O cofre e as suspeitas
*São Pedro, o Senhor nem vai acreditar
Antunes Ferreira
O pior de tudo é
quando a suspeita se instala com armas e bagagens e não há ordem de despejo que
a faça pôr-se a milhas. Por mais que alguém se auto determine a envergar a
couraça da indiferença a suspeição é uma
lapa agarrada à rocha e não há vagas por mais alterosa que a arranquem do local
de fixação..
Se consultar um
qualquer dicionário encontrará um rol de sinónimos que, pelo sim, pelo não, qui
se enumeram: Desconfiança pouco fundamentada:
desconfiança, dúvida, cisma, receio, apreensão, suspeição, suposição, hipótese,
conjectura, presunção, previsão, pressuposto, longes. Pressentimento leve: pressentimento, palpite, intuição, sensação,
sentimento, feeling, bacorejo, baque.
Já quanto ao
verbo que a suporta, ou seja, suspeitar, vai encontrar supor, presumir,
presumir, recear, desconfiar, pressupor.
entre outros, como, duvidar, temer, pressentir, esperar e até aventar, mas este
mais no Alentejo.
A estória de hoje
decorre entre duas frentes; o Ministério da Saúde e a Rua da Conceição, 23 4.º
Esq.º, morada do senhor Mateus Francisco Silva Boaventura, apartamento que
adquirira antes de casar com a Judite Maria Fernandes Figueiredo agora
Boaventura em regime de comunhão de bens, decisão que reputara de sensata e
nada tinha a objectar.
O único senão
era a falta de, pelo menos, um filho – só um. Mateus, único, gostaria de ter
mais, mas a Judite não podia arriscar a pele, pois o ginecologista sentenciara
que ela não era apta para engravidar. Consultaram outros obstetras, fizeram
análises, os espermatozoides dele eram da melhor qualidade, tinham ido a
Londres consultar um guru sobre a proveta – e nothing.
Além disso contava
a questão da idade. Mateus Francisco tinha 47, era técnico administrativo não
passava da cepa torta, tinha (aliás tinham) umas contas bancárias saudavelmente
recheadas, dois automóveis, um Hyundai para ele, para ela um Kia Pikante, uma
quinta com casa de campo em Armação de Pêra, tudo herdado da avó Ermelinda que
criara o miúdo pois os pais tinham morrido num desastre de aviação.
Por seu turno,
Judite rondava os trinta, ainda os ia fazer, fora secretária num atelier de
arquitectura donde saíra para o casamento, depois de ter sido apresentada na
festa do aniversário do chefe do Boaventura, primo em segundo grau mas chegado
do pai dela. Para os que acreditassem no Cupido fora uma bela ocasião onde
experimentaram as flechas do catraio alado. Amor à primeira vista? Quiçá. Mas
com ele também a suspeita.
Realmente ela era um pedaço
de mulher feito pecado que dava nas vistas, melhor dizendo, nos olhos aguados
dos machos mais ou menos latinos. E ela bem sabia disso. Provocante sem
provocar, a sua natureza não mentia, os seus encantos não se ocultavam, as
pernas longas, os seios empinados, os quadris embolados, os lábios cor de romã
e os olhos, ah, os olhos amendoados, uma bisavó macaense, mais o cabelo negro
de azeviche – um tsunami animado de carne morena.
Aproximava-se o fim do ano, o Natal já enchia as ruas da cidade, os centros comerciais regurgitavam de massas humanas, embrulhos de cores variegadas, laçarotes, livros, perfumes e brinquedos, bolos, pasteis e iguarias diversas, a confusão habitual da época, nas grandes superfícies comerciais reinavam Pais Natais
de opereta, que a troco de uns miseráveis euros deixavam-se fotografar com criancinhas ao colo, “chega aqui Zéquinha, vê se não perdes o lugar, há tanta malta!”
Na secção o chefe
administrativo, o dr. Vicente de Andrade, despachava os últimos processos para
os enviar à Tesouraria a fim de ser pagos. Eram as contas apresentadas pelos
juízes à ADSE que tinham de ser conferidas e certificadas e nesse particular os
magistrados por vezes julgavam-se acima da lei que interpretavam e aplicavam.
