As maçãs do milionário
*Mário Soares de bochechas jornalísticas
Antunes Ferreira
Desembarcara
em Nova Iorque e tudo lhe causara um espanto desmedido. Já Lisboa o embrulhara
em pânico com tantos prédios altos, ruas cheias de automóveis, autocarros,
camiões, motas, bicicletas e gente nos passeios e, sobretudo, nas lojas. E que
lojas, Senhor Deus! E que moçoilas! Sem lenços nas cabeças, decotes de pôr as
mamas à mostra e rolar as cabeças de cima e de baixo.
Justino Mendes Santos tinha vinte e oito anos, cumprira uma comissão de serviço militar na Guiné, regressara à sua terra natal a aldeia de Caveias do distrito de Viseu Com os pais já falecidos e onde viera descobrir que a sua namorada e madrinha de guerra se entregara ao sacana do Zé do talho e com ele já vivia de cama e bucha.
Por isso abalara para a capital depois de vender a courela de vinho que herdara dos pais e estes dos avós e com os poucos escudos, juntos com as economias que fizera na tropa abrira uma taberna ali a Alcântara, a Estrela de Viseu onde conseguira atrair camaradas do seu batalhão, patrícios e outros mais.
Contudo depressa se apercebera que não tinha queda para o negócio ou, pelo menos, pensava assim. Passavam os meses e as contas aumentavam. Os fornecedores que, ao princípio eram todos falinhas mansas, pancadinhas nas costas e dá cá o meu, passaram a perguntar-lhe quando é que saldava as dívidas que se iam acumulando que não eram a santa casa da misericórdia, muito menos o montepio, etc. e tal.
e um
momento para o outro deu uma cabeçada na puta da vida: trespassou o
estaminé, perdendo uma bolada de massa mas pagando tudo a quem devia. Depois
meteu-se no autocarro para Viseu dali alugou um táxi só para ir a Caveias e
entrar no talho e dar um enxurro de porrada no cabrão do Zé Manel Carvalho, um
caralho que o atraiçoara estando ele debaixo de fogo do PAIGC na bolanha próxima
de Mansoa.
Voltara então à cidade das sete colinas (nome bem posto, andava-se sempre a subir e a descer…) mas as poucas notas do Pedro Nunes (isto é de cem escudos) voavam com tamanha rapidez que em pouco tempo quase diariamente recorria às sopas da Mitra para enganar a tripa. Raio de vida. Foi numa bicha para a “sopa do Sidónio” que se encontrou com o Formosinho, primeiro-cabo n.º 8765/63 seu camarada de guerra e de pelotão.
O gajo ia emigrar para a América, mais precisamente para os Estados Unidos onde havia dólares à fartazana. Estava a tratar da papelada. Se calhar também ele, Justino, podia aventurar-se, o sonho americano estava ali era só atravessar o Atlântico. E, voltas e reviravoltas, passaporte, vacinas, documentos aos montes, aplications, visas, ele – talvez por caturrice – andara a tirar um curso de inglês e não se safara mal, donde nos serviços da imigração dos EUA a coisa correra muito bem, não enjoou no oceano, chegou e foi-se ameraquizando.
Decorreram anos, decénios acumularam-se e no Estado de Washington um grande Empório tinha-se instalado na base do cultivo intensivo das maçãs especialmente da variedade Gala. À frente do gigantesco empreendimento encontrava-se um… português de seu nome Justino Mendes Santos. A marca JUSTIN’S percorria os USA de lés a lés transportada em camiões gigantes com atrelados, comboios, navios, aviões cargueiros em frotas inumeráveis cujo logótipo se tornara conhecido pelo Mundo inteiro.
O JUSTIN’S APPLE JUICE ganhara
a alforria mundial e quase todas as companhias de transportes aéreos o incluíam
nos seus cardápios, aliás gratuitos. Havia a JUSTIN’S CIDER com vários
teores alcoólicos e até a zero %, tendo mesmo um «champanhe». A JUSTIN’S
APPLE PIE era considerada ao mesmo nível que a McDonald’s e
esta já a incluía nas suas happie hours bem como a Pizza Hut e a KFC.
