2023-08-15

 

Um puto muito especial

*Do «Marco do Correio» à degolação

Antunes Ferreira

Querem que vos conte uma estória? Se me disserem que não, estou-me marimbando pois vou contá-la – sem espinhas. Sem favor, têm de se ir habituando, porque foi assim que, entre lençóis, os meus pais me produziram sem licença industrial. Chamo-me Henrique Armando Antunes Ferreira e a origem deste onomástico resulta da agregação do nome dos meus falecidos pai e padrinho: Henrique Silva Ferreira e Armando Antunes (irmão da minha mãe, Glória). Portanto Henrique Armando Antunes Ferreira. Donde, o «nome de guerra»: Antunes Ferreira. Meia-volta, volver, em frente, marche! – berra os oficiais e sargentos para os soldados devidamente organizados; nesta estória, eu sou um pelotão com um puto só. Vigarice.


O Telefunken comprado na Alemanha

Andava eu entre os seis e os dez anos, frequentava a escola Mouzinho da Silveira (1) desde a primeira até à quarta classes, era considerado um bom aluno – mas tinha o meu «violino de Ingres»: adorava música, e, em especial, cantar. Sem falsos ou petulâncias, as pessoas diziam que eu tinha uma bela voz e um ouvido sensível; e eu concordava e quase aos 82 anos (comemoro-os a 20 de Setembro) continuo a concordar… Pois, logo aos sete anos, ouvia com redobrada atenção tudo o que tinha o timbre musical num radiotelefonia Telefunken que o meu progenitor tinha comprado na Alemanha Ocidental, quando ali se deslocara em serviço profissional, pago pela FNPT (Federação Nacional dos Produtores de Trigo) empresa corporativa onde ele trabalhava.




Alberto Ribeiro - brilhantina e bigode tira-linhas

Esse Telefunken teve par mim uma enorme influência. Era com ele que eu passava os meus tempos livres (que eram bastantes e bons…) a ouvir todas as espécies de cantigas e canções, das quais, não sei porquê, me caiu no goto: o «Marco do Correio» interpretada por um cantor chamado Alberto Ribeiro, que tinha atrás dele um ror de miúdas. Era um tipo bem alinhavado, todo brilhantina e bigode tira-linhas. Nos espectáculos ao vivo, usava um smoking branco e sapatos de verniz. Donde, a multidão de jovens que, mais do que o aplaudiam, o adoravam! [(Dizia o meu padrinho que o «devoravam»); a propósito do primeiro-sargento Armando Antunes, foi ele que me inoculou o sportinguismo!]

Nesta altura, é absolutamente necessário divulgar-vos que de tanto ouvir a deliciosa canção, até a memorizei. E com tinham surgido dúvidas, na antevéspera do Natal, que sempre se comemorava  n nossa casa, eu, todo aperaltado, blazer azul de malha tricotado pela minha mãe, empertigadíssimo, disparei: 


... de portinha ao centro...

«Marco do Correio / De portinha ao centro / Não sabes, eu creio / O que tens lá dentro / Quantas raivas e desejos / Mil respostas e perguntas / Quantas saudades e beijos / E quantas lágrimas juntas / Marco do correio / Deixa-me espreitar / Deixa que eu não leio / Nem vou divulgar / Vá lá, não fiques zangado / Deixa-me ver por favor / A carta que tens ao lado / A carta do meu amor…» Foi um sucesso! A família bateu palmas (excepto as «madamas» que estavam na cozinha a preparar o peru, as massas para as filhoses e a minha tia Lurdes (Que formidável doceira!) a juntar os ingredientes para fazer o bolo-rei.

Numa estória há que localizar onde acontece. Morávamos na rua Filipe da Mata (2), 122, 2º. Esqd. No Dtº. morava a família Pombo: o seu chefe era o tenente bacalhoeiro, imediato do lugre «Santa Maria». A sua esposa, donda Lucinda Adélia Melo Pombo e duas filhas, a Alice Maria Melo Pombo e a Genoveva «Veva» Melo Pombo. A Alice, dada a excelente vizinhança entre nós e eles, fora minha madrinha e eu, quando começara a tentar falar, chamei-lhe (por que bulas?) Cáquica. E assim ficou. Para a Cáquica eu era o suprassumo, o Menino Jesus ressonando nas palhinhas. Fazia-me tudo o que eu que eu queria, desde os passeios ao Campo Grande até às visitas ao Jardim Zoológico. Eu era, então, o «menino nas mãos da bruxa» (salvo seja, que de feiticeira, Cáquica era um zero…)

