2023-08-10

 



Eu matei um branco...

 

*Quando no musseque acontece a maka

 

Antunes Ferreira

Acabei de publicar o post que se segue:

Em Luanda, nos tempos do antigamente, ou seja, no regime colonial (que o salazarismo rotulara de “ultramarino” …) os musseques envolviam a capital, mas dela fazendo parte, tal como os afilhados paupérrimos dependem dos padrinhos riquíssimos. Nesses bairros habitavam maioritariamente pretos (como então se dizia, hoje politicamente correcto negros) quantos (minoritários) brancos moravam lá, especialmente uns poucos donos de comércios gerais, desde a caixa de fósforos até à fuba de yuca (mandioca em dialecto angolano) cuja farinha é utilizada para preparar o funje (massa parecida com a cola de sapateiro, salvo seja…)?

 

Sambizanga um musseque problemático

Era no Sambizanga, que já lá iam uns bons onze ou doze anos (estava-se em 1978, em plena guerra no mato), que o Adão Ngunza, com a ajuda de uns amigos, contruíra a sua casa-de-pau-a-pique, onde vivia com a sua mulher Miquelina – mas, infelizmente, sem filhos. Mas, mesmo assim, davam-se perfeitamente bem. Ele era estucador e com o surto da construção que acontecia em Luanda, não lhe faltava trabalho, enquanto ela era lavadeira de roupa de brancos, médios e ou ricos e até de alguns pretos enriquecidos sabe Deus como… 

 

Quase todas as estórias começam com o tradicional «Era uma vez» e esta não podia passar por tal bordão apenas localizava-la no musseque já referido. Seja-me, agora, o momento asado, para apresentar outra das personagens que têm lugar proeminente no desenrolar do estranhíssimo evento; trata-se do comerciante português Manel Videirinho, 56 anos, viúvo, natural de  

Freixo de espada à cinta; uma vila (melhor dizendo; um município);  onde os homens que não trabalham nas leiras próprias ou nos dos vizinhos; os «patrões», na farmácia «Boa Saúde» do senhor Simplício, que não era farmacêutico, mas desenrascava-se, até dava umas injecções porreiraças, com o ajudante a afiar a agulha numa correia de sapateiro; mas nunca houvera sequer uma inflamação; muito menos uma infecção.  


Brasão de armas do Corpo de 

Intervenção da PSP de Angola

Havia alguns casos problemáticos, e para tentar manter a ordem, se tivesse havido maka, ou prender um qualquer bandido acusado de eventual crime grave, a PSP de Angola só entrava neles em grupo e fortemente armados com automáticas; no que concerne os militares iam de jeep até às bordas dos musseques, seguindo depois a pé armados de G3 em busca de desertores ou de outros crimes militares alegadamente graves. Uma rotina que se repetia quase diariamente. Os moradores olhavam; suspeitosos, tais movimentos das autoridades. Na sua totalidade não compreendiam o porquê que uma ou duas ou mesmo   quantos se contam pelos dedos duma mão levavam ao que consideravam excessos autoritários.

 

Aqui, para que se entenda o intento desta estória, entro eu no palco e vou elucidar por que o faço; tinha desembarcado do navio «Uíge» No porto de Luanda e fora-me apresentar ao comandante da CCS-QG, unidade onde fora colocado, e recebido pelo comandante, capitão do quadro permanente Ricardo Torres Rosa Ornelas. Este esclareceu-me tudo o que eram as minhas funções na unidade e, dados os meus conhecimentos em matérias jurídicas colocou-me (aliás como acontecera no RI1, na Amadora) no «gabinete de Justiça e Abonos de Família». Pedi-lhe autorização para dar uma volta pela Companhia, para me ambientar, ao que ele prontamente acedeu.

Coluna militar em Nambuangongo 
 

Acompanhado pelo oficial de dia (que em meu entender, devia ser oficial de noite…) visitámos as casernas, muito pouco agradáveis, os quartos pra os oficiais, suficiente e para os sargentos, mais ou menos médios, as cozinhas, as instalações sanitárias e o quarto (se assim se pode chamar) para o oficial de dia e para o oficial de prevenção. E o alferes miliciano, Justino Manuel da Rocha Silva, comentou para mim: «E tens muita sorte, podias ir parar no mato; eu, antes de vir par cá estive onze meses entre Zala e Nambuangongo! Foda-se! Está tudo terminado; como diria um guia duma agência de turismo: «Demos uma visita guiada pela Companhia de Comando e Serviços do Quartel-General de Angola…».