Dizia aos amigos
o dr. Andrade que nada tinha contra a magistratura mas que “um filho ingrato é
mais venenoso do que os dentes de uma cobra,,,” Ele lá sabia o porquê da
sentença; tirara o urso de Direito em Coimbra e muitos dos seus colegas tinham
seguido a carreira da magistratura. Enfim, cada um sabe as linhas com que se
cose.
Boaventura fora
plantando no mais recôndito do seu ser a semente da insidia; via a cada momento
os olhares concupiscentes masculinos assestados sobre a sua mais-que-tudo e,
pior ainda, denotava que ela nada fazia para ignora esses dardejares, pelo contrário,
parecia incentivá-los com leves arquear de sobrancelhas, meio-sorrisos que eram
promessas inconfessáveis, um tormento.
Ao fim e ao cabo,
nunca encontrava rasto pelo apartamento de outra presença máscula. Judite bem
se amofinava; “Homem, para o que te havia de dar! Sabes perfeitamente que
sou uma mulher honesta e de um só macho – que és tu! Onde vem essa ciumeira?
Como nasceu essa suspeita?” E desfazia-se em lágrimas que Mateus lhe
limpava com beijos e terminava tudo no leito matrimonial.
Até que no dia 31
de Dezembro, data funesta, de mau agouro, ele desembestou no lar pelas onze
horas da manhã e foi encontrar a esposa ainda na cama, quase nua, apenas o
negligé negro transparente (prenda de anos dele) que não lhe escondia nada,
antes lhe realçava os mamilos arrogantemente erectos e o púbis encaracolado.
“Onde está eleeee????!!!!”
Judite, puxando o lençol, o cobertor e o edredom: “Não há ele nenhum! Tu
estás louco! Já te disse, aqui em casa, homens só os da EDP para aferir o
contador da electricidade ou os da EPAL por mor da água e recentemente dois
tipos da NOS por causa dos problemas com a televisão, os telefones e o
computador…”
Mateus Francisco Silva
Boaventura, porém, não estava convencido, longe disso, correu toda a casa,
espreitou todos os cantos, deitou-se no chão para inspeccionar debaixo das
camas, abriu todos os armários, incluindo os das duas casas de banho e da
cozinha e finalmente esbaforido, alagado em suor entrou no seu escritório e
abriu a janela que dava para rua a fim de apanhar um pouco de ar pois de
momento não chovia, uma aberta na verdadeira tromba de água que não essava de cair.
Lá em baixo, saía do
porão do prédio um jovem cavalheiro a abrir o chapéu-de-chuva. “É ele! È o
filho da puta! É o cabrão que anda a pôr-me os cornos! Já te fodo!” Duplicaram-lhe
as forças; agarrou no cofre que ali tinha e atirou-o sobre o desgraçado – morte
imediata. Consciente do que acabava de fazer sentou-se à secretária, abriu a
gaveta onde tinha um revolver, encostou o cano do meso à têmpora direita e
disparou.
A cena seguinte passa-se às
portas do Céu com São Pedro como protagonista. O santo está metido em grande
sarilho pois não para de chover e as inundações são muitas – é um novo dilúvio.
Que fazer? Entretanto a fila de candidatos a um lugar nas paragens celestiais
ou no fogo eterno do Inferno é maior do que a dum casting para um programa do
Goucha. O Guardião das Chaves Celestiais pergunta a um sujeito quem é ele e
como é que ele morreu. O homem muito espantado retorque: “Chamo-me Rogério
Manuel Batista (segundo o novo Acordo Ortográfico) e nem sei como morri. Vinha
a sair de casa para uma entrevista para um novo emprego e depois dei por mim
num caixão no meio dum velório.
