habitantes, Badajoz já alcançou os 150 mil!
15 minutos entre Elvas e Badajoz

J

á não íamos a Badajoz há uns três ou quaro anos e agora pudemos constatar que naquele restaurante dos oito empregados de mesa, seis eram… lusitanos. À conversa com um deles ficámos a saber que vive em Elvas e bastam quinze minutos para chegar ao trabalho - porque ali há trabalho. Os outros camaradas eram de Rio Maior, Vila Boim, Barbacena e Santa Eulália. “Aqui ganha-se mais do que em Portugal e se um homem não aprovêta está mesmo fodido, desculpe minha Senhora.”

N
a quinta-feira fomos às compras, tendo corrido três hipermercados e um centro comercial. Há doidos para tudo… Lá voltou o espanto: o salário mínimo em Espanha é €655 e em Portugal está nos €530; pois os preços são mais baixos do que no nosso país. Por isso os portugueses que vão comprar coisas a Badajoz são quase metade dos clientes. Não vale a pena compara-los (os preços) pois as diferenças são evidentes. Reina o pague dois leve tês. À saída de um deles (não digo nomes para evitar a publicidade grátis) a caixa tinha um dístico na blusa: Maricarmén.

Rebaptizaram-me...


Q
uando nos ouviu falar imediatamente informou: “também sou portuguesa e chamo-me Maria do Carmo; mas estes filhos da puta – desculpe-me minha senhora - rebaptizaram-me...” Em tom baixo disse-nos que era de Vila Fernando onde o casal de filhos ficava durante o dia com a avó, pois o marido era mecânico de automóveis no bairro de Valdepasillas, numa oficina de Seats. E acrescentou quase num sussurro que ali ganhava-se muito melhor do que no nosso país. Disfarçou, pois passava o gerente.
F iquei a pensar em Olivença/Olivenza com os seus brasões portuguesas e com os velhos a falar um portunhol ressabiado. “Temos que volver a nuestra Pátria que não es Espanha es Portugal”. Sendo ou não sendo são águas passadas, porém aqui não há muitos portugueses de visita. Não há hipermercados, nem sequer supermercados. Donde não há compras. Por isso só um saudosismo espúrio leva até lá os turistas lusitanos. Que me perdoem os membros dos Amigos de Olivença

Que diferença!!!

A
ntes de voltar à santa terrinha ainda fui atestar o depósito do meu Hyundai numa bomba pertencente a uma grande superfície. O litro é de €1,12; aí sim, com o recibo das compras há um desconto e assim fica a €1,09; em Portugal é de €1,44 e com desconto máximo ficamo-nos nos €1,29. E embora se continue a dizer que “de Espanha nem bom vento, nem bom casamento” mantenho-me na minha: penso que vou mesmo morar em Elvas…