Um tempo muito danado
*Pezinhos de
coentrada com branco de Pias
Antunes Ferreira
De acordo com um
senhor chamado Bruno Café a semana ia ser muito fria; ele era meteorologista do
IPMA, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e entrava na casa das pessoas
(sem pedir licença) através da caixa que revolucionou o Mundo – a televisão. A bica arrefecia, esquecida, em cima da mesa,
enquanto Maurício mudou com o comando manual o programa para a CNN Portugal.
Esbugalhou
os olhos, ele e os restantes fregueses do restaurante-bar perante o espectáculo
degradante que se lhes deparava de Brasília: o assalto duma turba enlouquecida
à Praça dos Três Poderes: uma gentalha radical de apoiantes do ex-presidente Jair
Bolsonaro invadia e depredava o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o
Supremo Tribunal Federal, perante forças policiais que pouco ou nada faziam ou
até parecia que apoiavam a selvajaria. Um tempo muito danado.
Um déjà vu surgiu de imediato na maioria dos assistentes:
o assalto ao Congresso norte-americano por apoiantes do despeitado
ex-presidente Donald Trump derrotado nas urnas pelo candidato democrata Joe
Biden, actual presidente dos EUA. E (mais uma singular coincidência?) encontrava-se
nos Estados Unidos Bolsonaro que contra toda a tradição política brasileira não
assistira à posse do seu sucessor e por isso não lhe transmitira a faixa
presidencial.
Quer um (Trump) quer o outro (Bolsonaro) se
consideravam (e continuam a considerar) espoliados nos actos eleitorais. Estão
no seu direito, pois em democracia discordar não só é permitido, mas também é
exigido. Mas daí ao terrorismo vai um salto tamanho que só pode ser severamente
punido nos termos da lei – e só neles. Portanto, à estranheza motivada pelas
imagens vindas da capital brasileira juntou-se imediatamente o sentimento de
revolta tão característico dos portugueses.
Entrementes lá fora a rua era um caudal de água e lama. Às reportagens das televisões juntavam-se as imagens colhidas pelos smartfones de cidadãos mostrando automóveis semi-submersos, crateras abertas nos pavimentos das ruas e dos passeios. Vagas alterosas junto às costas lambendo inexoráveis as praias desnudas, árvores e postes diversos derrubados. Gente de vassouras, baldes e rodos em punho, calças arregaçadas, botas de borracha. E muitos bombeiros desde os sapadores até aos voluntários das mais diversas corporações, com barcos de salvamento etc.
Seja, que viessem os pezinhos com muitos coentros e,
entretanto, umas azeitonas calhavam bem. “Ó sôr Maurício, atão não havera de
ser, elas já aqui ‘’stão, acabadinhas de sair do tarro, temperadas à nossa
manêra!” No ecrã passara a crise do
governo. Com a confusão da TAP e das demissões de ministros e secretários de
Estado. Na mesa ao lado, um brincalhão dizia para o senhor que o acompanhava
que agora já percebia a razão de serem autorizadas cinco substituições nas
equipas de futebol: é só metade do time e saltava uma gargalhada.
Pelo que ouvia o primeiro-ministro parecia passar um
salvo conduto ao ex-seleccionador-treinador nacional Fernando Santos de quem se
dissera (e ainda se dizia) cobras e lagartos. E a corroborar essa mistela entre
a política e o futebol logo no televisor surgia a novidade: o novo responsável
pela equipa das quinas era um… espanhol. Roberto Martinez. Vindo de tomar conta
(?) da selecção belga.
“Olha-me pra estes figurões
da Federação, a começar pelo Fernando Gomes que é um pau mandado do Pinto da
Costa! Já não lhes bastavam os Filipes e mandam vir agora um perro castelhano!
Grandessíssimos filhos das putas!” O espanhol vai botando faladura que assim, que
assado, que vem para vencer (pudera, havia de dizer que vinha para levar no…) e
que a partir do momento a camisola dele era a de Portugal e patati-patata.
Aljubarrota já foi.
Vieram os pezinhos de coentrada com migas enroladas (o
acompanhamento é uma ideia da dona Alicinha, explicou o sôr Semedo normalmente
elas vêm com lombo de porco assado,ou costeletas fritas, mas o sôr Maurício vai
gostar do miminho, têm muito alho picadinho e também coentros). Na pantalha
– como dizem os espanhóis que agora parece que vão estar em moda – aparece o
presidente Zelensky.
Fala da guerra e a CNN Portugal vai entremeando as imagens
das cidades, vilas, escolas, hospitais tudo destruído, com o papa Francisco
declarando que a agressão russa é um crime hediondo e Vladimir Putin,
declarando que a indústria militar russa está de parabéns pois desenvolveu a
“arma total” que mais nenhum país possui e que permite à Rússia defender-se de
qualquer ataque venha ele de onde vier.