São Pedro benevolente
entrega-lhe uma etiqueta e diz-lhe que o local dele no Céu é na
678.904.876.543.141,7.ª nuvem à direita das instalações da Administração
- Santíssima Trindade e volta-se para o
seguinte. Este, cabisbaixo: “Resumo. Fruto da minha suspeita de que a Judite
(que era a minha mulh…” O Chaveiro celestial interrompeu: “Nós aqui sabemos; continue.” Boaventura:
“Pois fui eu quem atirou o cofre sore aquele infeliz que me antecedeu…” Pedro
carregou o semblante: “Ali à esquerda é o elevador que o vai baixar ao
Inferno!”
Mais um candidato.
“Então e você? Conte lá o que lhe aconteceu?” O tipo fez um ar de
surpreendido: “São Pedro, o Senhor nem vai acreditar; eu estava escondido dentro
dum cofre…”
Morreu um
ano
e morreu um
papa
Já estava
eu reformado quando no dia 11 de Maio de 2010 Bento XVI aterrou no aeroporto de
Lisboa (futuro Humberto Delgado) para visitar a capital, Fátima e o Porto, e a
Igreja Católica, Apostólica e Românica vivia uma das sus maiores crises – a do
pedorfilato praticado por sacerdotes. Rezam as crónicas da época que o então
chamado “Papa Panzer” dissera na tradicional conferência de imprensa realizada
a bordo do avião que: “A Igreja, portanto, tem uma profunda necessidade de
reaprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender por um lado o
perdão, mas também a necessidade de justiça. O perdão não substitui a justiça.”
Confesso
que até então não simpatizava com o Cardeal Joseph Ratzinger defensor duma
ortodoxia dominante no seio da Comunidade Católica. E de certo modo aceitava as
criticas que lhe eram feitas sobre o seu passado durante o período nazi, onde
pertencera à Juventude Hitleriana.
Porém, o
Vaticano, após a sua eleição para Papa tudo fez par esclarecer o que rotulou de
um “mal-entendido”. Finalmente Ratzinger até fora um opositor (enquanto
criança) do nacional-socialismo. Tudo pela verdade – nada contra a verdade.
Vaticano dixit.
Ao ver agora
Francisco da sua janela anunciar ao povo reunido na praça de São Pedro as
solenes exéquias do papa emérito fico-me a pensar quem será o próximo a fazer
uma tal proclamação. Porque o actual 266.º chefe da Igreja Católica já vai nos
86 anos e ninguém é eterno.
As coisas de que te vais «alimbrar», como diria a Hermínia.
ResponderEliminarQuando te virares para este género de escrita deves sinalizar o post com uma bolinha vermelha...Não, Henrique, não é pelos seios empinados nem pelos quadris embolados, sequer pelos mamilos arrogantes e erectos lá dessa madama de carnes morenas. É pelo vernáculo impróprio para ouvidos sensíveis, como o são os do Pai Natal...
Continuação de Festas Felizes, HenriquAmigo.
Beijos e uma excelente primeira semana de 2023.
Saúde!
Minha querida Janitamiga
EliminarEste blogue cinge-se aos mais estrictos princípios de decência, lisura, inocência, pulcritude, isenção e sensibilidade constantes dos manuais aprovados pelas instâncias mais qualificados nos termos morais, sectoriais, insinuais, mateologicamente inodoros incolores e improfícuos que se possam conceber.
Já recebeu preitos de homenagem os mais diversos, a saber: dezoito e meia medalhas de oiro em certames altamente conceituadas desde Cannes de Baixo até Bolas (de Berlim); catorze diplomas com selo lacrado e fita bicolor alusiva de festivais culturais diversos e last but not the least o grão colar da Ordem da Supra Decente Eficiência e Auto Definição das Dominicanas Descalças até ao Pescoço.
Posto isto, só me resta repudiar com todas as veras da minha pulcra alma a torpe insinuação que me diriges e simultaneamente desejar-te e aos teus o 2023 o melhor possível.
Beijos & queijos
Henrique
Só agora me lembrei e tive disponibilidade para vir ler a tua resposta e já chorei a rir. Realmente, HenriquAmigo, quando queres tens piada!
EliminarCada vez que leio os teus louvores e troféus, mormente o grão colar da Ordem da Supra Decente Eficiência e Auto Definição das Dominicanas Descalças até ao Pescoço...bem, é um fartote.