 

Vai daí, perguntei-lhe: «É tudo? Não há prisão?» Justino arregalou os olhos, decerto nunca lhe haviam posto tal pergunta; e meio encabulado: «Temos uma enxovia e só com um preso… creio que não queiras visitá-lo?» No entanto, eu queria, e lá fomos. Era um antro escalavrado, de uma única frincha gravada de barras metálicas enxofradas, no meio de paredes escuras ponteadas de grafites estranhas, a preto, com um chão tão sujo como os muros. E no meio daquela merda estava acocorado no chão, um preto vestindo apenas uns calções (que deveriam ter sido cor de cáqui, mas agora semelhavam trapos de limpar qualquer coisa) Ao ver-nos, levantou-se, devia ter mais dum metro e noventa, sujíssimo, um cabelo e umas barbas patriarcais, e sem dizer palavra fez uma continência certa.

 

Estou preso porque matei um branco...

Ignorando o Justino, perguntei-lhe: «Como te chamas? Qual é a tua unidade? Há quanto tempo estás qui? E por que motivo estás preso?» Respondeu-me de imediato: «Estou preso porque eu matei um branco. A minha unidade era o RIL. Chamo-me Adão Ngunza e estou aqui pra cima de treze meses. O meu tenente quer saber mais alguma maka?» Apenas lhe respondi que ia analisar o caso e iria dar-lhe conhecimento do que se estaria a passar. Porém, ordenei-lhe que saísse dali, fosse tomar muitos banhos, cortar o cabelo e a barba, fosse ao depósito da Intendência, buscar pares de roupa interior, fardas, cinturões, botas e boinas, e só depois de apresentável se apresentaria no meu Gabinete.

 

O Justino, espantadíssimo foi a passo de corrida ao gabinete do capitão Rosa Ornelas com quem esteve reunido mais de uma hora. Entrementes, um novo Ngunza aparecia-me junto à porta do meu estaminé, bateu-me a continência e perguntou: «Meu tenente, apresenta-se o soldado 20789/75, Adão Ngunza. Posso entrar?» Mirei-o de alto a baixo – impecável. Mal podia acreditar. «Podes, sim, faz o favor de entrar.» Assim o fez, mantendo-se num hirto sentido ao que lhe disse «Podes estar à vontade; para já ficas ao serviço, como ordenança, deste gabinete. Quero-te aqui todos os dias da semana, menos aos domingos, às sete horas da manhã que é mais fresquinho. É o que eu faço. Agora, deves ter muitas coisas a tratar, por exemplo com a tua mulher, pois não tens filhos. Vai para o Sambizanga e até amanhã.»

 

«Sem escolta, meu tenente?» «Não te vais pirar, portanto, segue sozinho; como já te disse, até amanhã.» Mal o Ngunza fez meia-volta entrou-me, afobado, o Justino: «O nosso comandante quer falar contigo e já!» Fingi arrumar uns papeis que havia na minha secretária e disse-lhe: «Mas que puta de pressa! Se a mãe dele esperou nove meses para o por no Mundo, bem pode o nosso capitão esperar por mim uns momentos, enquanto eu arrumo esta papelada.» Justino, embasbacado, sem palavras, engoliu em seco: «Tu é que sabes as linhas com que te coses…» e saiu. Tirei-me dos meus cuidados e lá fui ao meu destino.

 

Bati à porta do gabinete do comandante e de dentro veio uma voz autoritária: «Entre!» Entrei e quase me fugiu a língua para lhe atirar «um faz favor caía bem…», mas contive-me. O capitão Rosa Ornelas a quem fiz a continência e me mantive em sentido, não me disse o tradicional «À vontade.» Entrou logo a matar: «Então o tenente Rocha Fernandes, acabado de chegar da metrópole, instala-se aqui, e sem mais nem menos, começa logo a dar ordens sem o meu prévio conhecimento. Mas que raio de oficial da Polícia Judiciária Militar, com responsabilidades a dobrar, julga que pode fazer?»


Se Maomé  não vai à montanha..

