VIVER COM UM IRMÃO PORTADOR DA SÍNDROME DE DOWN - 14
Antunes Ferreira
Eram oito horas da manhã e já me
encontrava a arrumar os papéis que estavam em cima da secretária do meu
gabinete no Supremo Tribunal Militar.
Chegara cedo depois de no outro dia ter voltado já pela noite com a Maria Rita
no último voo da Ibéria de Barcelona onde
tínhamos ido receber a última desilusão na clínica do professor Pau Puigbó o
mais reputado ginecologista europeu, especialista em reprodução in vitro. Já estávamos habituados a
negas mas mesmo assim vínhamos muito tristes.
O dia começara com uma madrugada cinzenta
ameaçando chuva, estávamos em Novembro nada mais natural, a meteorologia
(quando eramos putos na brincadeira dizíamos mentirologia… porque quase nunca acertavam) ameaçava chuva
grossa com trovoada especialmente nas
terras altas com possibilidade de queda de neve nas terras por força do já
célebre anticiclone situado a noroeste do arquipélago dos Açores, fórmula
calina. Meu dito, meu feito. E, realmente pelas sete da matina começou a cair
uma carga de água que nem uma robusta arca do Noé aguentaria à superfície.
Chovia a potes! Lembrava-me da
explicação da minha professor de inglês no colégio sobre a estranha expressão
dos bifes que diziam: “The weather is crazy, two hours ago it
was sunny but now it’s raining cats and dogs!” Essa “coisa” explicava a dr.ª Marina Santana não significava literalmente
que estava a chover gatos e cães do céu, e sim que está chovendo
torrencialmente. E a malta ria-se na galhofa enquanto a setôra tentava impor a
calma e apaziguar os ânimos. E acentuava que a expressão inglesa se podia
traduzir como “O tempo está maluco, há
duas horas estava um dia de sol e agora chove a potes!”
Chovia a cães e gatos, oops, a potes... |
Só de sair do carro e chegar à porta
do edifício a correr apanhara uma molha que até o porteiro me dissera: “O meu capitão doutor está que nem um
pinto!... Vá secar-se…, olhe que ainda apanha uma constipação lixada que pode
dar em pneumonia e agora com as viroses ou bactérias ou essas merdas,
desculpe-me a palavra, que por aí andam, ainda arranja um trinta e um do
caral…go”. Sosseguei o Simões que tinha sido meu segundo sargento antes de
ser “promovido” a “almirante” (a farda de porteiro com galonas doiradas e tudo a
isso levava…) e subi para o meu gabinete.
Foi então que bateram à porta.
Resmunguei para os meus botões “Tão cedo
e já me estão a chatear…” , mas, em voz alta: “Entre!” Era o Frederico com
cara de pau. Chegou-se à minha frente deu-me os dois beijos da praxe e disse-me
que tinha um caso muito grave para me contar. Tentei desdramatizar a situação e
primeiro que tudo pedi-lhe que se sentasse no sofá duplo que ali tenho tomando
eu lugar ao lado dele, “Então, mano,
diz-me lá o que se passa, mas vai com calma, tá?” Frederico, olhos nos
olhos desfechou, tão tranquilo quanto possível: “A Leonor anda metida na droga.”
Anda metida na droga... |
Fiquei entre o estupefacto e o
estarrecido. “Mas, tens a certeza? “ E ele com um ar pesaroso “Absoluta, mano, absoluta, aliás ela já mo
confessou; nem queria acreditar embora já desconfiasse que havia mouro na costa
e a Elena também pensava assim.” E continuou encanto torcia as mãos mas com
uma voz serena “Nem tu nem a Maria Rita
podiam ter dado conta do que se passava, ultimamente iam tão pouco lá por casa assoberbados com os vossos
problemas e tão grandes que eles são, a mãe continua muito distraída – e ainda bem para não se pôr a matutar em coisas tristes – que
não se apercebeu do que se estava a passar… ”
Não queria acreditar no que ele me
estava a revelar. A nossa família pelos vistos não tinha direito ao
sossego. Eram umas atrás de outras. E
novamente o Frederico estava no olho do furacão. “Bom, Armando, senta-te e acalma-te se te é possível que eu vou
contar-te a estória toda abreviando-a porque senão estaríamos aqui até ao fim
do mês. Isto tudo teve a sua origem no filho da puta do namorado!” Se
estava pasmado duplamente plasmado fiquei pois nunca ouvira o Frederico dizer
palavrões. Mas ele prosseguiu com aparente tranquilidade: “O gajo toca guitarra eléctrica num grupo qualquer que se julga melhor
do que os Beatles e de manhã já acorda passado,
situação que conserva religiosamente durante todo o dia e toda a noite!”
