2018-07-19


 É DIFÍCIL VIVER COM UM IRMÃO MONGOLÓIDE - 8
Empernanço de pestana

Antunes Ferreira
Dê-se agora mais um salto no tempo e aterre-se em 1969, oito anos são oito anos, os relógios não param, os calendários também seguem folha arrancada após folha aos dias seguem-se as noites, dos Invernos aos Invernos as Primaveras, os Verões e os Outonos incansáveis não há interruptor que os desligue. Durante esse longo período aconteceram muitas coisas. Acabo de me levantar do sofá onde sentado assisti à chegada do homem à Lua. Impressionante. Nunca imaginei que tal presenciasse mas a caixa mágica que mudou o Mundo proporcionou-me esse deslumbramento.

O Frederico tal como a minha mãe, os tios Elsa, Jaime, Miguel o Jaiminho já com oito anos, a Miquelina e até a Odete Rita todos tínhamos estado com os olhos pregados no televisor. Nem comemos, apenas debicámos umas sandes e uns bolos que tinham sido trazidos da pastelaria Cristal e bebemos umas cervejas e uns refrigerantes. Vale a pena relatar a reacção do Frederico que ia nos dez anos e já lia e conseguia escrever o nome dele e mais umas coisas por vezes não muito correctamente. A falar ia muito bem, com alguma incerteza na pronúncia, mas sem importância.

Na Lua há "mag"?


Ele quis saber logo que o foguetão se preparava para partir o que era aquilo e se era nele que iam aqueles senhores com fatos de mergulhadores. E na Lua há mag? Então pogque vão eles assim vestidos? E se ela estiveg como uma talhada de melancia eles conseguem acegtag? As perguntas surgiam em catadupas com os rrr transformados em ggg habilidade em que era especialista… Toda a gente lhe foi explicando o que acontecia e, mais importante, o que ia acontecer. E que finalmente aconteceu – premiado com uma entusiástica salva de palmas!

Ora bem durante estes oitos anos tenho de registar o que de mais importante se passou na nossa família. O meu pai foi e veio de Angola onde teve uma comissão muito atribulada, pois passou a maior parte dela no mato a comandar uma companhia de caçadores ou seja de cavalaria… apeada. Com sede em Zala num vale rodeado de morros onde estavam instalados os turras que de manhã quando se içava a bandeira mimoseavam a tropa com umas morteiradas para alegrar a malta. Benditos estrategas…

Estivera na metrópole durante pouco mais de ano e meio e de novo fora mobilizado – depois de ter ido a Lamego formar uma companhia de caçadores especiais – para a Guiné para onde partiu em finais de 1964. Aí é que se tramou. Mas, já lá vou, pois tenho de voltar atrás, porque o Olegário, como alferes miliciano, fora parar a Goa e o David, com o posto de furriel também miliciano, a Damão e nas cartas e postais que nos mandavam contavam do paraíso tropical que tinham ido encontrar mas igualmente do clima de ansiedade pois andava no ar que a União Indiana podia invadir o Estado Português da Índia para o “libertar do colonialismo de Lisboa” de acordo como o que dizia o primeiro-ministro Nehru.

O que viria a acontecer e que resultou para os dois terem estado presos em campos de prisioneiros durante largos meses, depois do governador-geral general Vassalo e Silva se ter rendido aos invasores, face à disparidade das forças em presença três mil e poucos portugueses contra 42 mil indianos, desrespeitando as ordens do Salazar que tinha ordenado que todos morressem pela Pátria. Felizmente isso não acontecera.
Goa - no campo de prisioneiros
No entanto o regresso do contingente português foi mais uma demonstração do espírito maldoso e vingativo do Salazar. Os militares desembarcaram de noite vigiados pela Polícia Militar de armas aperradas e foram logo para quartéis. Só passados uns dias puderam ir para as respectivas casas. Além disso o general foi demitido.