Comecei a explicar-lhe o acontecido e, seguindo as minhas palavras, só então me convidou a sentar-me num dos sofás que ali tinha. Quando terminei, «E agora, Rocha Fernandes, qual vai ser a sua próxima diligência? E, entretanto, toma um uísque comigo? Com gelo, sem ou com água com soda?» Parecia-me, com o uísque com soda, que estava enterrado o machado de guerra dos Sioux. E afirmei-lhe, convictamente, que iria reabrir o auto de corpo de delito. «Aí é que está o engulho, o processo parece ter-se perdido…» Retorqui-lhe que se Maomé não vai à montanha…, ao que, se bem entendi, o Rosa Ornelas não percebeu. «Vou ao Tribunal Militar, julgo que ao II, que é mesmo aqui ao lado, tenho lá um amigo de Vila Nova da Cerveira e tento, com a ajuda dele, pescar alguma merda.»

 

«Pois, ó Jacinto, dê cá um abraço, isto foi um mal-entendido, e desejo-lhe a maior sorte do Mundo! E, se faz favor, vá dando-me conta do que acontecer.» Estava lançada a primeira pedra dum edifício. Que se viria a revelar extremamente complicado. Mas no II Tribunal Militar de Luanda, por artes de berliques e berloques e com o auxílio do furriel miliciano Manel Caracol, (um alentejano de Beja) consegui descobrir o malvado do processo «esquecido» no fundo duma gaveta. Por ele pude aperceber-me do que realmente se passara, o qué, aliás, confirmei com as declarações do Ngunza a quem fiz as perguntas a que me respondeu exactamente com os termos do processo.

 

De acordo com o prometido (e o prometido é devido) relatei tudo ao Rosa Ornelas, que não se cansava de me felicitar. E fora assim: «No Sambizanga, o comerciante Manel Videirinho andava a galar a Miquelina, a mulher do Adão Ngunza. Ela dava-lhe com os pés. Contudo, numa tarde de Verão, um mormaço, aproveitando que o Adão estava de serviço no RIL, Videirinho entrou pela casa-d-pau-a-pique e quis-se pôr em cima da Miquelina. Mas, ó sorte bastarda, o Ngunza saíra mais cedo e deu com a cena. O comerciante, apanhado com as calças em baixo, ainda quis revidar, mas o soldado agarrou num banco de pau e deu-lho na cachimónia. O gajo caiu logo, morto, jorrando sangue e miolos. O Adão foi entregar-se na unidade mais próxima, a CCS/QG!» O resto estava tudo dito e escrito.

 

Gabriela e Nacib na telenovela «Gabriela, 

Cravo e Canela». Os deputados da Assembleia 

da República interrompiam os trabalhos 

para assistir a ela...

Resumindo e concluindo: o Adão Ngunza foi a julgamento e dadas as circunstâncias, foi absolvido. Tem hoje um rancho de filhos: duas meninas e três rapagões. Fui padrinho deles todos. Resolvi ficar em Luanda e concorri a um lugar no novíssimo supermercado de Luanda, o Jumbo (Pão de Açúcar), da propriedade da SUPA (Super Mercados de Angola) do português Valentim dos Santos Diniz, radicado há muitos anos no Brasil. Continuo solteiro, mas tenho um «arranjinho» com uma mulata que, como dizia o saudoso Garrincha «a cara faz parar o tráfego!», chama-se ela Gabriela, mas não é a do Jorge Amado, nem tem cravo e canela.

 

 

                                                                                                              

31 comentários:

  1. Queridíssima Herminiamiga
    Muito e muito obrigado. Finalmente, conseguiste colocar um comentário neste nosso blogue. Já não era sem tempo...
    Beijos💋💋💋 & queijinhos brancos
    Henrique

    ResponderEliminar
  2. Carissimo tenente miliciano Rocha Fernandes ..... foi um grande prazer ler a sua estoria pois conseguiu fazer-me retroceder no tempo e dar uma volta completa pela CCS/QG que descreve com muita justeza, e onde também esteve o tenente miliciano Drapeau, como sabe. Aquele abraco

    ResponderEliminar
  3. Meu caríssimo Fernandamigo
    Singular coincidência: ambos estivemos na CCS/QG da RMA, mas uma pitada de ficção nunca melhorou, muito menos piorou. Mas, apesar da merda da situação em que Angola se encontrava, passámos ali uns muito bons momentos. Não sei nada, agora, sobre o Jaquim Oliveira Duarte; encontrámo-nos há mais de dois anos e disse-me que parecia que estava curado de um cancro. Do nosso capitão (que dava carecadas a torto e a direito) mas de cujo nome agora não me recordo, sei que morreu.