Beijos e força na tecla! :)
Então vamos por partes...
ResponderEliminarDava cá um jeitaço...uma quinta com casa de campo em Armação de Pêra, tudo herdado da avó... não tive sorte nenhuma nem do lado materno nem paterno.... “um filho ingrato é mais venenoso do que os dentes de uma cobra,,,”
pois nunca ouvi tal frase mas agora lendo-a acho que sim, é mesmo verdade...
Enfim, cada um sabe as linhas com que se cose.
Só quem sofre como eu, o facto de me sentir abandonada pelo único filho que pus no mundo...é que sabe o que isso é.
Estimo que o seu Natal na companhia de todos os seus tenha sido o melhor possível, e que no novo ano, continuem com saúde e paz.
http://tempolivremundo.blogspot.com/
estive 8 meses sem publicar nada neste meu blog
agora regressei e convido-o a ir ver o novo post, espero que goste!
2022 chegou ao FIM
façamos de 2023 um ano em que haja Paz, tentemos atingir os nossos objectivos e principalmente SAÚDE... beijinho da Tulipa
...
e, volto hoje dia 1 de janeiro:
HOJE dei início ao ano neste blog:
http://orientevsocidente.blogspot.com/
Bom Ano 2023
Penso que a história que nos contas ao terminar o 2022 seja uma metáfora da crise política no teu país, Henriquamigo!! Caso a minha interpretação esteja errada … who cares?!
ResponderEliminarQuerida Terezinhamiga
EliminarPoizé. A pergunta que faço neste início do 2023 é muito simples: para quê a maioria? Pelos vistos António Costa – que continuo a considerar um homo politicus – não se cansa de dar tiros nos pés. E com um Marcelo a afiar o cutelo! Não faço a menor ideia onde vamos parar. Se o bom senso não prevalecer o país vai de mal a pior; e nós, os tugas é que pagamos. Es ist eine große Scheiße!
Küsse & Käse
Henrique
Boa noite. Seja bem-vindo meu querido e novo amigo. Espero que possamos começar uma nova parceria? Já sou um novo seguidor do seu maravilhoso trabalho e colocarei na lista de Blogger amigos, gostaria de ter o privilégio de você me seguir também . Hoje aqui no Brasil é um dia histórico. A posse do Lula foi maravilhosa e emocionante. Se selarmos uma grande amizade, poderemos trocar WhatsApp ou e-mail sempre. Um Feliz Ano Novo com muita saúde e paz.
ResponderEliminarCaríssimo Luís Gomesamigo
EliminarMuito bem, assim éké, somos amigos de um lado e do outro deste grande Atlântico que nos separa mas também nos une, desde que o Cabral se descuidou e a aportou a terras de Vera Cruz, segundo escreveu Pero Vaz de Caminha na célebre carta ao rei D. Manuel.
Vou já tratar de te seguir e além disso peço-te por favor para dares conhecimento d’A NOSSA TRAVESSA (que a partir de agora passa também a ser tua) aos teus correspondentes para que eles venham também encorpar o número de visitantes, seguidores e cumentadores (com o…) deste covil de bons salteadores.
Abração
Henrique
Já coloquei o seu Blogger na minha lista de favoritos. Grande abraço carioca.
ResponderEliminarLuis Gomesamigo
EliminarMuito obrigado. Até à próxima. Se eu votasse no teu grande pais votaria Lula!
Abração
Henrique
O ciúme é um veneno. Mas como diz uma canção qualquer: afinal havia outro... É um gosto a forma como conta uma história porque sempre mistura algum humor com as reflexões mais sérias. Foi bom passar por aqui.
ResponderEliminarQue o ano de 2023 seja muito abençoado, com saúde, amor, alegria e paz.
Uma boa semana.
Um beijo.