Tinha tão bons professores de política em casa que rapidamente me integrara na oposição contra o Estado Novo que, de resto andava pelas ruas da amargura, pois nem um partido único conseguia ser. Por isso seguia com muita atenção o que se passava no país que ia de mal a pior. Ainda que fossem proibidas ocorriam greves e a PIDE via-se em palpos de aranha porque já não conseguia controlar tudo como antes fazia. O luto estudantil em Maio de 62 em que não tinha participado porque era então muito puto fora um gravíssimo problema para o Salazar e a sua camarilha. Mas pior tinham sido as eleições presidenciais de 1958. O tio Jaime contara-me o que se passara com o general Humberto Delgado que ficara conhecido como o general sem medo. Como eu gostava de ter vivido já adulto nessa altura.


Madina do Boé: baixas constantes 
Mas voltemos ao meu pai. A companhia que comandava fora colocada em Madina do Boé um dos locais mais perigosos da Guiné onde quase todos os dias era atacada me as baixas eram constantes. Foi lá que ele recebeu uma notícia que o deixou possesso. A Marina Neves tinha-o abandonado pois fora para o Brasil com o dono da empresa o engenheiro civil Salviano Francisco Xavier, um goês que viera estudar para Lisboa no Instituto Superior Técnico e por cá ficara e era viúvo. Foi o David que depois de ter regressado de Goa voltara a trabalhar na empresa que contara à minha mãe o ocorrido. Ela comentou sem grande espalhafato quem com ferros mata, com ferros morre…

Corria então o ano de 1968 e com a fúria do ciúme a toldar-lhe o raciocínio o meu pai voltou à metrópole e meteu uma licença tendo-se deslocado ao Brasil sem autorização militar. Foi um buraco, mais um, em que se meteu: por mais voltas e reviravoltas que tivesse dado pelas terras do samba e mulatas não obteve qualquer resultado e pelo contrário até ultrapassou o período da licença o que o colocou em termos castrenses em situação de ausente sem licença a que se seguiria a deserção. Porém aí parece ter-lhe voltado à tona um pouco de bom senso. Apresentou-se no Ministério do Exército antes que isso acontecesse. Mas foi-lhe levantado o correspondente auto.

O David ia dando-nos conta do que se estava passando e, curiosamente, o Frederico parecia compreender a gravidade da situação o que era ainda mais estranho dado que nunca se referia ao pai. Eu estava muitíssimo apreensivo pois algo me ultrapassava o que deixava mal comigo próprio pois acreditava que sempre tinha tudo sob controlo. E aqui a angústia que se apoderara de mim invadira também a Mafalda. A Mafalda? Pois, a Mafalda, a minha namorada que encontrara na Faculdade de Letras como caloira quando eu que já estava no segundo ano de Direito cruzava a “terra de ninguém” em frente à Reitoria para ir ver as miúdas e fazer o que então dizíamos o “empernanço de pestana”. No meu caso, dera mais do que a piscadela de olho…
(Continua)




36 comentários:

  1. FerreirAmigo,
    Ler o que tu escreves, e como escreves, lava a alma.
    E faz muito boa gente recordar o que tantos tentam esquecer, apagar.
    Grande abraço para ti, beijos para a Raquel, bfds

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    1. Meu caro Coimbramigo

      Nem sei muito bem como te agradecer pois são tão cativantes as tuas palavras mas creio que um muito obrigado serve. Ou não será assim?

      Realmente há coisas que não se devem, muito menos se podem esquecer tão importantes elas foram para a nossa vida e a minha em particular. E tenho de o dizer sem falsos dramatismos mas sim de cabeça levantada: orgulho-e de ter os vivido, não rejeito o que pratiquei e sem me pôr em bicos dos pés [um elefante a dançar balet?:-))) tenho a consciência de que fiquei um milímetro na História...

      Triqjs e um abração deste teu amigo
      Henrique, o Leãozão

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  2. HenriquAmigo.
    Que leitura aprazível, que possibilita muitos vieses.
    Por Chronos, como o tempo urge...
    No dia em curso completa 49 anos que aconteceu a primeira alunissagem.
    Minha saudosa avó materna, a Sra. Belmira Pedroso Pinheiro (1900-1985) dizia:
    É mais fácil um canelo passar num buraco do que o Homem chegar à Lua.
    Saudações alunissagem.

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    1. Meu casto Confradamigo

      Muito obrigado.