Os pezinhos estão uma maravilha e o tinto de Pias é uma
obra de arte vinícola, um néctar divino. “Ó Semedo hás de dizer à
dona Alice ou ao sôr Albano para me arranjarem uma dúzia de garrafas deste Pias
que eu compro-as para as guardar para quando me casar…” Semedo nem precisa de tomar nota, são muitos
anos de servir à mesa e de conhecer os comensais.
“Pode estar descansadinho, sôr
Maurício. ‘Tá feito. Vou arranjar uma caixa de cartão forte e depois é só
levá-las.” Faz-se agora um silêncio quase religioso na
sala. É o Enzo Fernández que vai jogar contra o Varzim para a Taça de Portugal
e o tipo da SporTV diz que o negócio com o Chelsea está em banho-maria porque
os ingleses não querem pagar os 120 milhões de euros da cláusula exigida pelo
Benfica,
Não haja dúvidas que o futebol é qu’induca e a porca da
política é que não instrói. E o tinto de Pias é o máximo. Maurício vai pensando
enquanto o sôr Semedo lhe põe na frente um copo e uma garrafa sem rótulo a
fazer companhia a nova bica cheia. “É a bagaceira da casa, do monte dos
patrões, uma oferta para rebater os pezinhos. E que tal estavam os bichos?” Não é demorada a resposta, acompanhada dum
arroto disfarçado: “De comer e chorar por mais. Divinais. A dona Alice tem
garantido um lugar no Céu à direita de Deus Pai para quem entra! Ah, ah, ah!...”
Parou de chover. Maurício pagou, enrolou o chapéu de
chuva, educadamente deu as boas noites ao restante pessoal, deitou uma
espreitadela pela cozinha para felicitar a Alicinha “Ó menina, que
esplendor, que magnificência, não há nada que chegue aos calcanhares da nossa
cozinha alentejana. Estava tudo óptimo. Adeusinho, Até amanhã.” E foi-se.
Chegado a casa da senhora dona Efigénia Sebastião,
viúva do engenheiro Alcides Moreira Sebastião, que lhe alugava o quarto com
serventia para a casa de banho (os tempos não iam fáceis) verificou primeiro
que as cordas de água não tinham causado danos no prédio construído depois da
estafa das notas do Banco Angola e Metrópole da autoria de Alves dos Reis e
depois que a digna senhora não recusara a oferta duma garrafa das de Pias.
E foi assim que Maurício Saraiva e Melo não se afogou
no dilúvio da chuvada tsunâmica: afogou-se, sim, no tinto piasanco terminando na
bagaceira da garrafa sem rótulo.
Quo vadis Brasil?
Antunes Ferreira
Uma nota prévia
é importante para quem se der ao cuidado de ler este texto: não tenho nada
contra Jair Bolsonaro pessoalmente – só não gosto dele. Conheci pessoalmente Luiz
Inácio Lula da Silva num almoço convidado por Mário Soares aqui em Lisboa, O
político não renegava o operário metalúrgico e isso era o que, para mim, lhe
conferia, um encanto e um carisma muito especial. Almoçaria uns tempos depois
com Fernando Color de Melo, sem Mário Soares, num encontro promovido pelo
Diário de Notícias. Deste tenho fotos. Do primeiro – não. Não se pode ter tudo.
Por isso gostei logo à partida dele, Habituado que estava de
contactar personalidades internacionais do mundo da política, com os sus
tiques, as suas prepotências, as suas más educações, as sus pesporrências,
(numa esporádica situação de casos, felizmente nem todos) a bonomia de Lula
deitavam abaixo quaisquer preconceitos que eu levasse na algibeira.
Segui com atenção
a reportagem da CNN Portugal (finalmente um canal televisivo a sério) a tomada
de posse do 39.º Presidente d República Federativa do Brasil. Espectáculo
empolgante, com a participação maciça do
povo e principalmente com intervenção
dos representantes das minorias ostracizadas pelo ex-mandatário Bolsonaro. Que,
feliz ou infelizmente não esteva presente.
Numa participação premonitória
do que se passaria logo a seguir à imposição da faixa presidencial a Lula da
Silva, Bolsonaro partira para os Estados Unidos quiçá para se encontrar com o
seu homólogo Donald Trump, unidos ambos na mesa contestação aos resultados
eleitorais em que tinham sido derrotados, mas que não queriam aceitar,
E, inopinadamente, um déjà vu: o que
acontecera meses antes com a dramática invasão e destruição do Congresso em
Washington repetia-se agora em Brasília com
tumultuosa e criminosa devastação por uma multidão enlouquecida da Praça
dos Três Poderes: o Palácio Presidencial, sede do Executivo Federal, o Palácio
da Justiça, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Congresso Nacional, local
da origem da Legislação Federal.