Minha queridíssima Gracinhamiga
ResponderEliminarAs tuas palavras são um bálsamo que, aliás como sempre, me deixam felicíssimo. Vindas de quem trata a Poesia por tu – como tu o fazes – são uma homenagem que me deixa extasiado. Sempre que aqui vens enriqueces A NOSSA TRAVESSA. O que só te posso agradecer. Oxalá isso aconteça muitas e muitas vezes; ganham os que ainda leem este blogue, mas certamente ganho eu.
Venha o 2023 tão bom quanto seja possível.
Beijo amigo do teu fã de sempre e para sempre
Henrique
Devia ser um latagão o marido enganado para conseguir mandar este cofre pela janela!
ResponderEliminarAbraço
Querida Rosinhamiga
EliminarDiz o velho ditado que "o marido é sempre o último a saber..." Mas, neste caso em particular o Mateus - que pelos vistos e justificadamente tinha as suas suspeitas - devia ser um verdadeiro super-homem! Safa; um cofre! Pesado, mais do que a consciência dele 🤢🤢🤢
Beijos & queijos
Henrique
A suspeita é um veneno que estraga tudo... No meu caso quando tenho a certeza de que traem a minha confiança , é quebra irreversível.
ResponderEliminarQuanto ao Papa agora falecido, fez bem em pedir perdão a quem prejudicou . Que tenha luz!
Abraço com voto de feliz 2023 :)
Querida Sãozitamiga
ResponderEliminarGrande verdade é a que dizes: suspeitar é o principia do fim. Quando se começa a ter suspeita de alguém o que há a fazer é risccá-la da nossa lista e pôr ponto final na relação. Porque a continuar eivada ela de suspeição, o veneno fica lá e não há penitência para tal pecado.
Diz a voz do povo que não se deve falar mal dos mortos, mas para mim Bento XVI continua a ser pouco simpático tendo ou não pedido perdão...
Beijos & queijos
Henrique
Gostei do humor com que transformou uma anedota antiga, numa excelente história.
ResponderEliminarAbraço, saúde e Bom Ano
Querida Elviramiga
ResponderEliminarUm bom amigo chamado Mário Zambujal foi a primeira pessoa que me revelou que uma boa estória tem 10% de inspiração e 90% de transpiração. Aproveitar o que existe de razoável e plasmá-lo num escrito assim-assim não é para mim muito difícil...
Para ti e para os teus o melhor 2023 possível
Beijos & queijos
Henrique
Olá, meu amigo Henrique.
ResponderEliminarAs palavras estão todas ali no Dicionário da língua portuguesa para
serem descobertas e usadas para um poema ou uma crônica como essa sua crônica que mostra muito de sua criatividade, jornalista emérito que você é.
Além disso, ou seja, de tudo que entendi, sua crônica fez-me lembrar quando criança, minha mãe dizia que gostaria que eu fosse padre, e na sua bondade, ela disse que eu seria um belo padre. Então, eu dizia a ela que só seria padre se
viesse a ser papa quando adulto. Como não me tornei padre, não pude ser papa, para decepção de minha mãe.
Quanto ao Dicionário lembrei-me dos meus primeiros anos de adolescente, quando todos os dias anotava num caderno 10 palavras novas que logo as decorava, e no outro dia vinha mais 10 e assim por diante.
Renovo meu votos de um Feliz Ano Novo!
Um grande abraço do amigo Pedro, o Luso.
Caríssimo Pedramigo
EliminarQuem sabe se hoje não estaríamos perante o primeiro papa brasileiro? Não sei se a Tais concordará…. Dou o meu exemplo com outros parâmetros (salvo seja). Aos 17 aninhos, já com uma insipide barbicha a pontilhar-me a queixada cantei o fado numa casa do dito, a “Toca” no Bairro Alto, do fadista de sucesso Carlos Ramos.
O homem achou que eu me “ajeitava” na arte e deixou-me actuar durante duas semanas com algum agrado dos que ali iam jantar ou cear e ouvir a “canção dita nacional”. Porém, quem não achou graça à situação foi a Dona Glória, extremosa mãe do “artista” que lhe pôs com a colher de pau em punho (com a qual administrava a justiça lá em casa) e falou:
“Tu andas a estudar há onze anos para ser advogado, não para fadista. Acabou-se a ramboia!” E acabara-se mesmo. Ainda hoje me pergunto: se calhar perdeu-se uma grande carreira?