      Poizé, muitíssima boa gente - e não apenas a tua avó a Senhor Dona Belmira Pedroso Oliveira - não acreditava que o Homem chegasse à Lua. E mesmo depois do Neil Armstrong ter posto o pé pela primeira vez na superfície lunar houve milhões e milhões de pessoas que disseram que era montagem...

      Muitos cumprimentos do casal portuga Ferreira

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  3. PS - A reflexão correta da minha avó materna era:
    É mais fácil um camelo passar num buraco de agulha do que o homem chegar à Lua.

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  4. Bom dia, Henrique
    Continuo acompanhando esta saga, agora focando um período, a que eu chamaria "negro", da nossa História do século XX.
    Foram tempos muito complicados, que causaram dor e grande sofrimento a muitos portugueses.
    Salazar, que muitos consideravam um grande estadista, não esteve à altura da situação, e cometeu asneira atrás de asneira, até ao fracasso total.
    Todos os povos têm as suas nódoas, e nós temos as nossas. A guerra colonial é uma delas que, como sabes, vivi de muito perto (quase na frente de batalha...).
    Continuarei a acompanhar esta interessante história, não perdendo de vista o nosso amigo Frederico e congratulando-me com os seus progressos.

    Bom Fim-de-semana
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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    1. Minha querida Mariazitamiga

      Um dia tentarei abordar aqui na Travessa a figura controversa do Salazar. Ando agora a acabar de ler uma obra fabulosa SALAZAR - UMA BIOGRAFIA POLÍTICA da autoria de Filipe Ribeiro de Menezes.

      Filipe Ribeiro de Meneses é professor na National University da República da Irlanda, país onde vive com a mulher e os filhos. Nasceu em Lisboa há 45 anos. Doutorado em História no Trinity College de Dublin, tem várias obras publicadas sobre história contemporânea de Portugal e Espanha. É membro da Academia Real da Irlanda. Para mim que tenho lido tudo o que posso sobre o pseudo ditador de Santa Comba Dão é o melhor que se publicou. Nomeadamente sobre os bastidores da guerra colonial em que eu próprio e infelizmente estive envolvido.

      A saga ainda tem muito que contar - é um pouco como a Nau Catrineta... :-) Tens muito tempo para a seguir...

      E vais ver do que o Frederico será capaz, bem como de mais "coisas" da desgraçada guerra colonial e ainda dos amores escaldantes do Armando e da Mafalda e outras derivas de acordo com o que for dando na veneta... :-))))))

      Muitos qjs deste teu amigo e admirador
      Henrique, o Leãozão e ex-fadista à forca, oops, força

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  5. Tempos que enchem a nossa alma de nostalgia!
    É sempre um gosto ler as suas histórias de vida!!!

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    1. Minha Gracinhamiga III

      Poizé, posso fazê-lo pois não preciso de muita imaginação pois vivi nesse tempo e passei por muitas situações que relato. De qualquer jeito, muito obrigado.

      Muitos qjs deste teu amigo e admirador
      Henrique, o Leãozão

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  6. Amigo Henrique gostei bastante do que escreveu e concordo com o Pedro são textos que lavam a alma.
    Um abraço e bom fim-de-semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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  7. Meu caro Franciscamigo

    Apenas um muito obrigado mas também para te dizer que fazes parte do grupo de comentadoras e comentadores que me vêm estragando com miminhos... :-)))

    INFORMAÇÃO: O imeile fmoliveira@live.com.pt vem sempre devolvido. Que se passa? Informa-me, por favor.

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  8. Caro Henrique
    Os mais novos já não viveram não sentiram a grande saga da GUERRA DO ULTRAMAR. Porém ela foi extensiva a toda a sociedade portuguesa, porque ninguém deixaria de ter algum familiar mobilizado (o meu irmão seguir a mim, a caminho de Moçambique, ainda se encontrou comigo em Luanda, onde já esperava o regresso). Na altura que se deu a invasão de Goa, estava a minha companhia (secretamente), porque esperava, adida, o embarque para Angola. Só não fui porque deixou de ser necessário. Que tempos!... Em que também se deu o ataque ao quartel de Beja. Ainda que mobilizados, em Faro, sempre havia prevenção e patrulhas nocturnas, etc.
    Mas passemos à frente para mencionar, mais uma vez, que estou a gostar bem da história e o acerto, de a dinâmica da da doença mongolóide, estar a ter paralela a mobilização para a GUERRA DO ULTRAMAR... Dois problemas junto a afectar vivências.
    Abraço

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    1. Meu caro Danielamigo

      Não viveram - mas também não foram informados como deveriam ter sido do que foi a estúpida provação or que passaram os seus avôs e avós (porque as mulheres também tiveram parte importantíssima nessa guerra sem razão) e mesmo outros que fizeram parte de uma geração sacrificada como foi a minha - deveria dizer e digo a nossa.