Uma vez mais a
CNN Portugal transmitia em directo essa selvajaria com a massa popular
destruindo tudo o que encontrava dentro dos edifícios na maioria do caso
perante os olhares impávidos das autoridades (?) policiais que esporadicamente
noutros empregavam mangueiras de água sem resultados visíveis.
Um Lula visivelmente
abatido e simultaneamente amarfanhado veio falar ao povo brasileiro
garantindo que os responsáveis seriam severamente punidos. Mas quais? E quando?
Com que meios? Quem são os governadores dos Estados? De que lado estão? Quais
estão a ”contar as espingardas”? Os desmandos da capital federal não foram, ao
que parece, isolados. O Brasil é muito grande. Diz-se num espírito (que neste
contexto será estupidamente utilizado) que quando o Brasil espirra a América do
Sul apanha uma gripe, talvez até uma pneumonia.
Quem punirá quem? O
que farão os militares? Jair Bolsonaro (que acabou de dizer que para ele a
“democracia” é o mais importante na política e que ele no seu governo sempre
praticou…) apoiou-se nos generis – ou pelo menos em muitos deles – para
governar como governou (ou se governou?) e por isso com quais poderá contar
Lula da Silva?
Fui muitas vezes ao
Brasil, tenho uma boa parte da minha formação académica obtida lá e penso
conhecer razoavelmente o país que considero também um pouco meu. Quando Stefan
Zweig escreveu o “Brasil – o país do Futuro” lançou uma anatomia sobre
ele. Era só o que lhe faltava – uma guerra civil. Quo vadis Brasil?
Céus!!
ResponderEliminarRoberto Martinez que a equipa belga mandou pentear macacos „portugueses“ …
A equipa belga ainda foi eliminada mais cedo no Catar do que a equipa portuguesa. Portugal continua a comer os restos …
O meu comentário anterior expressa exactamente „Já não lhes bastavam os Filipes e mandam vir agora um perro castelhano! Grandessíssimos filhos das putas!” E o Ronaldo sem vergonha lá pelas arábias. Desilusões!! Somente desilusões. E sem falar sobre pesadelo político em Lisboa.
EliminarQuerida Terezinhamiga
EliminarPuseste o dedo na ferida uma vez mais. Neste particular, o Fernando Gomes ´é o novo Miguel de Vasconcelos e Brito só que ainda não foi (nem será) defenestrado. Ir buscar o Martinez (com um curriculum invejável…) só demonstra a que ponto chegou a (des)organização de Federação Portuguesa de Futebol. Mas será que merecemos melhor?
Küsse & Käse
Henrique
EliminarCaríssima Terezinhamiga
Mais uma vez tenho e concordar contigo: o CRmilhões que já nem precisa do Jorge Mendes veio dizer que está com os sauditas para implementar o futebol naquelas areias. Ele lá sabe as linhas com que se coze. Pelos vistos a “coisa” tem milhões de aliciantes e já se diz que o Messi vai também ali parar, digo, jogar. Enfim, é a vida.
Quanto às confusões politicas cá por este pobre país elas tornaram-se tão habituais que nem o Santo António as endireitaria, muito menos o Santo António Costa o consegue fazer. Que cambada!!!
Küsse & Käse
Henrique
Que lindo o modo como colocas todos os acontecimentos! Maurício infelizmente assistiu, como nós aqui no Brasil e todos que acompanharam, os terroristas verde amarelos inconformados! Uns animais ferozes, monstros tal, qual seu ídolo...
ResponderEliminarUm horror. Ainda bem ,a punição virá. Assim como pra Trump...
E assim, Mauricio viu de tudo acontecendo pelo mundo. Ainda bem terminou com um vinho e prato apetitoso! abração, tudo de bom, chica
EliminarQuerida Chiquitamiga
Tu sabe-lo bem: para mim, o que se passa no Brasil passa-se também na minha casa tal é a afinidade que nos une desde que o Cabral aí aportou.
Ao ver as imagens da barbárie não pude deixar de sentir que o meu coração sangrava. Quando foi dos ataques terroristas ao Capitólio em Washington fiquei aterrado, mas não foi o mesmo sentimento perante o que se passou na Praça dos Três Poderes.
Através da CNN Portugal segui em directo a criminosa actuação, as declarações do presidente Lula e fiquei coma dúvida: será que ele tem condições para ultrapassar este dramático momento? Em quem ele pode confiar? Nas forças Armadas? Nas policias?