Uma pergunta recorrente nos Estados Unidos e não apenas no país, era saber como chegara a uma tamanha posição o Mr. Justino Mendes Santos, “caído de para-quedas-sem-rede” em Nova Iorque nos idos dos sessenta. Um dos mais interessados na solução do mistério era o director do The Seattle Times, Rudolph D. Simpson. Desde que assumira o cargo, o ex-senador e agora jornalista não deixava passar um dia que fosse sem matutar na forma de dar à estampa a estória do Império JUSTIN.
A sua
terceira filha Margarida (Margareth para uso local) namorava com um tipo
estranho, vejam lá um portuga radicado em terras americanas ia para cinco anos
e a quem o Mister Simpson arranjara trabalho como faz-tudo no periódico, um cidadão
desenrascado, pronto para o que desse e viesse e que, não fosse o diabo
tecê-las, estava ali à mão, pois por mais liberal que o republicano fosse (até
votara no Trump) ainda pensava ter o controlo da caçula.
Quando o Mário Soares – por incrível que parecesse era esse o nome do
mancebo – entrou no sanctum sanctuorum, o gabinete do director, e o informou
que tinha uma entrevista marcada com o Mr. Justino Mendes Santos, Rudolph
esbugalhou os olhos, Apontou-lhe um dedo da mão direita, o do meio, e
vociferou: “You're kidding me! Get out there! Consider yourself fired! This newspaper
is a serious house, I myself do not tolerate rude jokes. Get out!
Porém o tal Mário Soares (por sinal com bochechas muito parecidas com as do falecido original) não se encolheu e avançou intimorato para a enorme secretária de mogno e apresentou ao perplexo ex-senador o passe-convite para o encontro que iri acontecer justamente naquela tarde pelas seis horas (TMG) acrescentando que lhe parecia conveniente ser acompanhado de repórter fotográfico.
“Certainly. You can deal directly with the subject with the photo cabinet. And good
luck!” Soares partiu para a entrevista com o fotógrafo a reboque e já no
escritório de Mr. Justino começou por perguntar-lhe como começara com o ciclópico
negócio das maçãs. “Foi por acaso, mas muito simples. Resumo. Três dias
chegaram para esgotar os magros dólares que tinha conseguido arranjar no
mercado negro em Lisboa e já comera uma sopa deslavada no Exército de Salvação quando
dei por mim sentado na beira dum passeio no qual havia um senhor de chapéu de
palha e avental às riscas azuis, vermelhas e brancas que vendia comida,
sobretudo maçãs, num carrinho estacionado com um toldo estendido.”
“Reparei que caída junto a uma sarjeta estava uma maçã talvez do carrinho do tal senhor.
Mas tinha fome; por isso apanhei-a e quando ia dar-lhe a primeira dentada
decidi limpá-la do pó e fi-lo cuidadosamente com o meu lenço. Ficou a brilhar.
Um sujeito que passava ao vê-la perguntou-me «How much?» Hesitei. O homem do
carrinho tinha o preço marcado por maçã: $05. Eu disse: $04. O tipo passou-me a
moeda e levou o fruto.”
“Começou assim. Juntei mais uns míseros trocos que ainda tinha nos bolsos e comprei meia dúzia de maçãs; comi uma e vendi cinco. Finalmente as coisas começavam a correr-me satisfatoriamente…” Mário Soares (o das bochechas jornalísticas) não se conteve: “E foi seguindo sempre assim que chegou a multimilionário?”
Justino soltou uma sonora gargalhada, deitou fora o caroço duma azeitona de Elvas que comia enquanto falava e disse, folgazão: “Quando ia nas 2.064 maçãs e pensava comprar uma lojeca, morreu em Caracas um tio milionário que emigrara para a Venezuela e enriquecera a vender comida e bebida para os exploradores do petróleo e deixou-me toda a sua fortuna em herança!”