      Optas pela denominação guerra do ultramar e está bem dito pois ela decorreu longe de Portugal em territórios coloniais que só por necessidades e chico espertices passaram a ser "províncias ultramarinas" fruto das pressões internacionais que por toda a parte se abatiam sobre a irredutibilidade salazarenta.

      Só o Bairro das Colónias ele não se lembrou de mudar para Bairro das Províncias Ultramarinas... :-)))

      Para quem foi à mata, como comigo aconteceu é que pôde dar o valor exacto à dimensão da desgraça; basta dizer que depois de uma emboscada me morreu nos braços um soldado que foi dizendo até se apagar esvaído em sangue, ai a minha mãe, ai a minha mãe...

      Puta de guerra! As guerras são sempre estúpidas mas esta colonial ou ultramarina foi hiper estúpida. Estava-se a combater para quê? Para defender a Pátria? A Pátria, ali? Fico-me por aqui, já basta.

      Um abração deste teu amigo sincero e sem papas na língua
      Henrique, o Leãozão

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  9. FerreirAmigo,

    Obrigado pela visita e comentário que deixou.

    Gosto de saber de histórias do Mundo
    e imagino a quantidade de histórias que terá do tempo de Jornalista!

    Só estive na Bulgária por 3 dias
    e visitei Sófia, Plovdiv
    e depois segui para a Roménia.

    Vida de jornalista...é muito rica em vivências!

    Então, temos mais um episódio, o oitavo, da saga
    É DIFÍCIL VIVER COM UM IRMÃO MONGOLÓIDE
    e... não gosto de recordar a guerra colonial
    pois custa-me lembrar o que passei no dia
    A 7 de Setembro de 1974

    Tinha terminado o tempo de gestação do meu filho
    e fui à consulta com a minha médica num edifício, em Moçambique,
    e foi-me apontada e encostada uma espingarda
    à enorme barriga de 9 meses que eu tinha,
    só porque nesse dia, andavam todos loucos com a
    assinatura dos acordos

    Foram assinados na capital da Zâmbia,
    entre o Estado Português e a Frente de Libertação de Moçambique,
    o denominado Acordo de Lusaka.

    O meu filho nasceu logo no dia 12 desse mês.
    Será que alguém pode imaginar o calafrio que passei?
    Enfim...

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    1. Minha querida Tulipamiga

      Vida de jornalista é realmente muito rica em vivências como dizes, pobre em proveitos se não se quiser vender o que nunca aconteceu comigo. Mas também com um preço elevado: a família. Se não fora a Raquel os nossos filhos podiam ter dado em droga ou outra coisa má e ela fez com que fossem e são excelentes! É uma grande Mulher a minha mulher.

      Todos temos estórias umas mais complicadas outras menos relacionadas com a guerra colonial. Mesmo depois das independências segui como jornalista os percursos atribulados dos novos países, as guerras internas que neles se verificaram, os golpes de estado, etc. África tem muito que contar...

      Muitos qjs do teu amigo
      Henrique, o Leãozão

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  10. A Guiné não era fácil para ninguém. Lá me ficou um primo e dois amigos. Os que não morriam de emboscada. morriam das condições do clima. Meu marido veio para a Metrópole quase morto, com um paludismo que não conseguiam debelar. Media 1,76 e chegou com 49 kg.
    Meu marido era Fuzileiro especial e esteve na Guiné, no leste de Angola no norte de Moçambique e por fim já depois do 25 de Abril em Luanda. Depois que casámos acompanhei-o e só então soube verdadeiramente o que se passava pois como sabe, a propaganda Salazarista, mistificava a realidade.
    Gostei de ler mais este capítulo, um retrato de outros tempos.
    Abraço

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    1. Minha querida Elvirinhamiga

      Nenhuma "Província Ultramarina" era fácil para ninguém e mesmo agora as coisas continuam a ser difíceis para os naturais e muitas vezes para os portugueses que lá vão, que lá ficaram ou que vão para lá.