Isto ainda não está claro. Temos de ver – mesmo aqui de longe – as cenas dos próximos capítulos. Oxalá não surja uma guerra civil. O Brasil não precisa – nem merece – uma tal calamidade.
Com grande preocupação
Beijos & queijos
Henrique
Não gosto de pézinhos de coentrada mas branco de Pias é divinal.
ResponderEliminarQuanto ao resto já me agasta, desculpa o desabafo, não se aguenta tanta trapalhada!
Abraço
Minha querida Rositamiga
EliminarTambém não sou grande apreciador dos ditos pezinhos embora adore os coentros - é a minha meia costeleta alentejana. O branco de Pias, principalmente o Alma é um néctar precioso de preço/qualidade muito interessantes,
Quanto ao resto não vale a pena acrescentar mais nada...
Beijos & queijos
Belíssimo relato, com muito humor,de um dia de homem sózinho,vivendo em quarto alugado com serventia para a casa de banho.
ResponderEliminarCaro Unkknowamigo
EliminarMuito obrigado pelo que me dizes. É sempre bo, receber elogios. fazem bem ao ego - mas não resultam no crescimento do cabelo que já vai sendo escasso🤢🤢🤢
Abração
Henrique
Desculpa, esqueci-me das despedidas 😀
ResponderEliminarVotos de um bom Domingo
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Mariazitamiga
EliminarNão era preciso, mas de qualquer jeito, muito obrigado
+ beijos e queijos
Henrique
Querida Mariazitamiga
ResponderEliminarAssim éké pintas nos iiii. Ou se gosta ou se não gosta porque nesta coisa da escrita no meio não está a virtude. Não vou justificar o uso de termos porque são aqueles que entendo serem os necessários na boca de determinadas personagens. E estas sou eu quem as crio com as suas idiossincrasias próprias nomeadamente no que concerne à linguagem.
Quando ponho o Maurício no palco da vida seja ele o café-restaurante ou o quarto na Moraes Soares não posso pô-lo a dissertar sobre a teoria quântica, coloco-o sim, a elogiar à dona Alicinha os pezinhos de coentrada com palavras entendíveis.
E, nesse contexto, o uso do calão não é apenas vulgar – é “obrigatório”. Se fores ver um Sporting-Benfica ao Estádio de Alvalade e quiseres “dirigir-te” ao árbitro não lhe dizes da bancada: “Excelentíssimo Senhor, Vossa Excelência excedeu-se, a falta do Paulinho não era motivo plausível para grande penalidade…”
O que lhe arremessas é bem diferente: “Ó meu grande filho-da-puta és mesmo um cegueta. Essa merda só em Marte é que seria penalti, eu ganda cabrão!!!!!”
Pronto, tenho dito. E agora vou ver o dérbi.
Beijos & queijos
Henrique
Meu caro amigo Henrique
ResponderEliminaré caso para dizer...e, que post...!!!
Fala de tudo um pouco e num só post ficamos a saber as notícias de cá e de lá.... Excelente postagem. Parabéns!
tocou nos mais diversos temas... Muito, muito bom.
Venho abordar um assunto,
gostaria que me desse a sua opinião sincera.
No meu blog COISAS SIMPLES DA VIDA
fiz um post que gostaria que lesse,
um desabafo, pois juro que eu acho que a vida pode ser mesmo simples,
as pessoas é que complicam, com ódios de todo o género e feitio
Diga-me se sente vontade de acompanhar o meu relato de viagem neste blog e comentar?
http://orientevsocidente.blogspot.com/
e, o desabafo aqui:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
os temas estão interligados, daí que se deve ver os 2 posts
Espero que venha ver e que goste!
Um abraço meu, boa semana
Tulipa/Kalinka
Querida Tulipamiga
EliminarAcho que já uma vez to disse mas agora repito-o com todo o prazer: nasceste com alma de repórter – se é que existe essa coisa a que se chama alma…
As tuas viagens originam peças informativas acompanhadas de fotos próprias que as engrandecem e atraem os leitores – pelo menos a mim isso acontece e isso é sintomático pois sendo um velho jornalista habituado a conferira prosas e imagens acho as tuas, quer umas quer as outras muito interessantes.
No que concerne o Qatar isso é outra loiça. Os regimes autoritários do Médio Oriente, donos desse bem precioso que é o petróleo, tentam fazer tudo – o possível e até o impossível – para dourar a marca. O Mundial 2022 foi bem o exemplo e a contratação do Cristiano Ronaldo pelo Al Nasser da Arábia Saudita não lhe fica atrás.