O nosso prédio tinha cave, rés-do-chão dois andares com esquerdo e direito,  no terceiro havia só um apartamento onde habitava o capitão de Engenharia, retirado, Francisco Figueiredo Albuquerque  de Gouveia Mascarenhas y Constâncio, tinha pinta de nobre de ascendência espanhola e de pertencer aos quadros da PIDE... Perante tais insinuações, ele ficava de boca calada e sorri melifluamente. Comentva-se pela rua que era a «maneira sacana» de responder «sim». Também corria à boca pequena: «Cuidado, muito cuidado, que ele é, pelo menos, informador, pois quando sai da casa é para  escutar o que dizemos. Portanto, nada de falatórios!



Um gira-discos com rádio...

Eu gozava as Férias de Verão, longuíssimas; o meu irmão Braz era um miúdo maroto, mas de feitio bom; era dois nos mais novo do que eu. Pregava partidas com piada, mas inocentes. Com ele não podia alargar o clube de fãs do «Marco do Correio». Por isso, quando o capitão Albuquerque (nome pelo qual era o nome mais conhecido), tocou a campainha da nossa casa, eu, que estava sozinho a abri, deparei com ele que me sorriu e me propôs: («Menino Rico, siei que gosta de música e até de cantar. Por isso, venho convidá-lo a subir ao meu apartamento, pois tenho lá uma grande colecção de discos e o gira-discos-com-rádio, a fim de poder escolher e ouvir os seus preferidos. E como sei da sua predisposição pelo «Marco do Correio» tenho-o interpretado pelo Alberto Ribeiro que autografou a capa do disco, pois somos amigos.)

Convite aceite subimos ao apartamento do oficial e logo ele pôs o gira-discos a tocar o «Marco do Correio»; mas, eis senão quando eu senti que o Albuquerque tentava meter a mão dele na minha braguilha. Dei um salto e (porque aprenda na escola tudo no calão e nas asneiras pornográficas) gritei-lhe: «Ó seu cabrão, julga que isto é o-da-joana! Não me abuse! Vou contar em todo o prédio esta tentativa de merda!!!» Ele tentou ameaçar-me, dizendo que me metia numa grande alhada e que tomasse cuidado, pois ele era da PIDE!



Hospital de São José onde trabalha a Drª. Frederica 

Já nem o ouvia quando desci a quatro e quatro degraus, emocionadíssimo, com lágrimas a correrem-me pelas faces, vermelho como um pimentão, enfim, totalmente fod… ups, lixado! Parei à porta dos vizinhos de baixo (ele, o major Luís Rebelo Cartaxo, a esposa, médica generalista no Hospital de São José, de seu nome Frederica Lúcia da Costa Cartaxo e o filho, Aníbal João da Costa Cartaxo, estudante universitário de energia eólica) em casados quais tinha deixado, por uma tarde, o meu irmão Braz e toquei na campainha. Quem me atendeu foi a Drª. Frederica, que, ao ver-me naquele estado me mandou entrar, sentar-me num sofá, tentar descontrair-me e depois foi buscar-me um copo de água bem gelada, tirada do frigorifico, e trazia na mão uma embalagem individual com uma cápsula.

A custo sosseguei-me e a doutora, vendo-me, mais ou menos acalmado, perguntou-me qual seria o motivo da excitação que me trouxera à casa dela e dos seus familiares. Contei-lhe tintim-por-tintim o que se passara no aparamento do Albuquerque, inclusive o teor da minha resposta. A doutora Frederica abri os olhos e a boca, tal foi o espanto sobre o que eu acabara de contar. Porém, acrescentou: «Já me tinham chegado «coisas» de que ele recebia, com alguma frequência, diversos sujeitos e que, por isso devia ser «invertido»; agora «pedófilo» para mim é um espanto!!!

E continuou: «O meu marido está colocado no Quartel-Geral da Sub-região de Lisboa; vou relatar-lhe a tua odisseia para que ele possa tomar as diligências necessárias e URGENTES a fim de ser levantado um auto de corpo-de-delito contra o capitão que, embora esteja na reserva, continua a ser militar!» Deixei o Braz (que dormia a sua sesta) com ela e preparei-me par começar a minha via sacra, que seria dar conhecimento da sacanice a todo o prédio, tal como afirmara ao delinquente. Esperei na nossa casa pelos meus pais que, quase pela primeira vez, me chatearam: «Nós te tínhamos ordenado para não sair de casa ou da escola com estranhos!  Etc., etc.» Nos outros vizinhos, as tónicas eram a indignação, o nojo e   revolta. O senhor Renato, reformado dum ministério chegou a sugerir um enxurro de porrada ao filho da puta!

