2017-10-20


  




Antunes Ferreira
Sem sequer um sobressalto, um solavanco, o carro caiu ao rio mesmo ao lado da estação Transtejo-Seixal. Dentro dele um casal que sem tugir nem mugir nem se deu ao luxo de usar o travão. Caíram, apenas caíram, num baque redondo e surdo e imergiram A malta que esperava o barco e tinha gritado Cuidado! Cuidado! Ainda se dá uma tragédia! E deu mesmo!

Foi suicidado o dito cujo casal e o VW Golf também o foi. Resta agora saber quem os suicidou. Facto provado foi um acto que se tratou de um autossuicidado ou dum suicidado-auto. Até pareceu o Rali de Portugal. Face à desgraça em Palmela a Autoeuropa mandou que a bandeira da VW fosse posta a meia haste. Durante toda esta salgalhada, a inconstante Constança pediu a demissão aceite pelo primeiro-ministro à velocidade de 1456,17 km/hora. O Inimigo Público informou que consta que a Madona se propôs substituir a admitida demitida. 

Guardar o anonimato...

Perante este verdadeiro riomote, só restou ao autor investigar o que realmente teria levado ao autossuicídio. De acordo com fontes muito bem consideradas, e muito conhecedoras do tema as, ouvira os mergulhadores da Administração do Porto de Lisboa, os senhores José Monteiro Nicolau e Segismundo Oliveira da Serra que pediram o anonimato  o qual foi aceite imediatamente pelo autor. De acordo com eles a versão da estória que se segue é fundamental. E voltaram a mergulhar; ninguém os  suicidou.


... fazer um aborto...


A estória do casal suicidado é triste. O malandro no meio de uma brincadeira mais animado engravidou a moçoila, e propôs-lhe fazer um aborto; ela respondera-lhe: nem pó! A criança ver ser um filho da mãe com o orgulho dela e completara a afirmação – não aborto, não aborto, não aborto!!! E terá mandado às urtigas o malvado proponente. Houvera uma grande discussão e no final desta chegaram à conclusão  que alguém os suicidaria. E zás! Tejo para os três: o casal e o Volkswagen Golf.


Batalha de São Mamede

As dificuldades acentuavam-se e quase em desespero decidiu o autor procurar documentação: o Compêndio das estórias da História de Portugal e de outros países  que foi o que mais o ensinou. Não muito longamente para evitar a deserção dos que ainda me aturam aqui fica uma súmula dos que foram suicidados. Logo no início da cena, Afonso Henriques suicidou Dona Tareja na batalha de São Mamede. Um país que começou com um filho a bater na mãe não é, não pode ser uma grande espingarda.

Conta-se que o futuro rei de Portugal durante a porrada terá bradado Trava! Fernão Peres de Trava! quisto aqui não é o da Joana! È do Afonsinho! E o conde galego travou
 TravaTrava!!!
mesmo. E por isso voltou para a Galiza com o rabo entre as pernas porque o infante o suicidara. Vergonhas. Vamos encontrar na conquista de Lisboa aos mouros um bom exemplo dos antecedentes dos suicidados, pois um carro de bois dos cruzados ingleses que ajudaram o príncipe caiu ao Tejo e com o peso das malhas de ferro e das armadoras os seus ocupantes foram suicidados. 



Luis XVI à rasca na guilhotina


Muito mais exemplos poderia o autor aqui registar. O rei Dom Caros igualmente foi suicidado pelo Buiça; foi o regicido. Quanto a outros países encontrámos na Inglaterra o Martinho Lutero que, além de ser o reformador, foi reformado e suicidado em Londres. Da Revolução Francesa nem é bom falar: foram suicidados mais que muitos numas guilhotinas que se conhecidas como máquinas de fazer suicidar cabeças. Destaca-se a do rei Luís XVI. Ponto final parágrafo; na outra linha.


O Senhor Morte
Volte-se entretanto para a pergunta do título: quem os suicidou? Todos se recordam do mister Jack Karkovian, o Senhor Morte, e da sua máquina da morte ou seja do suicídio assistido. Por isso ficou mundialmente conhecido. Se se fala de suicídio assistido, a máquina de suicidar salta à arena. Vejam: se se tratasse de máquina de costura Singer ou a de picar carne Moulinex, estas não teriam a publicidade que tem a do Jack - e são também suicidoras. Das chitas e do algodão aos hambúrgueres e almondegas  elas também são gente! Só que a sua dimensão publicitária não tem o mesmo impacto. Mesmo assim pergunta o autor: assistido por quem? Será preciso que a assistência deva pagar bilhete?


A diferença entra...


Estas congeminações têm que lhes diga porque sempre houve, há e haverá discrepâncias entre os suicidados homens e mulheres. Porque será que se pergunta, meus Amigos, qual a diferença entre homens e mulheres? Óbvio: a diferença entra…

No entretanto prossegue o drama: quem os suicidou?  Em boa verdade não sabe o autor responder. A tentativa felizmente abortado do aborto? A Autoeuropa? A propaganda ao Senhor Morte? O Fernão Peres de Trava que travou? O nosso primeiro rei? Tem o autor apenas uma suspeita que não se exime de aqui exarar; não se julgue o faça pelas sete chagas do Cristo. Nunca o faria! Mas aquele namorado do polícia??? Acha o escriba que é uma singular coincidência a estória do cívico estar a falar com ele no Smartfone: quiçá fosse uma ordem peremptória do gajinho: deixa-te de tretas e diz ao casalinho que vá pró cara..., ops, se autossuicide Cheirou-lhe a esturro, mas nada pôde concluir. Os queridinhos dos agentes da PSP, sobretudo dos que falam ao smartefone são muito capazes disso. E de muito mais. Diria o Senhor doutor Perry Mason: o que é preciso são factos; sem eles não se pode culpar quem quer que seja, 
Na Faculdade de Direito da UL
Na Faculdade de Direito de Lisboa onde o autor fingiu que andava a estudar falava-se muito sobre o contraditório e não pôde obviamente ouvir a outra parte, pois estava toda molhada. Os rapazinhos dos senhores guardas, sobretudo os que andam de giro, apesar que se defenderem na presunção da inocência calam-se por mor das moscas...  Tantas
 chatices, tantas consultas, tantos compêndios, tantas investigações e no fim – niente. Pede o escriba as mais sérias e sinceras desculpas àqueles que esperavam uma resposta. Mas como é sabido, o autor é pluriverdadeiro, repudia a mentira e quem a apoiar; é como o azeite que vem sempre ao cimo da auga. R.I.P.
 
 
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