Visitas como a tua são doces de mel em bocas exsudando sangue. Sei-o bem: não és paga para enaltecer o regime do Qatar. Mas, tudo o que vier à rede é maná celestial. Um destes dias arriscaste a ir a Doha convidada especialmente para inaugurar uma estátua tua como benfeitora do Emirado. Melhor dizendo do Xeque Tamim bin Hamad bin Khalifa Al-Thani. Podes não gostar desta opinião, mas é a que tenho e contra isso nada há a fazer. Foste tu que a pediste…
Beijos & queijos
Henrique
Bolsonaro e Trump são dois patifes seguidos por uma turba de trogloditas ignorantes.
ResponderEliminarEsterco humano.
Escumalha que me mete nojo, FerreirAmigo.
Toma lá um abraço
ResponderEliminarCaríssimo Pedramigo
Foi Confúcio que disse que “ A humildade é a única base sólida de todas as virtudes.” W parece que esse par de destrambelhados nunca ouviu falar no pensador oriental. Também – é preciso que se diga – isso não lhes fez fata nenhuma poi o m´todos que adoptaram foram os que se viram…
擁抱 Abração
亨利克 Henrique
Ler o que escreve é sempre um gosto. Gosto destes seus relatos dos acontecimentos, sempre intercalados de uma pitada de humor. O mundo está mesmo de pernas para o ar, meu caro Amigo.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Minha querida Gracinhamiga
EliminarFaltam-me as palavras para te agradecer o elogio que me diriges e que quiçá não sou merecedor, Escrevo tão bem como posso e a mais não sou obrigado. As frases saem-me fluidas, não preciso voltar atrás para as rever e daí que surjam gralhas sempre incómodas, Mas, sou assim e não seria aos 81 nos que iria mudar…
Beijos & queijos do teu sempre fã
Henrique
Mais uma grande crónica, da invasão bolsonarista ao tinto de Pias. Prefiro este, na verdade, com ou sem coentradas. Mas nós, por aqui, neste imenso verde nortenho plantados, preferimo-lo com sarrabulho... mas que vai muito melhor com um verde tinto carrascão. Só para homens, claro...
ResponderEliminarBoa semana, caro amigo Henrique.
Um abraço.
Caríssimo Jaimamigo
EliminarTambém alinho no sarrabulho e deixa-me que te diga que em Goa num exemplo típico da cultura indo-portuguesa há um prato chamado sarapatel que ao fim e ao cabo é um sarrabulho temperado à maneira da terra, E posso dizê-lo assim com toda a propriedade porque a minha mulher é goesa.
Normalmente é acompanhado por cerveja; mas agora já aparecem vinhos indianos que se poem beber, bem como australianos, sul africanos, neozelandeses, italianos, grego e até romenos. Portugueses? Uma firma de uma senhora goesa muito ligada familiarmente Portugal tentou importar marcas lusas mas levantaram-lhe tantos trabalhos que desistiu…
Agora por limitações físicas já não devemos voltar a Goa. Mas quando lá íamos com frequência o melhor presente para os colegas da Raquel no Liceu eram umas garrafas de tinto português para acompanhar o caril goês – chit curi
Abração
Henrique
Estive a ver o seu ecrã de televisão amigoHenrique
ResponderEliminare veio-me o cheirinho da comida alentejana
tudo numa de virtual que nos entra pela casa adentro, ou seja pela TV, virtual como quem diz, infelizmente não para eles, quando se vê essas notícias da horrorosa guerra e outros eventos que metem ataques pelo meio,
mais real felizmente para nós, as saborosas refeições
um abraço
ResponderEliminarQuerida Ângelamiga
Este pequeno país que deu novos mundos ao Mundo pode também orgulhar- se da variedade culinária que ostenta. Percorrendo o país de lés-a-lés encontramos não só os pratos típicos das regiões mas também aqueles que vieram dos locais onde os navegadores lusitanos chegarm pela primeira vez.
Assim, ao lado do caldo verde descobre-se a cachupa cabo-verdiana, em paralelo com o cozido à portuguesa encontra.se a muamba angolana, vis-a-vis com a sardinha assada a matapa de siri-siri ,moçambicana, ou perante as tripas à moda do Porto, o sarapatel goês.
Essa é uma das faces da diáspora lusitana, quiçá a mais importante porque ligada directamente ao povo, sem intermediários. Quando esperamos umas horas nas Sete Cidades que o cozido das furnas esteja pronto, estamos ao mesmo tempo a rever a história do marinheiro Gonçalo Velho Cabral que a mando do Infante Dom Henrique ali aportou em 1452,
Ângelamiga
ResponderEliminarNão me despedi. Mea culpa.
Beijos & queijos
enrique
Um texto a versar vários temos que gostei de ler. Uma NOTA: A minha falecida mãe - levada pelo covid-19, com 88 anos, era natural de PIAS, terra alentejana do bom vinho.