E acrescento: para cantar o fado não é preciso consultar qualquer dicionário…
Fica aqui o desejo para ti, para a Tais e para os restantes Lusos de Carvalho: o melhor 2023 possível.
Abração
Henrique
NB – Através da CNN Portugal segui a cerimónia d tomada de posse do Lula. Gostei.
O que mais me chamou a atenção foi a jovem macaense.
ResponderEliminarPois, tu percebes porquê, FerreirAmigo.
Já passaram 26 anos e as pernas ainda tremem.
Abração, Bom Ano
Caro outro Pedramigo
EliminarOra deixa-te disso! Um cumentário (com o…) libidinoso com a idade parece-me um “inzajêro”… Mas tu lá sabes. Cá por mim escrever é fácil. Em Os Lusíadas, Camões escreveu que “melhor é experimentá-lo que julgá-lo / mas julgue-o quem não puder experimentá-lo”. E com isto, o vate disse tudo.
O melhor 2023 possível por essas bandas orientais
Recebi de um amigo um vídeo sobre o actual estado do território. Não tem nada que ver com o que conheci das várias vezes que aí estive até à passagem da soberania. Macau está completamente diferente! (澳門完全不同。一個驚喜!)
擁抱 Abração
恩里克 Henrique
Olá Henrique! Sem me alongar muito quero dizer que gosto imenso da sua forma de escrever! É uma pessoa com um discurso diferente, que marca. Gosto mesmo muito! Um abraço e continue a escrever! Muita força!
ResponderEliminarCumprimentos,
Cantinho dos Poemas de Criança.
Caro Olavamigo
EliminarA tua visita e o teu cumentário (com o…) enchem-me de satisfação; não é tanto pela simpatia das tuas palavras que muito agradeço, mas sim pela tua vinda aqui que registo como a chegada de um novo Amigo. E na vida a Amizade não se compra nem se vende; não tem preço – vive-se apenas. Espero, assim, que continuemos a visitar-nos e deste jeito ligarmos os dois países cujos laços de sangue ninguém pode separar.
Pela CNN Portugal segui a posse do Presidente Lula da Silva; até me comovi. Gostei.
O melhor 2023 para ti e para os teus
Abração
Henrique
Faleceu o Papa Emérito Ratzinger. Ele foi o líder da Igreja Católica Romana de 2005 a 2013. Então ele abdicou e um papa desistiu — isso não acontecia desde 1415. Assim Joseph Ratzinger conseguiu um lugar de destaque nos nossos livros de história. Mas como devemos nos lembrar de Bento XVI? O que ele significou para a Igreja?
ResponderEliminarEle, o Rottweiler de Deus, é o meu único papa.
Não somente por ser alemão, mas sobretudo, por ser um intelectual.
O Bulldog argentino não é a minha praia.
O Vaticano é o estado mais corrupto do mundo.
Meine liebe Teresa
ResponderEliminarMais uma vez isto é chover no molhado pois estamos de acordo quanto ao estado do „estado“ do Vaticano; já quanto ao flelecido Joseph Ratzinger a roca fia mais fino, pois como já disse, não gostava dele. Admiro os Alemães, acho que são pessoas incriveis, dotadas de um espirito de iniciativa extraordinário, de uma capacidade de trabalho espantosa, de uma dinâmica impressionante – mas não gosto deles.
Desculpa-me a franqueza e a frontalidade mas creio que já me conheces (pela blogosfera) para saber que não me furto a dizer o que penso – meso que disso só me venham dissabores. Mas não é aos 81 anos que vou mudr a maneira de sentir, pois embor n~me considere um asno, só os burros é que não mudam...
E por aqui me fico.
Ich habe es mir schon gewünscht, aber jetzt wiederhole ich: das bestmögliche 2023 für Sie und die Ihren,
Küsse & Käse
Henrique
Caro Henriquamigo
ResponderEliminarFoi um prazer a tua visita e um prazer conhecer-te!