 

Bem vestido mas... sem cabeça

Passaram-se dois das, e, do Albuquerque népia.  O sôr Alfredo, que era o nosso porteiro não o tinha visto sair. Estaria doente no apartamento? Mais 24 horas, o relógio de cuco fez cucu-cucu, e o porteiro, que já tocara à campainha e batera energicamente na porta, decidiu chamar um guarda da PSP para que esse testemunhasse que iriam arrombar a maldita porta. E quando entraram de supetão (o polícia, o Alfredo e o Renato) estacaram perante um quadro horripilante: o capitão Francisco Figueiredo Albuquerque de Gouveia Mascarenhas y Constâncio, bem vestido e barbeado, estava sentado, mas… SEM CABEÇA!!!!!!!!! Esta encontrava-se no chão, o meio de uma larga poça de sangue já seco, cheio de vermes e de moscas! Só enão repararam que na parede em frente do cadáver, (já em decomposição, e daí o cheiro nauseabundo que empestava a sala) estava colado um papel A4 onde, a caneta de ponta de feltro gorda, se podia ler: ASSIM MORREM OS TRAIDORES!!!!

O agente da PSP, face à horrível cena, afirmou: «Isto agora já não é comigo, é com a judite. Vou-me embora, mas antes telefonarei para a Pêjota.» Como no prédio havia pucos telefones e o senhor Renato tinha um, foi da casa dele e o tipo da PSP relatou à Judiciária a ocorrência, após o que saiu a assobiar o «Marco do Correio». Eu fui para a cama, no dia seguinte tinha escola. O que se passo, contou-me o sôr Alfredo, enquanto me acompanhava é à Mouzinho da Silveira (1). Umas boas horas depois do telefonema apareceram dois cidadãos eu se identificaram como agentes da Polícia Judiciária, a quem competia (e continua a competir) a averiguação de crimes e mais outras delinquências.

Apresentaram-se: Horácio Fagundes, inspector e António Ramalho, subinspector, antigo sargento de Cavalaria.  O busílis da questão era encontrar os «visitantes» do degolado. Bem procuraram e por todo o apartamento e nada encontravam. Aí entrou na cena o Ramalho: «Como podem ver está ali ao canto, um cofre antigo; pode ser que lá encontremos alguma coisa…» O Horácio Fagundes retorquiu: «Pois, a merda é abri-lo.» De novo o subinspector: «Já lá vão uns anos prendi um tal Manel da Mana, (especialista em cofres). Se o gajo ainda está vivo, pode ser que com uns €€€…»


«Tenho encontrado pior...»

Chamou-se o homem que estava vivíssimo-da-costa – que veio. Trazia uma maleta metálica, onde, certamente guardava as suas ferramentas. O cenário mereceu-lhe um abanar de cabeça negativo «Que negócio! Tenho visto muitas porras, mas, como esta, é a primeira!» Perante o desditoso cofre comentou «Tenho encontrado pior, mas este não é mau; preciso de ficar sozinho para não me distraírem, desculpem-me.»

Três horas depois abriu a porta onde se encontrava o cofre já de porta aberta. «Não foi fácil, nem difícil, é todo vosso!» «Quanto nos custou a sua intervenção miraculosa?» «Pilim, nenhum, mas um uísque simples só com duas padras de gelo caía bem» o «malandro» não gastara tanto na abertura do cofre, também dera uma volta por parte da casa a farejar o que daria de encontrar, e que, futuramente, talvez pudesse «levar». Descobrira uma garrafa de Black Bushmills recém encetada e estava tudo dito. Mas não estava. Bebido e feito.

O recheio do cofre revelou-se a caverna do Ali Babá. No meio de papéis bem arrumados, o Fagundes gritou «Eureca!!» Estava um caderninho de capa preta onde, no seu interior, o ex-capitão organizara três colunas: NOME, MORADAS e CIFRÕES. Estava ali tudo o necessário. Horácio Fagundes, secundado pelo experiente António Ramalho andou a convocar, nome atrás de nome os que constavam do caderninho. Atingiam o desespero, quando chegou, finalmente um advogado, o dr. Martins Henriques, que lhes conta dum «parceiro» chamado Óscar Viana, confesso apaixonado pelo capitão.