Resumindo, a Leonor começara a faltar
às aulas no Conservatório onde estudava piano. Ligara-se ao tal sacana de seu
nome “artístico” Golfo que dizia que
também que estudava lá mas apenas galara a moça que tinha ido na
conversa dele. Daí às passas fora um pulinho (palavras dela quando confrontada
por ele Frederico) e depois seringa, cocaína, anfetamina,
LSD, enfim uma
panóplia do diabo. A Leonor passara a dormir ou melhor e aí o Frederico
acentuava com ar muito carregado “foder
com o filho da puta e não sei que mais!” Já falara com os tios Miguel e Jaime
e com a tia Elsa e no dia seguinte a Leonor iria dar entrada na Casa de Retiro
e Recuperação Anjo da Guarda situada acima da Malveira da Serra onde iria
começar com a Metadona, tratamento de desintoxicação que o tio Miguel
acompanharia a par com os médicos da
instituição. Era cara mas tudo indicava que valia a pena. E para nós o dinheiro
não era problema.
Sem legenda |
E era tudo, o Frederico calou-se e eu
fiquei assarapantado olhando para ele. “E
tu, mano, tomaste a teu cargo isso tudo? Desenrascaste-te? É certo que eu e a
Maria Rita andávamos muito ocupados e muito tresmalhados, mas se soubéssemos o
que estava a acontecer logo participaríamos no que fosse preciso e era muito.
Nunca, mas nunca te deixaríamos só. Tiveste o apoio dos tios e da tia, mas
iniciativas foram tuas. Para mim foste um herói.” E não me contive, levantei-me, ele também e
abraçámo-nos forte e demoradamente, corriam-nos lágrimas pelas faces quase tão
grossas como as cordas de agua que não paravam de cair lá fora. Que raio de dia!
Que filho da puta de dia! – disse para o Francisco, porque a partir de então já
o podia fazer, depois do que ele
dissera.
Daí que tivesse de adiar os papéis que
estavam sobre a minha secretária pelo que chamei o meu adjunto e o escrivão e
pedi-lhes o favor de tratarem das formalidades necessárias para o adiamento de
alguns processos bem como fiz uma delegação de poderes específica como meu
substituto formal ao adjunto. Fui de seguida falar com o juiz presidente do
Tribunal e dei-lhe conta do que se passava explicando-lhe que por motivos
imperiosos da minha vida pessoal tinha de ausentar durante uns dias não sabendo
quantos. Mas, logo que tivesse tudo resolvido com a rapidez possível
apresentar-me-ia. Apresentei-lhe o Frederico. Já podia sair com ele.
Com a mão na... |
Duas tarefas para começar me
aguardavam: falar e despedir-me da Leonor e informar a mãe do que se estava a
passar. Depois, bem, depois desejava ir encontrar o tal Golfo que o Frederico
também me informara que além de todas as “qualidades” que me referira também
era grafiteiro. Talvez o encontrasse não com a mão na massa mas na lata de
tinta de pressão ou no marcador. Bonita ia ser a “conversa”. Teria de me conter, mas se o
cabrão levantasse a grimpa estava mesmo fodido – partia-lhe os cornos! Mesmo a
pensar retomava o linguajar de caserna.
Mas, acima disso tudo pairava a imagem
dum Super-Homem sem capa nem kripton que dava pelo nome de Frederico e que
levava com ele a síndrome de Down. Quem diria?
Porra, FerreirAmigo, cada vez que aqui venho ler episódios do Frederico fico com um nó na garganta.
ResponderEliminarSão deficientes, não são parvos, não são estúpidos, não são anormais.
E têm um coração que a gente não entende.
Aquele abraço apertado para ti, beijos para a Raquel
Meu caro João Pedramigo
EliminarNão podes ficar assim - é um pedido de amigo que te faço pois se isso te acontece só posso tomar uma atitude : acabar o mais rapidamente possível a saga! Mas deixa-me que te diga que ela vai durar mais dois ou três episódios pois tenho a sensação que os leitores começam a estar fartos da estória...
Porque todos nós temos o direito de amar porque todos temos coração e por que raios os Fredericos não haveriam de tê-los? Os estereótipos são tramados sobretudos quando abusamos deles. Portanto, por favor desfaz esses nós e, como sempre fazes, volta sempre aqui à Travessa que é de todos.
Triqjs e um abração para tu deste teu amigo alfacinha
Henrique, o Leãozão
Este episódio fez_me recordar um aluno que tive há cerca de 20 anos e que encontro algures no meio de artistas...de boina e suspensórios...cambaleante mas feliz de sorriso aberto...abraçando a vida num orgulho desmedido que provocou no meu coração...a alegria de termos partilhado os bancos de escola!
ResponderEliminar...
Fico feliz quando conseguem provar que estão na frente da batalha e gostei de ler!!!