Obrigada pela apreciação ao "meu" e "teu" mês de Setembro...
Estou contigo a 100%, no que respeita ao nosso bem essencial, a saúde, pois quando ela começa a faltar-nos, a nossa vida fica um pouco sem rumo, mas há que acreditar no amanhã, especialmente quando um novo ano começa, a esperança renasce!
Também te desejo um excelente 2023 e que essa garra que te caracteriza se mantenha incólume por mutos anos.
Falando sobre o teu post "O cofre e as suspeitas", bom, foi um mergulho num mar onde as palavras se atropelam, cantando e rindo, porque estão no seu ambiente, são como um cardume imenso de peixes prateados, correndo atrás uns dos outros e eu senti-me bem, pois há tempo que me perdi das palavras, procuro, procuro, mas não as encontro e afinal estão aqui, na tua Travessa, que eu eu não conhecia.
Aqui, sim, neste teu mar há sempre uma maré viva e as ondas embalam-nos numa cadência gostosa...
A história do Mateus e da Judite está muito bem urdida e o desfecho, naquele malfadado 31 de Dezembro, foi um tanto trágico, mostrando como a suspeição pode ser perigosa!
Quanto ao falecido Papa emérito, que descanse em paz.
Parabéns pela tua verve!
Obrigada pela tua visita, foi um presente de Ano Novo!
Um abraço desta maré a que não me atrevo a chamar viva...
Caríssima Maré Vivíssimamiga
EliminarNos anos quarenta, em pleno Estado Novo (que era como se auto chamava a ditadura chefiada pelo António de Oliveira Salazar) havia – patrocinada pelo Estado – uma indústria cinematográfica em Portugal cujas tendências eram orientadas para a anestesia do povo a fim de que este não pensasse em política.
Éramos então conhecidos no estrangeiro pelo “país dos três ÉFES: Futebol, Fátima e Fado”! Já nessa altura a chamada Oposição era fragmentada e a única força política (na clandestinidade) organizada era o PCP, o Partido Comunista Português.
Quando atingi a puberdade – 15717 anos – andei nas faldas do Partido, convencido que só com ele se podia endireitar as coisas e levar Portugal para o bom caminho; não sabia muito bem o que era isso da Democracia e não conhecia o valor da Liberdade, mas, felizmente, em poucos meses aprendi a conhecê-las.
Daí que hoje seja o que sou: um socialista democrático – que não é, longe disso, um social-democrata, termo perfeitamente prostituído – que gosta de escrever tão bem como pode, com uma pitada de humor q.b. e o desejo de manter a saúde pois que a perdi e por isso sei bem o seu valor.
Adorei a tua visita e o teu cumentário (com o…) calou fundo deixando-me a vontade de continuarmos a trocar ideias e opiniões.
Por isso fico-me hoje por qui desejando para ti e para os teus o melhor 2023 possível
Beijos & queijos
Henrique
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ResponderEliminarMuchas gracias por el informe, pero no tiiene nada a ver con el tema.
EliminarHenrique
A história do ciumento é muito boa e divertida, mesmo com 3 mortos. O teu talento deixa a milhas alguns conhecidos cronistas da nossa praça.
ResponderEliminarPaz à alma do papa emérito que morreu. Se era antinazi, ainda mais paz merece.
Continuação de boa semana, caro amigo Henrique.
Um abraço.
Caríssimo Jaimamigo
EliminarPronto, para começo deste 2023 deixas-me muito embalado para escrever coisas com alguma piada e num português aceitável. As tuas considerações vindas de quem trata a nossa linda língua em Poesia como tu sabes fazer não é um elogio - é um incentivo para fazer mais e melhor; resta saber se o conseguirei alcançar...
Para ti e para os teus o meu desejo é que continues a fazer Poesia como fazes e que o 2023 seja o melhor possível.
Abração
Henrique
El tema es muy interesante pero no tiene nada que ver con este blog,
ResponderEliminarDe todas formas muchas gracias por tu visita
Abrazo
Henrique
Adorei voltar aqui. Já tinha saudades de o ler.
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