Óscar era um do poucos que já fora ouvido, mas apresentara um álibi esfarrapado. De novo presente ante os investigadores, foi-se abaixo: «Sim, fui eu quem o degolou… foi uma traição que ele me fez, amantizando-se com outro, um pasteleiro, vejam só, pasteleiro, pasteleiro, o que o Jorge Costa é, mas é mesmo, um paneleiro. Ir para a cama com um sujeitinho sujo não se faz a um apaixonado, como eu. Levei uma foice bem afiada e deu-me um gozo quando tive de mudar a roupa, pois a primeira estava ensopada de sangue.  E só para terminar este depoimento, não me arrependo do que fiz! Agora, estou, finalmente, feliz.»    

O prometido é devido; o sôr Alfredo foi-me pondo ao corrente de tudo o que se passava. E eu, com dez anos, perguntava-me o que teria a ver una canção como o «Marco do Correio» e uma degolação. Mas tinha. A vida tem cada una, que cada duas são um par...                                                                                                                       

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(1)          José Xavier Mouzinho da Silveira foi um estadista, jurisconsulto e político português e uma das personalidades maiores da revolução liberal, operando, com a sua obra de legislador, algumas das mais profundas modificações institucionais nas áreas da fiscalidade e da justiça. Preso durante a Abrilada, tornou-se intransigente defensor da Carta Constitucional pelo que teve de se exilar em 1828. Regressou ao Parlamento em 1834 para defender a sua obra legislativa, mas exilou-se de novo em 1836. Retirou-se da vida política durante os seus últimos dez anos de vida.       

(2)        Luís Filipe da Mata foi um político republicano, vereador da primeira Câmara Municipal de Lisboa republicana (1908) e deputado e senador no Congresso da República. Também era membro da Maçonaria.

 

22 comentários:

  1. Fosga-se, Henrique. Que raio de cena!
    Li o post anterior, bem interessante.
    Um abração
    (Não prometo ser assíduo).

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    1. Meu caro Quinhentosamigo
      Com alguns nomes ficcionados, o texto é um «verdade absolutamente verdadeira» (La Palice não diria melhor). Nisso é que cena não é um raio, é, puramente, a visão dum puto, eu, da qual me recordo como se fosse hoje; a memória é fod... fornicada!
      Muito obrigado pelos «dois» textos.
      Abração
      Henrique

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  2. Bellísimo artículo muy bien redactado y muy trabajado. A propósito cuando yo era pequeñito hace ya muchos años, en mi casa había un aparato de radio igual que el que aparece en la primera fotografía. Probablemente no era de la marca Telefunken, pero yo era tan pequeño que no me acuerdo de qué marca era. Pero el aspecto exterior era exactamente el mismo. Un aparato antiguo de radio de aquellos de lejanos años, pero sumamente eficaz.

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    1. ¡Hola Valemigo!
      En «nuestro viejo tiempo» las radios eran casi iguales, TLEFUNKEN, PHILIPS, BLAUPUNKT etc. más grandes o más pequeños eran muy similares.
      Lo mismo sucedió con los autos: Austin,
      Morris, Ford, Fiat, Peugot, etc.
      Además, ya en la antigüedad clásica (Egipto, Babilonia, Grecia, Roma)
      los modelos de templos, estatuas, circos también se parecían entre sí.
      Muchas gracias por tu visita y por tu comentario.
      Y ahora una petición: dile a tus amigos (todos bloggers) que vengan hasta aquí.
      Abrazos
      Henrique

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    2. No te quería llamar Vale, sino que tu eres Vila. Perdoname...
      Abrazos
      Henrique

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  3. Alberto Ribeiro — brilhantina e bigode tira-linhas
    As raparigas devoraram-no. Ele devorava rapazes.