      Por mais que se dissesse e se diga que a nossa colonização foi diferente e em certa medida o foi pois para mim o sinal da sua identidade foi que passou pela cama matéria e local em que realmente em que nós os tugas somos peritos... Eu por exemplo casei com uma goesa e não me tenho dado de todo nada mal... :-))) No entanto foi colonização e os traços dela ficaram.

      Os dois grande slogans salazarentos no que respeita ao problema colonial podem para mim sintetizar-se em duas frases qual delas a mais jesuítica: Portugal indivisível do Minho a Timor! e O boato é crime e fere como uma lâmina!. Qualquer deles ressuma o fel e o fariseismo fradesco do ditador de pacotilha natural de Santa Comba Dão. A mentira com que o regime disfarçava - ou tentava disfarçar - o drama das guerras de África era duplamente criminosa. Tantas vidas se perderam ou se estragaram em prol de quê? De um nada de um sorvedouro de juventude que se pagou caríssimo E mais não digo porque seão estaria aqui até ao fim do Mundo...

      Muitos qjs deste teu amigo e admirador
      Henrique, o Leãozão

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  11. Querido Amigo.
    Foi uma leitura agradável com aroma de café, como se estivéssemos conversando, a recordar velhos e admiráveis episódios da vida... Mais nova do que tu, não deixei de viver intensamente a maior parte dos acontecimentos que descreveste.
    Não foi uma vida nada repousante, ter que aturar a ditadura e a guerra.
    Na minha família há um pacto de nunca falarmos desta fase da nossa vida quando nos encontramos, por isso apreciei mais o teu texto.
    O pessoal que participou na guerra vai partindo...
    Os meninos mongolóides são muito meigos e simpáticos enquanto crianças.
    Que venham muitos dias mais agradáveis e amenos.
    Grande abraço, exímio narrador.
    Beijos e tudo de bom para ti e Raquel.
    ~~~

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    1. Minha querida Madrinhamiga

      Uma vez mais tenho de te agradecer a gentiliza das tuas palavras amigas e dizer-te que compreendo perfeitamente essa atitude face à guerra colonial que felizmente não viveste nem de longe nem de perto. Mas, pelo contrário, para quem esteve envolvido nela recordar o passou e o que se passou sem felizmente ter ficado com o trauma pós guerra esta possibilidade de falar é uma maneira de transmitir às pessoas o drama existencial que os combates foram.

      quanto aos meninos mongolóides e em especial ao nosso Frederico ainda estão para vir muitas estórias que pode ser que tenham o seu interesse, assim tenha cachola e saúde e força e persistência e malandrice e mandriice para o fazer.

      Muitos qjs do casal Ferreira incluindo claro o teu afilhado

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  12. Gosto muito de te ler, meu querido Amigo, porque a tua narrativa é sempre excelente. Contas desses tempos em que a guerra do ultramar não deixava ninguém em sossego. Imagino o que o teu pai deve ter sofrido e vocês também. E a ida do homem à lua… Também fiquei frente à televisão meio espantada com o que via...
    Uma excelente semana.
    Um beijo.

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  13. Minha querida Gracinhamiga

    Sempre carinhosas e gentis as tuas palavras mas [malditas adversativas :-)] não foi o meu saudoso e porreiro pai quem as viveu - fui eu.Infelizmente fui eu. O sofrimento em Portugal como sabes foi originado por um velho e irredutível cabotino que julgava ser o detentor da verdade e o defensor do Ocidente e no fundo era um ditadorzeco perdido no tempo.

    Mas ficou na História e há muita gente que continua a tentar branquear o seu anacrónico "Estado Novo" (que estava já no tempo dele a cair de podre). É recorrente ouvir dizer-se mas naquele tempo havia ordem, paz e sossego e por sua obra e com a ajuda d Nossa Senhora de Fátima livrámo-nos da guerra!