ResponderEliminar.
Saudações poéticas.
.
Poema: “”Pedaços que dividem o coração ””…
.
Meu caro Riyk@rdamigo
EliminarMuito obrigado pelo que me dizes quanto aos meus dois textos ambos pretendendo abarcar realidades preocupantes dos dias de hoje. Lamento, no entanto, ter-te feito recordar a morte da Senhora tua Mãe porque é sempre muito dificil perder aqueles que amamos e que também nos amam.
De qualquer jeito, Pias tem dos melhores vinhos alentejanos que conheço e não são poucos...
Abração
Henrique
Um grande retrato dos últimos dias!
ResponderEliminarum beijinho e uma boa semana
Querida Gabiamiga
EliminarEstamos realmente a viver num Mundo cuja loucura prece estar a ultrapassar tudo o que se podia pensar; mas, infelizmente não é assim, é apenas mais um episódio da grande barafunda que nós os homens criámos ao longo dos tempos!
Beijos & queijos
Henrique
Um verdadeiro jornal de notícias...atualizado, pertinente e a merecer um aplauso!
ResponderEliminarQuanto ao Cirque du Soleil...adorei!
Quanto ao Meliá, obrigada pela informação acrescida!
😘
Querida Gracinhamiga
ResponderEliminarAinda bem que tudo acabou em...bem. Por mero acaso conheci o actual COE do enorme Grupo Meliá e por isso aprendi alguns dados sobre a enorme organização. Divulgá-la pareceu-me correcto como jornalista e portanto homem da Informação.
O Cirque du Soleil é um espanto e faz-nos reconciliar com o circo espectáculo que anda por aí pelas horas da morte. Ele e o Cirque du Momaco.
Beijos & queijos
Henrique
Querida Tulipamiga
ResponderEliminarPoizé, esta conversa está em ponto de rebuçado com ou sem pezinhos de coentrada, com ou sem branco ou tinto e Pias (que são pomadas de cantar de galo de crista vermelha ao nascer d’aurora ou a qualquer hora do dia). Vamos mas é ao que nos interessa: a escrita encomendada. Antes do mais quero aqui exarar para a acta (isto tá mui bem escrito, não tá?) que não disse nem sequer insinuei tal insidia.
Reconheço – com dois dedos de testa quem não o faria? – que o prazer de viajar e de dar conhecimento do que se for encontrado é agradável para quem lê mas também para quem para quem tendo estado nos lugares sobre eles escreve e os fotografa com esmero.
Limitei-me isso sim a referir-me à circunstância – penso que meramente casual – que quer a Rússia quer o Qatar têm andado nas bocas do Mundo e por razões não muito louváveis. Respondes que não tens nada que ver com a política, apenas com as paisagens, os monumentos e as pessoas. Seja.
Contudo, isso não me impede de recordar que fechar os olhos perante certas realidades é no mínimo distração que se pode considerar censurável. Não será, de todo, o teu caso, mas peço-te que, de futuro, tenhas em consideração estes elementos. Sobretudo por defesa própria. Muito obrigado. Continuamos amigos.
Beijos & queijos
Henrique
HenriquAmigo...li de fio a pavio mais uma das tuas excelentes e informativas crónicas. De tudo, ficou-me a reforçar a saudade, não de Bolsonaros, nem Lulas, nem cheias de ruas a parecerem o dilúvio, não, nada de coisas tristes e deploráveis. Ficou-me simplesmente, o aroma delicioso dos pézinhos de coentrada.
ResponderEliminarO branco de Pias, não lhe conheço o sabor, mas se for igual ao seu irmão Só Pias, tinto, que tenho bebido ultimamente, digo que é uma rica pomada.
Beijinhos ao cair da noite.
PS - Amigo, houve uma ligeira mudança na minha resposta ao teu comment lá no meu post do MRS. Menos orgulho e mais simplicidade, é o meu lema, e detesto quando fujo disso.
Queridíssima Janitamicissima
ResponderEliminarQuando eu conduzia o meu Hyrundai Accent ia com a minha Raquel muitas vezes ao Alentejo, sobretudo a Estremoz visitar os meus compadres Parreiras e comprar uns queijinhos de várias qualidades da barraca do Ezequiel infelizmente jjá falecido. Também Castro Verde com o seu Motel era lugar de férias com o neto João tinha ele dois anitos. E nem falar em Elvas onde no "Cristo" comi a maior lagosta da minha vida, incluindo as do Cacuaco em Angola...
Beja, Almodôvar, e mais acima Portalegre, Nisa e Montalvão figuravam no nosso roteiro e muitas vezes íamos até Badajoz e Olivença e até passámos duas semanas no Hotel Moderno em Fregenal de la Sierra onde o João aprendeu a dizer cucharra em vez de colher e helado de fresa no lugar de gelado de morango.