    «NOTA INTRODUTÓRIA E EXPLICATIVA»
    Este texto vai em goês escrito em hindi, ainda que também se fale e escreva normalmente e inglês. Uns quantos [(sobretudo da nossa idade, como os antigos colegas da Raquel, no Liceu Afonso de Albuquerque, e uns outros (poucos) falem um português correctíssmo. Imaginem que até aos domingos há uma missa em Pangim, rezada em português, um tanto atabalhoado..]
    Posta esta nota, não te assustes, aqui vai:माझ्या प्रिय फर्नांडामिगो
    नंदिन्हाक हग & किस आनी चीजह्या म्हयन्याच्या शेवटाक हांगा आमी तुमची वाट पळयतात (O prometido é devido, aqui vai a tradução para o português que habitualmente uso: «Meu caríssimo Fernandamigo Meu querido Fernandamigo
    Por cá tudo bem. Esperamos vocês pelos finais deste mês.
    Abração e beijos💋💋💋💋 & queijos à Nandinha Henrique

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. CORRECÇÃO
      É konkani, não é hindi... Mea culpa, mea maxima culpa
      Mais cumprimentações
      Eu mesmo, próprio.

      Eliminar
  4. É uma bela história!
    Merece um aplauso 👏👏👏

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Gracinhamiga
      Agradeço as tuas gentis observações e, bem assim, o bater palmas...
      Beijos💋💋💋😍😍😍 & queijadas de Sintra
      Henrique

      Eliminar
  5. Querida Gracinhamiga
    Uma só palavra: OBRIGADO!
    Beijos💋💋💋💋💋 & queijos de Montalvão
    Henrique

    ResponderEliminar
  6. Sempre ofereces boas leituras por aqui,
    Valeu me chamares...Agora dentro de alguns dias, férias! abração, tuuuuuudo de bom,chica

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Viva, Chiquinhamiga
      Faço o que posso e a mais não sou obrigado...🤣🤣🤣
      Muito calor? Então: BOAS FÉRIAS!!!!
      Beijos💋💋💋 & queijos de Azeitão
      Henrique

      Eliminar
  7. Una historia para no olvidar.
    Gracias por compartirla.

    Saludos.

    ResponderEliminar
  8. Soy yo quien te lo agradece.

    Pero hoy vengo aquí con algo nuevo. El «BLOG DE TAIS LUSO» publicó una nota muy bonita sobre mi libro «CRÓNICAS DAS MINHAS TECLAS», que va acompañada de una foto de la portada de la obra. Sugerencia: vayas allí y, le guste o no, publiques un comentario en «A NOSSA TRAVESSA». Muchas gracias
    Abrazos
    Henrique

    ResponderEliminar
  9. Respostas
    1. Querida Gabriamiga
      Muito obrigado.
      Beijos.💋💋💋 & queijinhos frescos
      Henrique

      Eliminar
  10. Quase me esquecia, um beijinho e bom fim-de-semana!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Querida Gabrielamiga
      Tudo bem, não era preciso. Mas, gostei.
      Mais beijinhos.💋💋💋💋💋💋💋💋💋 e queijo dos Açores
      Henrique

      Eliminar
  11. Esse é o meu amigo e grande jornalista luso que publica na sua Travessa
    esse belíssimo texto, com toda a verve: trata-se de Henrique Antunes Ferreira,
    que com dito texto mostra a nós, aqui no Brasil, um pouco do que desconhecemos, ou seja, um pouco da vida africana.
    Parabéns, Mestre Henrique!
    Como sabe, a Taís fez uma homenagem a você, no blog dela, falando do seu mais novo livro "Crónicas das minhas teclas".
    Parabéns, meu amigo, por mais um filhos seu!
    Um ótimo fim de semana, com a nobre família.
    Grande abraço do seu amigo brasileiro, Pedro Luso.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caríssimo (sem €€€) Pedramigo
      A tua esposa e tu mesmo estragam-me com mimos! Uma Amizade (com caixa alta, como nós, os velhos jornalistas chamamos tipograficamente às maiúsculas) que perdura há largos anos não justifica, sinceramente, a gentileza com a qual vocês me honram. Como muito bem sabem (continuo a dirigir-me ao casal indissociável) se algo julgo que sei fazer - é escrever.
      Um grande amigo vindo de Angola, depois d descolonização, hoje no Canadá (ele e a mulher, obviamente) disse-me uma vez, já não me lembro quando, que a minha escrita lembrava a do Jorge Amado! Quanto exagero, quanta amabilidade! Eles vêm cá nos finais deste mês e já sabem da «malandragem» feita pela Tais...
      E pronto, ponto.
      Abração deste teu camarada Luso e Brasileiro
      Henrique

      Eliminar
  12. E pronto, HenriquAmigo...