    Mas e a PIDE, e a Censura, e o Tarrafal, e os tribunais plenários e os etcs... Eu vivi nesses e esses tempos, o meu pai já tinha falecido.

    Muitos qjs deste teu amigo e admirador
    Henrique, o Leãozão

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  14. Bom dia Henrique! Vim agradecer sua visita a um dos meus blogs, o Filosofando e dizer que fiquei feliz com seu comentário. Também gosto de ler e escrever,amo poesias e apesar da idade já avançada, sou professora e ainda estou na ativa pelo vinculo estadual. Aposentada pelo municipal. Mas amo o que faço e agradeço a Deus os meus trabalhos pois quem não tem sabe como é péssimo e sonha com um. Já sigo seu blog, cheguei aqui pelos blogs amigos que também segue o seu. me chamou atenção seus escritos, realistas, com sensibilidade e sensatez no que escreves. A vida de quem viveu uma guera não é fácil, imagino o que você e sua família passaram. observei também que és devoto de Nossa Senhora de Fátima, pela sua intercessão a Deus, obtenho grandes graças. Seja sempre bem vindo amigo, não só ao filosofando mas caso deseja conhecer aos outros blogs, tenho mais dois, os links ficam na lateral deste que visitou.
    Seja feliz e abençoado com sua família, hoje e sempre. Abraços

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  15. Minha querida Lourdesamiga

    De uma nova Amiga e comentadora gosto e gosto mesmo muito para não dizer adoro ou, melhor, digo mesmo adoro, com um comentário ao pé da boca e do coração. Muito e muito obrigado. Esta "coisa" da idade é apenas uma maldade do calendário, pois ela é a que nós queremos ter. Desde que a cabeça funcione - e tudo indica que felizmente é o nosso caso - os anos são apenas os que constam das certidões de idade...

    Pelo que tens lido a vida de quem viveu uma guerra e o período em que ela decorreu não foi nada fácil. E principalmente, como foi o meu caso, como fui empurrado à força por mor da política pois era da oposição ao Salazar a dificuldade se possível ainda foi maior.

    Por isso tenho a certeza de que envolvido em combate nunca fiz nada para matar ninguém - e não matei. Não sei o faria se me visse na situação do ou mato ou morro frontal mas penso que aí premiria o gatilho.

    Costumo dizer que fui católico mas... curei-me, uma forma irónica e um tanto brejeira de dizer do meu divórcio com um Deus que não sei quem é, se existe, onde está e por aí fora. Respeito uma igreja, tal como o faço com uma sinagoga, uma mesquita ou uma igreja protestante ou outra ortodoxa ou um templo hindu ou budista. Já não vou à bola com seitas do tipo IURL, e pantominices semelhantes. Até levo amigos a Fátima mas..

    Um destes dias vou visitar os outros blogues que tens. Mas o que é facto é que um homem não chega para as encomendas... :-)))

    Muitos qjs deste teu amigo
    Henrique, o Leãozão

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  16. Amigo Henrique.
    Vim agradecer sua visita a meus blogs,

    Gosto muito de te ler, porque a tua narrativa é sempre excelente.

    Besos

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    1. Minha querida Annamiga

      Bravo! Excelente português! E aqui fica o meu muito obrigado como muitos qjs deste teu amigo lisboeta
      Henrique, o Leãozão

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  17. "Empernanço de pestana" é muito bom... :) Desconhecia essa expressão.

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    1. Minha querida Luisinhamiga

      ... e espera pelo próximo episódio onde a expressão será explicada com todos os efes e erres....

      Muitos bjs e qjs do muito teu amigo casal Ferreira

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  18. O tempo voa e escoa- se ao ler estas narrativas ainda presentes nas memórias de muitos de nós , querido amigo Henrique. Tempos obscuros , tempos do fantástico como a ida do Homem a lua . E tudo narrado com uma tal vivacidade que é um enorme prazer ler- te , Henrique .
    Beijinho e até a próxima !

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  19. Minha querida Manuelamiga

    Estou muito satisfeito por saber que segues esta saga com atenção detendo-te nos pormenores que entendes mais salientes.O feito de Neil Armstrong é inolvidável. Um pequeno passo para um Homem, um salto gigantesco para a Eternidade.