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    1. Anónimamigo (????)
      Uma pergunta que faço a mim mesmo: por quê anónimos? Aceito as suas perguntas, respondo aos seus comentários (Vide o caso present) mas gostaria de o ver assassinados, porra! assinados com o respectivo nome verdadeiro ou, quiçá, um pseudónimo...
      Abração
      Henrique

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer16 de agosto de 2023 às 13:06

      Olá, Henriquamigo, a anónima sou eu‼️

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    3. Mein Schatz Teresinhamiga
      Viva! Não percebo para quê o Geheimnis... Tens vindo aqui e comentado sob o teu nome - o que me satisfaz.
      Bitte, não voltes a fazê-lo; assim matemos, digo, mantemos esta bela Amizade Luso-Germânica.
      Küssen & Käse
      Henrique/Heinrich

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    4. A culpa não é minha‼️ É do Google‼️
      Ele dá-me como anónima, embora eu esteja registada com o meu nome verdadeiro: TERESA PALMIRA HOFFBAUER

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  4. QUANDO COMECEI A LER NÃO IMAGINAVA CHEGAR AO FIM, MAS CHEGUEI... E CONTINUAVA SE MAIS HOUVESSE. HÁ CADA UMA POR AÍ... DE PASMAR! A SUA MARAVILHOSA FORMA DE ESCREVER ENCANTA POR DEMAIS. FELICIDADES AMIGO, TUDO DE MELHOR!

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    1. Minha querida Herníniamiga
      Estou tsunâmico com o facto de teres chegado ao fim desta estória tenebrosa, melindrosa, calamitosa, em resumo retintamente criminosa!!!
      Mas também podes ficar descansada: há mais para ser publicado, onde e cuando não sei.
      Gostas do meu estilo de escrita? Fico-te muito agradecido. Oxalá continue no mesmo sentido.
      Beijos💋💋💋 & queijos flamengos Limiano

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  5. Adorei ler o texto muito bem escrito e descrito. Flor.

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    1. Floramiga
      «Anónimas7os - estou farto delas/eles; portanto, prometi a mim mesmo qu não voltar tema, salvo se vir um suíno andar de bicicleta...
      Já quanto ao «texto muito bem escrito e descrito» isso e outra estória; mal de mim, com o que tenho feito (sff ver o meu curriculo neste blogue) se não fosse capaz de alinhavar umas estórias...
      Mesmo sem te conhecer
      Beijos💋💋💋 & queijos da Ilha

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  6. É politicamente incorrecto dizer que fiquei com imensa pena desse fdp a quem cortaram a cabeça??
    Podiam também ter cortado mais qualquer coisa...
    Assim mais abaixo.
    Nojento de todas as formas.
    Abração

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  7. Caro Pedramigo
    Tens uma espeficidade curios: abandonaste Coimbra e casaste com 澳門. Mas isso não permite que escrevas «bacoradas» dessas. Além disso, de qual cabeça escrevinhas, a de cima ou a de baixo? Quanto à degolação da qual «politicamente ... ficaste) com imensa pena desse fdp a quem cortaram a cabeça» os romanos não eram de modas: «Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege poenali».
    Pronto; tu ficas com a tua (opinião...) e eu (enquanto puto muito especial) fiquei com a minha.
    擁抱
    亨利

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  8. Meu querido amigo, mas que loucura essa sua história, olha, eu como mãe não sei o que faria com um cretino desses se meu filho fizesse chegar tal coisa aos meus ouvidos. Muito bem narrado por você, e assim são as coisas que acontecem aos montes. Aqui chamamos de história macabra esses fatos com criança.
    Ler você, Henrique, é encontrar, sempre, uma história rica que emociona, que aprendemos, que abrimos nossa mente. Muitas emocionam.
    Mas quando cheguei no parágrafo : "Eu gozava as Férias de Verão..." daí pra baixo eu já sabia o que acontecera.
    Aqui, também não é novidade e fala-se abertamente sobre esse tipo de coisa tão dantesca, diabólica, pavorosa. Não tem perdão! E uma mãe lendo tal coisa, acontecido com um menino de 10 anos, parece uma faca entrando no peito.
    Deixo meus votos de um feliz fim de semana, que está chegando e dizer também que li a postagem anterior, gostei muito, sua marca é única, querido amigo.
    Beijos e queijos.