Bj
Minha querida Gracinhamiga III
EliminarTodos temos estórias para contar - o que acontece é que as mais das vezes as guardamos na gaveta e não as contamos. Felizmente e pelos vistos não é o nosso caso. Contas-nos a tua alegria de um reencontro ao fim de vinte anos.
Eu poderia contar os que me têm acontecido passado mais de meio século; ainda em Agosto tropecei no calendário e inopinadamente dei de caras com o Jacinto Lopes Rego, meu colega desde a primeira classe da instrução primária no Colégio Mouzinho da Silveira ou seja há setenta anos. Olhámo-nos e... reconhecemo-nos! Um espanto! E recordámos que tínhamos andado à batatada já na quarta classe por causa duma miúda Ana Maria Henriques Correia Henriques que ambos considerávamos nossa namorada...
Como vês, cada um tem estórias, muitas estórias para contar...
Muitos qjs deste teu amigo e admirador
Henrique, o Leãozão
Caros amigos leitores,
ResponderEliminarconvidamos-vos a ler o capítulo 12 da nossa história escrita a várias mãos "Janelas de Tempo"
https://contospartilhados.blogspot.com/2018/09/janelas-de-tempo-capitulo-12.html
Votos de excelente fim-de-semana.
Saudações literárias!
Minha querida Fernandamiga
EliminarCom o teu conto acrescentaste e muito bem mais um ponto à espantosa viagem que decorre nas "Janelas do Tempo". Uma destas semanas caber-me-á entrar no rodízio contista e espero não desmerecer de tão ilustre ompanhia :-)))
Muitos qjs e abçs para toda a malta do
Henrique, o Leãozão
Olá, estimado Henrique!
ResponderEliminarEspero e quero, que estejam ambos, o Henrique e a Raquel, de saúde. Por aqui, tudo normal (já parece uma carta -rs).
Um super texto, escrito com muito à-vontade, MUITO BEM ESCRITO, de forma solta, pra não dizer soltura (era capaz de ser mal interpretada) e sempre com uma sequência agradável e curiosa. Queremos sempre saber o que se segue.
Eita, como dizem os compadres brasileiros, que o Frederico está a mostrar-se um homem com "m" maiúsculo e com imenso entendimento. Até já diz palavrões, o que pode significar que está no caminho certo (rs). Revela um coração enorme e uma grande inteligência.
Pois, vamos lá ver como será a conversa entre o protagonista do texto e o drogas, o grafiteiro. Fico curiosa.
Grata pelo seu exacerbado comentário no meu blogue, Henrique. Não falou do vídeo, k coloquei. Trata-se do filme "Nove semana e meia", que "só" vive uma meia-dúzia de vezes. Mickey Rourke, nos bons velhos tempos e Kim Basinger, toda sensual.
Então, fez anos no dia 20 do corrente mês. Lembrei-me depois. Que tenha tido um dia mto feliz e que a saúde ajude. Parabéns!
Já escreve no "Acrescenta Um Ponto ao Conto"? Mostrou interesse nisso. E que tal? Houve aceitação por parte dos escritores? Eles nem comentaram o seu texto, mas convidaram-no a comentar o deles. Que "altruísmo" -rs!
Beijos e um grande abraço para ambos.
Minha querida Ceuzitamiga
EliminarCarta por carta tentarei manter esta epistolografia sem sobressaltos agradecendo antes do mais em nome da Raquel e no meu os votos de boa saúde que felizmente vai existindo, votos que retribuímos naturalmente.
Adoro tomar conhecimento do facto que é que existe quem me siga como é o teu caso e que o declare publicamente. Quem escreve não o faz para si próprio, fá-lo para que o leiam e digam se gostam ou se não gostam. Uma apreciação, uma opinião para mim é sempre bem vinda; faz-me bem ao ego…
Quanto ao meu comentário no teu excelente blogue só disse o que sentia – ou seja a verdade. Eu sou assim: pão, pão, queijo, queijo. Se não tivesse gostado também dizia. No que concerne ao vídeo tratou-se apenas de esquecimento, por isso vou revê-lo.
E pronto, por aqui me fico. Muitos bjs e qjs do casal Ferreira
Quanto mais não seja, esta sua história, serve para desmistificar, a ideia de que uma criança com Síndrome de Down, resultará num adulto inútil. Nada disso, pode ser mais lenta a sua aprendizagem, mas quando aprendem e apreendem, fica para a vida. Normalmente doces e muito carinhosos, mostram a cada momento, a sua capacidade enorme de amar e cuidar do outro. E aí temos o Frederico, preocupado com um elemento da família que se transviou. Gosto deste Frederico :)
ResponderEliminarBom dia, Henrique
Minha querida Nonamamiga
EliminarTudo o venho escrevendo sobre o nosso Frederico (posso dizê-lo porque acredito que nesta altura ele já pertence a todo o nosso imaginário) resulta do que tenho vindo a ler, a estudar e a aprender sobre a síndrome de Down.