Curiosidades
O saber não ocupa
lugar!
Esta lista foi-me
enviada por um bom Amigo com quem não me encontro há vários anos que é o
Coronel Dr. José Magalhães Pequito. Trabalhámos juntos na Ordem dos Revisores
Oficiais de Contas e somos ambos sportinguistas – o que é uma honra. É
realmente um rol de curiosidades que A NOSSA TRAVESSA regista, com um
abração de amizade e agradecimento ao remetente.
*O vidro
demora um milhão de anos para se decompor, o que significa que nunca se
desgasta e pode ser reciclado um número infinito de vezes! *O ouro é o único
metal que não enferruja, mesmo estando enterrado no solo por milhares de
anos. * A língua é o
único músculo do corpo que está ligado apenas a uma extremidade. * Se
parar de ficar com sede, precisa beber mais água. Quando o corpo humano
está desidratado, o mecanismo de sede é desligado. * Zero é o único
algarismo que não pode ser representado por algarismos romanos. * Beber
água depois de comer reduz 61 por cento do ácido na boca. * O óleo de
amendoim é usado para cozinhar em submarinos, porque não deita fumo a menos
que seja aquecido acima de 450 F ou 232 C. * O barulho que
ouvimos quando colocamos uma concha junto ao nosso ouvido não é o oceano, mas
sim o som do sangue correndo nas veias da orelha. * Nove em cada 1ez
seres vivos vivem no oceano.
* A banana não se
pode reproduzir por si só. Ela só pode ser reproduzida pela mão do homem. * Aeroportos em altitudes
mais elevadas requerem uma pista mais longa, devido à menor densidade do
ar. * A Universidade
do Alasca abrange quatro fusos horários. *O dente é a
única parte do corpo humano que não se pode curar ou
regenerar. * Na Grécia
antiga, atirar uma maçã a uma mulher era uma proposta de casamento. Pegá-la
significava aceitar * A Warner
Communications pagou 28.000 mil dólares pelos direitos de autoria da
canção “Parabéns a Você”. * As pessoas
inteligentes têm mais zinco e cobre no seu cabelo. * A cauda de um
cometa aponta sempre para longe do sol. * A vacina contra
a gripe suína em 1976 causou mais mortes e doenças do que a doença pretendia
evitar. * A cafeína
aumenta o poder da aspirina e outros analgésicos, é por isso que é encontrada
em alguns medicamentos. * A saudação
militar é um gesto que evoluiu desde os tempos medievais, quando os
cavaleiros de armadura levantavam suas máscaras para revelar sua identidade. * Se
estiver no fundo de um poço ou abaixo de uma chaminé alta e olhar para cima,
verá as estrelas, mesmo estando no meio do dia. * Quando uma
pessoa morre, a audição é o último sentido a desaparecer. O primeiro sentido
perdido é a visão. * Nos tempos
antigos, os estranhos apertavam as mãos para mostrar que estavam desarmados. * Os morangos e o
caju são os únicos frutos cujas sementes crescem na parte exterior. * Os abacates têm
calorias mais altas do que qualquer outra fruta: 167 calorias para cada cem
gramas. * A Lua afasta-se
da Terra cerca de dois centímetros por ano. * A Terra fica cem
toneladas mais pesada a cada dia devido à queda de poeira
espacial. * Devido à
gravidade da Terra é impossível as montanhas serem mais altas do que 15 mil
metros. * Soldados em
formatura não podem marchar quando atravessam pontes, porque poderiam criar
vibração suficiente para derrubar essas pontes. * Tudo pesa um
por cento menos no equador. * Para cada quilograma
adicional de carga num voo espacial, 530 quilogramas adicionais de
combustível são necessários para a descolagem. * A letra J não
aparece em qualquer lugar da tabela periódica dos elementos. |