Como já te disse sou - e com muita honra e preclaro orgulho o digo - meio alentejano: minha mãe era portalegrense por escolha (nascera na Maia ,as fora viver com os pais para Portalegre quando tinha dois anos e meio) e por isso sinto-me em casa quando por lá ando; ou melhor, sentia-me porque hoje tarde piaste...
E não te amofines com emendas que entre nós não têm razão de ser. Haj saúde e muita pomada de Pias. E também da bagaceira en garrafa sem rótulo. De caixão à cova, Tal está a moenga...
Beijos & queijos (de Serpa)
Henrique
Muito interessante a mistura de Pias (muito bom ) com as notícia s televisivas.
ResponderEliminarDevo dizer da minha insatisfação com o estado actual da comunicação social.
Neste momento talvez seja bom ser um estrangeiro o seleccionador , que até já foi ao beija - mão a CR , para assim este poder continuar a fazer todos os dislates que tiver na vontade.
Parece-me ser desta que vou deixar mesmo de ver CR y sus Muchachos.
Quanto ao Brasil, estou com receio de que toda aquela tensão descambe.
Grande abraço, meu amigo
Querida Sãozitamiga
EliminarTudo o que referes tem o meu ámen, porque é evidentemente verdadeiro. A vida tem destas coisas: por um lado chega um espanhol que, pelos vistos já está de cócoras perante o CR; por outro, dois portugueses, o famigerado F. Santos e o infeliz Paulo Bento (é só ver as trombas deles para certificar esta minha afirmação…) concorrem para tramar, ups, digo, treinar a Polónia. Eles não veem o que se metem ou, para ser mais claro no que o Super Mendes lhes quer meter com uma grosa fatia de percentagem…
No concernente ao Brasil quilo está tão periclitante que o próprio presidente Lula da Silva nem foi a Davos com medo de que lhe aplicassem o ditado: “Quem vai ao mar perde o lugar”. É só substituir mar por Davos…
Beijos & queijos
Henrique
Meu caro amigo Henrique
ResponderEliminarContinuamos amigos.
Lógico que sim, continuamos amigos pois, sem ressentimentos
Os conselhos são sempre um abre-olhos para mim, obrigada!
volto cá....hoje para convidar a uma partilha de um
MOMENTO PERFEITO na minha vida!
no meu post mais recente, aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
tomara que goste, leia a minha história
contei tudo tal e qual como aconteceu
beijinhos da Tulipa
Olá, querido amigo Henrique, li tudo, toda a tua postagem, que, como sempre, é irretocável. Não apareci pois com reformas dentro de casa, tiramos uma folga, entramos numa pequena pausa, juntamente com a falta de paz no país, mas já de volta aos amigos.
ResponderEliminarQuanto ao episódio de 8 de Janeiro, aquela estupidez humana, deixou os brasileiros estupefatos, horrorizados! Assistimos tudo, aqui em casa, assim que começou aquele descalabro, uma fúria jamais vista, aquela gente fazendo e acontecendo sem um "basta" de Brasília e das Forças Armadas do Brasil. Como pode ter acontecido coisas tão infames, tão brutais e todos eles muito à vontade. Muita manipulação antes do tal episódio, dezenas de ônibus chegaram e tudo tranquilo segundo as autoridades. Algumas imagens rodaram o mundo, outras, acredito que não. Milhares de entrevistas, opiniões de toda a bandalheira acontecida. Triste, Henrique, algo irreparável, nunca esperado pelo povo brasileiro. Mas agora, espera-se tudo. Continuam as ameaças, as injúrias e também um país dividido por ideologias. Mas mais de 1000 presos alguns dias depois. Estão desvendando os mistérios, é claro, não mais mistério...
Patologia no grau máximo, fanatismo extremo, tudo no topo.
Um beijo, querido amigo, muita coisa e tu sabes bastante, com teu 'faro jornalístico'. Triste episódio em nossas vidas, mas creio que terá um basta. Tomara.
Minha querida Taisamiga
EliminarOs canais das televisões aqui em Portugal têm indo a dispensar largos tempos de noticiários e comentários à situação calamitosa que s está a viver no País que tenho no coração – o nosso Brasil. Mas de todos os preferidos é sem dúvida a CNN Portugal. Creio que já to disse por múltiplas vezes: não sou fã televisivo. Mas no caso brasileiro tento não perder uma,
Por isso assisti, comovido, à linda cerimónia da tomada de posse – em directo – do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que conheci pessoalmente durante um almoço convidado pelo Mário Soares e no qual tive a oportunidade de descobrir a mescla de político e operário metalúrgico do sujeito. E, não to escondo, gostei dele; se votasse no Brasil votaria Lula.