É um tema que se me infiltrou e do qual já não me consigo livrar. Mesmo quando acabar com esta saga - e já não vai faltar muito - continuarei a dedicar algum tempo ao assunto. Basicamente é esse o motivo pelo qual me apaixonei pelo Frederico.
Há personagens que crio (e não são poucas) que passam rapidamente por mim sem lhes ligar qualquer importância. São quase descartáveis. Aparecem porque têm tem de aparecer pois fazem parte do enredo.
Cada criador tem a sua técnica como cada cor tem as suas tonalidades; só o branco e o preto são imutáveis. O cinzento não passa de um compromisso e há que optar porque ficar instalado e não mexer sequer um dedo é uma chatice. O Frederico é o contrário disso portanto é bué fixe. Também gosto dele e de o ter parido.
Muitos qjs do teu amigo e admirador
Henrique, o Leãozão
Um capitulo emocionante, O Frederico tem um coração do tamanho do mundo e mostrou que embora diferente, no aspeto é um homem leal e correto.
ResponderEliminarUm abraço para os dois. Ou melhor, para três. A D. Raquel que me desculpe se me estava a esquecer.
Minha querida Elvirinhamiga
EliminarPrimeiro que tudo: já tens notícias boas sobre as análises? Oxalá assim seja. Fico à espera que digas coisas.
Ora muito bem, estamos a chegar a um ponto em que a troca de galhardetes pressupõe que o desafio vai começar para a Taça da Blogosfera... E que tal nomear o Frederico para árbitro? Ele é bem capaz disso :-)
Cá recebemos esse tri-abraço onde englobaste a minha Raquel que te agradece a gentileza e em troca seguem bjs e qjs do casal Ferreira como o Frederico pendurado...
Minha querida Teresamiga
ResponderEliminarMuito obrigado e boa semana.
Muitos qjs deste teu amigo
Henrique, o Leãozão
HenriquAmigo.
ResponderEliminarMe afeiçoei ao Frederico.
A socióloga Ursalina Fidelina Madurolina disse que ele é um pão.
Lembranças para a valorosa Dona Raquel.
PS - Fiquei lisonjeado quando deixaste escrito no livro de bordo, do Expesso do Oriente, que eu estava bem trajado.
Meu casto Confradamigo
EliminarJá estou a congeminar na fundação dum Clube de Fãs do Frederico e ele bem o merece. Mas tem de ser rapidamente porque a saga aproxima-se do fim.
A socióloga tem todo o direito a espremer, oops, exprimir a sua opinião.
E estavas mesmo caté parecias um ministro sem pasta (dentífrico...)
Os melhores comprimentos, com u do casal Ferreira
O meu herói Frederico, tão responsável… Continuas esta narrativa com o interesse a que nos habituaste. Gostei imenso.
ResponderEliminarUma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.
Minha querida Gracinhamiga II
EliminarRepito a proposta que fiz na resposta ao Prof. João Paulo para a constituição do Clube de Fãs. E muito obrigado.
Muitos qjs deste teu amigo e grande admirador
Henrique, o Leãozão
Olá Henrique, mas é que estamos mesmo muito orgulhosos do Frederico !
ResponderEliminarum grande coração, inteligência, humanismo, e sentido da responsabilidade :) muitos valores nesse grande rapaz !
abraço
Angela
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
Minha querida Angelamiga
EliminarPronto está decidido por unanimidade (eu) a criação do Clube de Fãs. Vou redigir os estatutos e outros documentos. É dis pensado o pagamento de quaisquer quotas mesmo para cotas... :-)))
Muitos qjs deste teu amigo e admirador ó poeta
Henrique, o Leãozão
Bom dia, Henrique
ResponderEliminarContinuo acompanhando, cada vez com mais interesse.
O Frederico não me desilude. Desde o primeiro dia eu sabia que ele iria ser um herói!!!
Para ele - como representante de tantos que há por aí... - e para todos os "Fredericos"... um GRANDE abraço!!!
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Minha querida Mariazitamiga
EliminarQuando voltar - o que vai acontecer no sábado 13 - vou acabar de redigir os "papéis" respeitantes ao Clube de Fãs do Frederico bem como matutar na forma como hei de terminar esta saga que talvez seja o embrião de um novo livreco. A ver vamos como diz o ceguinho...
Muitos qjs deste teu amigo e admirador
Henrique, o Leãozão
Perdi alguns capitulos dessa saga, porque estive ausente por dias, mas estarei lendo com calma durante o final de semana os capitulos que perdi.
ResponderEliminarAbraço e boa semana Henrique.
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