    Como por artes mágicas, saltei directamente do "Porto das Crónicas" blog da cronista Taís Luso de Carvalho, aqui para a "Nossa Travessa", onde parece a Magia, ela própria, ter nascido...através das "Crónicas das Minhas (tuas) Teclas" . E esta, hein?
    Como suponho que o teu mais recente livro tenha a ver com as vivências que nos vens narrando por cá, o teor do dito cujo, não ficará muito difícil de avaliar. Mas só por isso, pois ninguém pode falar das coisas que são tecladas por um autor, e cuja obra se desconhece,, não é verdade? Sendo recomendado pela melhor Cronista de Porto Alegre, tenho mais é que confiar... e confio, óbvio!

    Pois é...se o Adão Ngunza - que é negro - foi preso por ter morto um branco, também há brancos atrás das grades por terem morto negros.
    Nem de outro modo se pode conceber o conceito de Justiça. No entanto, não fora a tua visita, bem contra a vontade do tal Justino, talvez a Justiça se não tivesse feito e, o pobre Adão teria apodrecido naquele antro...Tudo vale a pena, numa alma como a tua cabem mundos de solidariedade. É por isso que aqui estou e estarei!
    Beijinhos, sem queijinhos, meu querido Henrique!

    E com esta me vou, prometendo voltar, quando a minha presença o HenriquAmigo solicitar.
    (não leves a sério, isto foi só para rimar.)

    Beijos e abraços para ti e a querida Raquel.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Minha adorada alentejamiga
      Ora então, Maria Constança, estámi a saltári o pé prá dança! Nestas côsas de modernices já nada me espanta; se o Homem foi capaz de ir à Lua - e vir (e já vários de diversas cores, nacionalidades e não digo paladares, senão isto transformava-se em publicidade a chupa-chupas...) também a Senhora Dona Professora Doutora Tais Luso de Carvalho é capaz de fazer Magia, qual mago Merlin.
      Para poderes saber mais algumas minudências a meu respeito quanto aos livros que venho escrevendo lamento informar-te que já não tenho népia. Dos que não foram vendidos e, portanto, terão ficado em armazém, muito gostaria d te oferecer um devidamente autografado. Mas, ó sorte malvada: o dono da editora PRELO era o meu camarada no Diário de Notícias na zona da maquetagem, José Maria Ribeirinho, que, entretanto, faleceu com um cancro no pâncreas. Zero hipóteses de encontrar algum.
      Recorri a alfarrabistas diversos, torcram-me (telefonicamente) o nariz; um cartapácio do século XIV talvez, mas sem certezas...
      Agora quanto ao Ngunza. A estória é VERDADEIRA e passou-se comigo. Fiquei fod...ups, muito irritado perante a cabala contra o pobre preto/negro. Mas, para além de se ter conseguido fazer Justiça (e é cada vez é mais difícil equilibrar os pratos da balança sendo a operadora cega) a maior satisfação que tive foi ser padrinho daquele rancho de cinco rebentos.
      E por ora me quedo, mas sem deixar aqui um dos nosos cantes alentejanos:
      «A flor da branca amora
      Cai na água, faz-se em espuma;
      Aqui está quem te namora
      Sem falsidade nenhuma.

      Lá nos campos, verdes campos,
      Eu fui apanhar marcela,
      Daquela mais miudinha,
      Daquela mais amarela.

      Daquela mais amarela,
      Daquela mais miudinha,
      Lá nos campos, verdes campos,
      A marcela, marcelinha.

      Fui beber à clara fonte,
      Por baixo da flor da murta;
      Fui mais por ver os teus olhos,
      Que a sede não era muita.

      Lá nos campos, verdes campos,
      Eu fui apanhar marcela,
      Daquela mais miudinha,
      Daquela mais amarela.