    Por isso muito obrigado minha querida.

    Muitos qjs deste teu amigo
    Henrique, o Leãozão

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  20. Querido amigo Henrique, gosto muito de ler as histórias contadas por você, seja a história política, as lutas de Portugal, seja outras histórias de vida, porém contadas de uma maneira irreverente, mas muitas vezes com emoção, teu estilo que agrada a todos.
    Gostei de conhecer um pouquinho as andanças de teu pai.
    Sei da vida triste por que passaram os irmãos portugueses, como nós também estamos passando por período difícil agora, e períodos do passado, da nossa história. Mas que bom que o lindo Portugal respira melhor agora.
    Falas do homem na lua, e lembrei de uma criatura que disse na frente de muitas pessoas que aquilo não aconteceu, que nenhum homem pisou na lua, conversa de Americanos!! Lembro que fiquei estarrecida com a mulher, eu e outros tantos. De onde saiu aquela mulher? Mas tem disso, histórias cômicas pra contar. Tem de tudo na vida.
    Bem, estou aqui, vim como prometi! E virei sempre, não brigue comigo! hahaha
    Beijo!

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    1. Minha querida Taisamiga

      Quem sou eu para sequer pensar em brigar contigo... Além da minha provecta idade o Pedrão dava cabo de mim enquanto arde um fósforo. Portanto, quanto a brigas - nem pó.

      O meu falecido e saudoso pai não é para aqui chamado a não ser pela triste ideia de me ter ajudado a fabricar com a minha mãe. De resto era um santo homem e bué fixe. As andanças dos personagens - nomeadamente no que diz respeito à guerra colonial fui eu que, infelizmente, as protagonizei. E bem me custou podes crer.

      O resto é enredo tem vindo a sair deste cérebro que ainda me parece estar dentro do prazo de validade embora como aprendi em Direito ninguém seja bom juiz em causa própria. Já tive oportunidade de expor no Brasil em duas ou três palestras para as quais fui convidado as duras penas que passei pelas matas de Angola. Agora é para esquecer, até porque águas passadas não movem moinhos.

      Por cá até um professor da Universidade declarou que se tratava de uma montagem made in USA. Foi uma vergonhaça. Só que não me lembro do nome do gajinho...

      No próximo episódio mete piri-piri e por isso cenas picantes :-)))) E é já amanhã.

      Muitos qjs deste teu amigo também luso e muito malandreco
      Henrique, o Leãozão


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  21. Os combatentes das colónias passaram todos um mau bocado, que na maioria das vezes durava mais de 2 anos.
    Quem com ferro mata... a sua mãe tinha carradas de razão...
    Magnífica prosa, como sempre.
    Caro Henrique, continuação de boa semana.
    Um abraço.

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    1. Meu caro Jaimamigo

      Para mim foi uma experiência duríssima, mas nesta saga ela apenas serviu para dar o tom e a tonalidade da acção, pois não sou eu o protagonista, na verdade são dois os principais, o Frederico e o Armando.

      De qualquer maneira muito obrigado

      Um abração deste teu amigo e admirador
      Henrique, o Leãozão

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  22. Olá, gostei de ler a história... Lembro-me vagamente da guerra no Ultramar, da chegada do homem, mas era muito pequena... só mais tarde é que me debrucei sobre o assunto.
    Entretanto, deixei um desafio no Minha Página. Não me quer dar a sua opinião?
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Minha querida Martamiga

      Ora viva quem é uma flor! Muito bem vinda a esta Travessa que a partir de agora passa a ser também tua. Poizé estas coisas de cotas muito cotas mesmo por vezes dizem pouco à juventude. Mas que fazer? Ignora-las? Não. Por isso vou tentando divulga-las ainda que misturando realidade e ficção. Tontices de ancião... mas com a cachimónia ainda dentro do prazo de validade como acima digo e agora repito para ver se me convenço... :-))))

      Já constas da lista dos BLOGUES QUE SIGO


      E vou já ver o que tens na tua "propriedade" om piscina e court e ténis...

      Muitos qjs deste teu novo/velho amigo e sofred..., oops, sportinguista
      Henrique, o Leãozão

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