Foi no tempo em que era candidato vencido pelo Fernando Henrique Cardoso do qual não ouvi a Lula nenhuma palavra menos cordata reconhecendo a obra do então presidente do Brasil. Isso maro-me fortemente. Posteriormente tomaria parte noutro almoço desta feita organizado pelo Diário de Notícias. Como convidado foi Fernando Collor de Melo. Que diferença!
Neste contexto foi ainda através do directo da CNN Portugal que esbugalhei os olhos perante o gravíssimo ataque à Liberdade e `Democracia feito por um turba enlouquecida invadindo os edifícios da Praça dos Três Poderes em Brasília. Não tinha querido creditar no que dois anos antes vira no Capitólio em Washington.
Mas, as imagens não mentiam: a mesma criminosa selvageria, o mesmo afã destruidor, a mesma sanha persecutória, o mesmo intuito delapidor – a mesmíssima tragédia! E como diz o povo na sua sabedoria popular “ainda a procissão não saiu do adro”. Escrevi com o coração a sagrar “Quo vadis Brasil?” Não retiro uma palavra.
Beijos & queijos (muito preocupados)
Henrique
Amigo Henrique, uma travessa que é uma grande avenida tal o tráfego de comunicações onde a tua formação jornalística faz jus à tua excelência!
ResponderEliminarDesde a politica até às alterações a que o tempo nos castiga, uma publicação à tua altura.
Um beijinho
Querida Manuelamiga
EliminarPronto já me alimentaste o ego de tal forma que me enchi qual sapo e espero não rebentar…😉😉😉
A tua visita é sempre um contributo para que A NOSSA TRAVESSA fique mais rica e justifique que é realmente #de todos para todos”. Muito obrigado.
Beijos & queijos
Henrique
Isto é quase como o Jornal de Notícias, fala de tudo e mais alguma coisa, mas do que gostei mais foi dos pezinhos de coentrada e do tinto de Pias. Voltarei a passar por aqui, em breve!
ResponderEliminarOlá Marujamigo
EliminarVieste até cá sem necessitares de bussola nem de astrolábio para dizeres que gostaste dos pezinhos de coentada e da pomada de Pias, também eu. Já quanto ao nortenho Jornal de Notícias, embora o aprecie preferia o "meu" Diário de Notícias que hoje já não é o que era quando eu lá estava...
Abração
Henrique.
Vim ver a Nossa Travessa
ResponderEliminarSem saber o que era vinho
Sem ver descrição, sozinho
Fiquei curioso à beça
Belo vinho e me interessa
Saber, também, que cidade
Que a chuva inclemente invade
Sem pedir licença. O Porto
Eu soube do desconforto
Com a chuva sem piedade.
E pra onde vai o Brasil
É uma incógnita mortal.
A esquerda de Portugal
É leve, porém a vil
Esquerda que anda a mil
Na América "Latrina",
O brasileiro abomina.
Liquidou Venezuela
Argentina segue ela
E o Chile a ela se inclina.
Quem viver verá para onde iremos. Parabéns pela magnifica postagem. Abraço fraterno. Laerte.
Caríssimo Laertamigo
EliminarResponder-te em poesia
Seria comete heresia
A que não me arrisco
Poderia pisar o risco
E enjoar na maresia
Seria uma m´companhia!
Por isso fico-me na prosa
Subtil mas mais airosa
Com acentos e pontos
Quase sempre prontos
A deixar o aroma duma rosa…
Como vês vacinaste-me com a pena dum poeta e levaste-me a escrevinhar baboseiras para rimar. Mas, bem, no fundo serviu para me distrair das preocupações que grassam por este Mundo cão, principalmente pelo nosso Brasil em que o Lula tenta desesperadamente um entendimento com as forças Armadas. Como vês, continuo a seguir os gravíssimos problemas que existem por aí – e que vão continuar infelizmente.
Abração
Henrique (muito preocupado)
A Alma do Jornalista, não se apaga com o passar dos tempos e aqui se prova. Temos aqui quase toda a informação necessária ao "modus vivendi" da gente. Uma Crónica informativa completa.
ResponderEliminarEstás de Parabéns para o que der e vier.
Abraço
SOL da Esteva
Caro Solamigo
ResponderEliminarQuando s começa por ser jornalista nunca deixa de o ser. O Mário Zambujal meu camarada d bom amigo disse-me que para se ser jornalista tinha-se de ser vacinado cum uma "pena de pato aguçada na ponta" - mas isso e nos velhos tempos do tinteiro e das laudas de papel... De qualquer modo agradeço-te as palavras simpáticas e quiçá não merecidas.
Abração
Henrique