      Daquela mais amarela,
      Daquela mais miudinha,
      Lá nos campos, verdes campos,
      A marcela, marcelinha.»
      Beijos.💋💋💋 & queijos de Moura
      Henrique


      Eliminar
    2. No Cante à moda do Alentejo
      Na apanha da marcela amarelinha
      Henrique, se a fores colher
      Escolhe da mais miódinha

      Escolhe da mais miódinha
      Que acabe com o meu desencanto
      Faz-me lá um chá milagroso
      Que termine com este quebranto!

      Boa noite, HenriquAmigo, já me fizeste sorrir com gosto.
      Fica bem!


      Eliminar
  13. Vim directamente do blogue da nossa querida amiga Taís que fez um merecido destaque ao teu livro " Crónicas das Minhas Teclas", que tenciono ler.

    Abraço e tudo de bom para ambos .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Queridíssima Sãozitamiga
      Infelizmente não o poderás fazer, a não ser que tenhas poderes maiores e melhores do os meus. Para teres uma explicação do que se passou e passa e, pelos vistos, se passará, farás o favor de ler a reposta que dei à Janitamiga.
      Mas, se por milagre conseguires encontrar o que queres ler, vê se o encontraste há mais exemplares; então, zás! Compra-me 20; pagar-te-ei pelo mesmo preço com que os pagaste. Vitória, vitória, acabou-se a estória!!!!
      Beijos.💋💋💋 & queijadas do Preto (Casa do Preto, Sintra)
      Henrique

      Eliminar
  14. Querido amigo, mas tu, juntamente com nossas amigas também estão me mimando muito, estão me 'estragando', cobrindo-me de bondades e mimos demais!! 😂🌹😅🌻😄🌼
    Eu vim comentar e não consigo pensar!
    Volto amanhã para reler tudo de novo! Sem emoção, e comentar.
    Deixamos, eu e Pedro, um Feliz Dia dos Pais!!
    Queijos e beijos!
    Beijinho na tua querida Raquel!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Adorada Taisamiga
      No futebol é que se trocam os galhardetes...😍😂😘🎃... Mimos para cá, mimos para lá - e o «nosso» Atlântico a unir-nos (quantas vezes tenho escrito isto? Mas, é verdade. Espero que «revoltes»🎁🎨🛒👗 para ler esse teu novo cumentário... ups, com o...
      Não sei se aqui nessa data aconteceu o Dia do Pai - mas tenho a certeza de que não, senão os meus rês filhos apareceriam (se cá estivessem) com algo nas mãos.
      A Raquel agradece e eu mando-te
      Beijos 💋💋💋 & queijos flamengos
      Henrique (que não sou o Navegador... 🤣👌🤢

      Eliminar
  15. Gostei de ler! Fez-me lembrar dos tempos que vivi em Moçambique rodeado de negros e negras por todos os lados. Foi há muitos anos, mas nunca o esquecerei!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro Marujamigo
      Poizé, todos os que andámos de armas nas mãos durante estupida guerra colonial (qual delas?) tivemos essa vivência. Muitos dos meus amigos e amigas negros/as continuam a ser meus amigos/as, aqui ou nos países deles (antigas colónias).
      Abração
      Henrique

      Eliminar
  16. O meu colega do gabinete ao lado é preto.
    De Moçambique.
    Preto, não é negro, é preto.
    Brincamos e dizemos que somos os dois.
    Eu sou mais claro e ele mais escuro.
    Essa porra do politicamente correcto não combina mesmo comigo.
    Abração, boa semana

    ResponderEliminar
  17. Ó Pedramigo
    Vai-te fod... ups, lixar com essas «novidades». Macau deu-te o bom senso ou sempre o tiveste? Vou mais pela última parte da questão. De resto, faz-me o obséquio de ler a resposta que está acima enviada ao Tritinairamigo.
    擁抱
    恩里克

    ResponderEliminar
  18. Uma história com muitas histórias dentro.
    Com uma narrativa que adoro ler.
    Boa semana, caro amigo Henrique.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  19. Andar a galar a mulher do vizinho e ainda por cima grande ... dá faísca!
    Raulzinho do Château

    ResponderEliminar
  20. Caro amigo Henrique
    O meu comentário está acima direitinho, estou a vê-lo, não desapareceu.
    Usas óculos? Então coloca-os por cima do nariz... 😁😉
    Abração.

    ResponderEliminar