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  9. Queridíssima Taisamiga
    Um comentário tão longo, mas tão sentido, merece uma resposta do mesmo teor. Falas no que acontece no teu (e nosso..) Brasil co o fervor, a indignação, o nojo que sentes por esta brutalidade, esta ignominia que eu vivi e que, tendo apenas dez anos, me marcou para toda vida.
    Singularmente, igual se passo, aliás como escrevo, com o «Marco do Correio». Quando podia conduzir (agora, por limitações físicas, já não posso.. ) trazia SEMPRE no meu Hyundai Acord uma cassete que eu próprio gravei dum LP com o «Marco do Correio» cantado pelo Alberto Ribeiro. A Raquel, de principio amofinava-s, mas, depois, habituou-se...
    Uma pergunta só: á leste alguma coisa das «Crónicas»?
    Beijos💋💋💋💋💋💋💋 & queijos de Seia (que fica nas faldas da Serra da Estrela)
    Henrique - a teus pés

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  10. Olá, amigo Henrique, depois que a Taís leu essa sua crônica, contou-me que se trata de um trabalho de alguém de grande talento. Disse-me ela que o nosso amigo Ferreira (que é como eu e ela te chamamos aqui), contou coisas relacionadas com a sua infância, na altura dos 10 anos de idade. Curioso, iniciei a leitura de sua crônica, quase num só fôlego. Quando a terminei, algumas coisas ficaram muito claras para mim:
    a) na escrita do Ferreira vê-se que se trata de um jornalista com de peso;
    b) que a crônica que li traz traços do literato e traços do jornalista;
    c) que a crônica, da forma que está escrita, fez-me lembrar, por alguns motivos de alguns
    escritores: Edgar Allan Poe, Jorge Luís Borges, Franz Kafka;
    d) fez-me lembrar, também, de alguns casos que ouvi no escritório e nas varas de família,
    de acontecimentos semelhantes ao do menino Henrique, aos 10 anos de idade.
    Nessas ocasiões, atuando como advogado, mal podia conter a minha revolta, quando via crianças de ambos os sexos, assediadas por vizinhos e pessoas ligadas à família. A minha retribuição sempre se deu quando ouvia a sentença favorável a criança, com a condenação do agressor. Por fim, vi-me em Portugal, décadas atrás, saindo do fórum depois do julgamento onde defendia uma vítima de 10 anos de idade, satisfeita por saber que alguém a protegia.
    Um bom fim de semana,
    Grande abraço meu amigo.

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  11. Caríssimo Pedramigo
    Antes de responder ao teu excelente comentário, permite que deixe duas notas: a) Vocês fazem um belíssimo casal, tal como nós (só que vamos nos 68 anos de matrimónio, ai o que sofro 🤢🤢😆😆🤔🤔👴👴) b) Um GRANDE amigo dos tempos de Luanda, que depois das confusões, seguiu, com a família para o Canadá (+ 42º - 58º...) disse-me uma vez, aqui em Lisboa, onde vêm, de dois em dois anos passar férias connosco e com a respectivas famílias (chegam nos finais deste mês) que minha escrita se prece com a do Jorge Amado, a quem eu contei estória e se riu mas não desmentiu...
    Quanto ao teu comentário, só posso dizer, em complemento do que escreves, que essa hedionda crueldade, esse criminoso atentado aos direitos humanos, infelizmente, se passa por todo o Mundo. E pergunto-me que pen se lhe deve aplicar?
    Sou contra a pena de morte, mas... relembro a guilhotina que «é
    um aparelho de decapitação mecânica, inventado no período da Revolução Francesa. Criada por Joseph Ignace Gillotin em 1738, a guilhotina tinha a finalidade de proporcionar uma morte rápida e sem dor aos condenados à morte.»
    No entanto em 1867, o Parlamento português aboliu a pena de morte. Entre as múltiplas reações favoráveis à lei aprovada, destaca-se a carta de Victor Hugo ao director do Diário de Notícias, Eduardo Coelho, publicada naquele jornal no dia 10 de Julho de 1867:«Está, pois, a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma tão grande História!»
    Quid juris? Cada cabeça sua sentença...
    Abraão e beijos à tua Tais.

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  12. Li a história dos paneleiros e gostei. Hoje vivemos, como se fôssemos uma ilha. rodeados deles por todos os lados. Só não percebi aquelas duas notas no final, qual a relação desses ilustres senhores com a história?

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  13. Meu caro Tintinairamigo
    Anda bem que gostaste, na verdade «eles» vão saindo dos armários. Uma doença complicada com reflexos na família. Que, na esmagadora dos casos não sabe lidar com ela. É, tão só, um forma de acabar; haverá outras, mas esta foi a minha preferida😀😁😍🥰
    Abração
    Henrique
    _______________
    PS - Gostei de te ver por cá de cumentares (com o); volta mais vezes!!!!!!





    A
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